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Machismo e o impacto na saúde do homem


Por: Simony Ornellas Thomazini
Data: 17/07/2020
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O machismo é conhecido como uma estrutura de opressão em que se pressupõe a dominação dos homens sobre as mulheres.  Porém, isso não quer dizer que eles não são afetados emocionalmente por esse modelo de opressão. 

De maneira consciente ou inconsciente, os homens sofrem por conta dos papeis de gênero que lhe são impostos desde a infância. Quantos homens não ouviram de seu pai: “Homem não chora!”. Ou até mesmo de sua mãe: “Engole esse choro!”. Assim, se transformam em adultos que precisam, diante de suas experiências de vida, adaptar-se a este marcador social.  

Em consequência a isso, homens não podem demonstrar sentimentos, emoções, sensibilidade ou fragilidade; não podem se aproximar afetivamente de outros homens, uma vez em que são obrigados a sempre apresentar-se viris, fortes, sexualmente ativo, etc.  De forma geral, precisam se moldar a uma série de critérios estabelecidas pela sociedade para poder se portar como “Homem”, com H maiúsculo. 

E como isso afeta a saúde mental dos homens? 

Essas séries de comportamentos impactam muito na saúde da população masculina. Homens são os que menos buscam serviços de saúde e dão menos importância ao autocuidado. São os que mais têm problemas com uso de substâncias, como álcool e outras drogas, além de evitarem buscar ajuda profissional e o apoio familiar. Possuem essa dificuldade justamente porque foram ensinados que não podem demonstrar fraqueza ou vulnerabilidade. 

Outro fator com que homens busquem menos ajuda profissional e pratiquem o autocuidado, é o fato de acharem que jamais serão afetados por estas mazelas. No entanto, são os que mais se submetem a maiores situações de risco à saúde. 

Mas, do que se trata esse masculino que estamos discutindo?

O que é ser homem?

Abstendo-me de discussões que envolveriam essa pergunta a respeito das questões de gênero, podemos dizer que se trata de masculinidades, ou seja, no plural, pois trazem consigo uma infinidade de expressões, experiências e desejos. Cada um com sua subjetividade porta consigo um saber sobre si mesmo.

Essa discussão foi trazida com o objetivo de problematizar a promoção da saúde masculina. Machismo afeta sim a saúde da população masculina. É também violento estar no lugar do opressor. Nesse sentido, é preciso libertar-se daquilo que oprime, pois, uma vez em que se liberta, liberta-se também a necessidade em oprimir, tal como diz Bell Hooks. 

Simony Ornellas Thomazini


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