O PAPEL DE UM GOVERNO EM NOSSAS VITÓRIAS E DERROTAS
Uma das maiores dificuldades do cidadão atual é se localizar dentro do contexto social e político em que vive.
A casa conquistada, o diploma de universidade, o trabalho com carteira de trabalho registrada ou, ao contrário, a ausência de casa, de diploma ou de trabalho aparece somente como fruto da capacidade individual.
Não há, de fato, a menor dúvida, de que o lar que você conquistou com o suor do seu rosto, sua faculdade feita à noite enquanto trabalhava durante o dia ou sua promoção no trabalho foi resultado do seu esforço.
Mas não foi só isso. Para, por exemplo, conquistar uma casa, é preciso que alguém a construa. É preciso de profissionais e inúmeros fornecedores. É preciso de água encanada e energia elétrica. Para se formar, é necessário que alguém construa a universidade e contrate professores. Antes alguém teve que formar esses profissionais. Para conquistar bons empregos é preciso que haja empresas estruturadas e competitivas.
Digo tudo isso para afirmar que nossas conquistas dependem também da sociedade que fazemos parte. No caso da derrota acontece o mesmo. Só para ficar em um exemplo: a razão pela qual tantas pessoas não alcançam o sonho de cursar medicina não é, pelo menos na maioria dos casos, por falta de qualificação ou esforço. É simplesmente pelo diminuto número de cursos no país.
Se tivermos a humildade para reconhecer, é até óbvio perceber o quanto as políticas públicas de um governo podem servir como âncoras a nos prenderem às derrotas aparentemente individuais ou como foguetes que nos projetam para um céu de conquistas e desenvolvimento.
Um governo comprometido com o seu povo é essencial para o sucesso e a prosperidade desse povo. O contrário também é verdadeiro.
Assim, fica fácil fazermos a comparação de qual governo criou melhores condições para o crescimento do nosso país. Se deixarmos de lado o rancor e os preconceitos pessoais, fica muito fácil compreender.
A casa que você comprou pelo programa Minha Casa Minha é fruto do seu esforço, mas é também do governo que criou o programa. Esse programa foi criado pelo Lula.
A excelente formação que você ou seu filho teve num Instituto Federal, numa Universidade ou pelo PROUNI foi consequência do seu esforço. Mas também da iniciativa do governo Lula em criar tais institutos, universidades e o PROUNI.
A melhora da renda e geração de empregos foi resultado do esforço e do empreendedorismo do povo brasileiro, mas foi também das políticas de geração de vagas de trabalho, de incentivo ao empresariado e de valorização do salário mínimo acima da inflação promovidas pelo presidente Lula. O Brasil ter saído do mapa da fome, idem.
Bolsonaro, por sua vez, foi uma âncora que nos jogou para o fundo do mar. Como ele próprio reconheceu, ele veio para destruir. E assim o fez. Cortou recursos da saúde, da educação, da assistência social, das universidades e da ciência. 33 milhões de pessoas caíram na miséria. O país se desindustrializou. 25% dos doutores estão desempregados. Quantos precisam se virar em bicos dos mais variados para não passarem fome?
Bolsonaro resistiu a comprar vacinas o máximo que pôde. Nem mesmo incentivou as pessoas a cuidarem da própria saúde. Na visão dele isso é coisa de "maricas". Não derramou uma lágrima pelas mortes da COVID. Nenhuma palavra aos órfãos. Que triste.
Meus amigos e amigas, é hora de ter humildade. Reconhecer que suas vitórias são também as do seu país é um gesto de grandeza. Isso não diminui em nada os seus feitos. Ao mesmo tempo, um governo negligente explica muito os seus "fracassos". Quantos de nós deixamos de explorar a fundo os nossos talentos por falta de oportunidades?
Em suma, bom governo nos joga para cima, mal governo nos condena ao abismo.
É verdade que Lula não fez mais que a obrigação dele. Mas o Bolsonaro, além de não fazer a dele, colocou o país num caos.
É preciso encerrar isso de uma vez. E o motivo maior não é nem por eleger o Lula, mas por retirar um maníaco da presidência.
A força política da qual Lula se apresenta como líder vai muito além de uma fração da sociedade. Ela envolve políticos e setores de toda a sociedade, desde a esquerda até a direita, de católicos a evangélicos, de trabalhadores a empresários. Muitos inclusive tiveram a humildade de reconhecer o erro de 2018 em não se posicionar veementemente contra o Bolsonaro.
Estamos muito perto de retirá-lo da cadeira presidencial. Mas o jogo não acaba até às 17h do dia 30/10. Até lá é preciso convencer cada um dos nossos irmãos e irmãs brasileiros. Muitos ainda estão envenenados por uma rede de intrigas e mentiras. Vamos juntos conversar com cada um, buscar cada voto para termos uma grande vitória da paz, da democracia, da saúde, da educação, do emprego e da luta pelo fim da fome.
A vida era melhor com Lula presidente.