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O preço da praticidade


Por: Jaqueline Pirão Zotesso
Data: 15/12/2020
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Essa imagem representa algumas seções de supermercados Brasil afora. Frutas, verduras e legumes embalados em diferentes tipos de plástico, inclusive o isopor, que também é plástico. Alguns itens já vêm até higienizados. Prático, não é mesmo?! Ainda mais na rotina corrida dos dias de hoje, onde se alimentar bem é um desafio.

Prático também é o uso de itens descartáveis. É só usar e jogar fora, nem precisa lavar! Mas, qual é o preço que realmente pagamos por isso?! Ou melhor, o que essa praticidade custa ao nosso planeta?!

Não é de hoje que os resíduos plásticos vêm se acumulando nos mais diversos ecossistemas. Desde a década de 50, quando se iniciou o desenvolvimento da indústria do plástico, a sua produção tem aumentado de forma exponencial.

Derivado do petróleo, recurso natural não renovável, apesar do plástico ser RECICLÁVEL, ele é muito pouco RECICLADO. Esse fato combinado a uma série de fatores, que vão desde a má gestão dos resíduos sólidos até a falta de conscientização da população, resultam no acúmulo desse material no ambiente. 

E é aí que as duas principais características dos plásticos, que são a sua leveza e durabilidade, cumprem o papel de dispersá-los, causando sérios impactos, como a ingestão por animais, impactos estéticos e o bloqueio de sistemas de drenagem. Hoje, estamos ingerindo e até mesmo respirando plástico na forma de micropartículas, e ainda não sabemos quais serão as implicações disso a longo prazo.

Apesar da visibilidade do plástico ter aumentado nas últimas décadas devido ao seu acúmulo no ambiente, cabe ressaltar que ele não é só vilão: as várias conquistas tecnológicas que caracterizam o mundo moderno não seriam possíveis sem o uso desse material. Além disso, a versatilidade e flexibilidade do plástico faz com que ele não tenha concorrentes em diversos setores, como no segmento de aplicações médicas e de eletroeletrônicos.

Então, como podemos desfrutar dos benefícios que os plásticos trouxeram para o desenvolvimento da sociedade humana e, ao mesmo tempo, mitigar os impactos ambientais negativos provocados pelo acúmulo desse material no ambiente?! A solução começa pelo consumo consciente e vai até o gerenciamento adequado dos resíduos, pois só ele é capaz de evitar a migração de plástico para locais inadequados. Políticas públicas de incentivo à redução do consumo de plásticos e de apoio à reciclagem do material também são essenciais. Ou seja: a solução passa pelo engajamento dos diversos setores da sociedade, incluindo governo, cidadãos, empresas e fabricantes.

Nós, enquanto cidadãos, podemos fazer escolhas mais conscientes na hora de consumir e também gerenciar os nossos resíduos de forma adequada. É uma questão de hábito, bastando para isso entender que pequenas mudanças no nosso dia-a-dia são capazes de causar impactos positivos no futuro. Então, seguem algumas dicas para ajudar você a iniciar uma vida com menos plástico:

- Antes de comprar qualquer coisa, REPENSE. Você realmente precisa daquilo? Vai usar? Planeje as suas compras!

- Opte por embalagens menos agressivas ao ambiente, como as de vidro e as de alumínio, que são infinitamente recicláveis.

- Pesquise sobre os itens que pretende comprar, tentando encontrar as respostas paras as seguintes perguntas: quem produziu e onde o produto foi produzido? Vai durar muito? Sempre que possível, opte por produtos locais.

- Recuse sacolas plásticas, utilize sacolas reutilizáveis (ecobags) para suas compras.

- Transforme jornais ou sacos de pão em sacos de papel para lixeiras.

- Substitua sabão líquido por sabão em barra e, se possível, faça isso com produtos de higiene pessoal também (shampoo, condicionador etc.).

- Substitua plástico filme por paninhos de cera de abelha.

- Evite o consumo de plásticos descartáveis, como copos e canudos. Leve a sua garrafinha ou copo retornável sempre com você!

- Descasque mais e desembale menos! Busque incansavelmente ter uma alimentação mais saudável e evite trazer embalagens desnecessárias para casa.

- Separe e descarte os seus resíduos corretamente.

Nós somos parte do problema, mas também podemos ser parte da solução! 

 

Referência:

MAGRINI, A. et al. Impactos ambientais causados pelos plásticos: uma discussão abrangente sobre os mitos e os dados científicos. Rio de Janeiro: E-papers, 2012. 296 p.

Jaqueline Pirão Zotesso


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