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Desde os primórdios temos usado a linguagem para nos expressar, em algumas épocas mais e em outras menos, mas nunca deixamos de dizer o que é preciso.

 A literatura traz na bagagem muitos marcos que muitas vezes esquecemos que aconteceram e quando lemos determinado livro, lembramos do acontecimento, exemplo disso é o famoso livro de Anne Frank que retrata o nazismo em plena Segunda Guerra Mundial e o "extermínio" dos judeus. Muitas obras retratam a sociedade local ou mundos desconhecidos, há na literatura uma infinidade de possibilidades para o leitor se interessar e adentrar nesse mundo literário.

 Os fatores externos e internos ao ser humano influenciaram e muito sua escrita e a forma de descrevê-la, houve épocas em que a linguagem literária era mais romantizada, rústica, realista, moderna e dentre tantas outras demonstrações de escrita, ela varia conforme a sociedade e necessidade. Obras como a Carta de Pero Vaz de Caminha e Hora da Estrela de Clarice Lispector retratam diferentes coisas e em diferentes momentos, consequentemente, com linguagens diferentes.

 O que é uma "verdade universal" é que a escrita sempre vai ser um portal para a realidade, para a expressão da sociedade, onde o escritor transfere o que vemos em palavras, o movimento literário realista fez isso, um grande nome do realismo no Brasil foi Machado de Assis que escreveu grandes obras realistas como Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas dentre outras obras.

 Um nome do realismo português conhecido mundialmente é Eça de Queirós com Primo Basílio, mas na contemporaneidade temos a obra Quarto do Despejo de Carolina Maria de Jesus, que relatou a realidade atual dela. Tanto Machado quanto Eça descreveram em suas obras uma sociedade desigual, padrões de vida elevados com a elite no poder, casamentos por interesse, traições e muitas outras coisas que eram escondidas, Carolina Maria mostra em sua obra uma sociedade desigual ainda, mas com problemas mais reais do que no século XIX, é uma realidade necessária para o Brasil e mundo acordar.

 Ter obras que revelem o velado são importantes para as futuras gerações e para acordar o povo para o que é real, a literatura é muito influenciada pelo movimento social. As Vanguardas Europeias influenciaram o movimento Modernista no Brasil, de onde saíram muitos nomes conhecidos, como Oswald de Andrade, Monteiro Lobato, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Vinicius de Moraes, Graciliano Ramos dentre tantos outros escritores, o movimento da sociedade, como ela se posiciona ou não, influencia a escrita, até mesmo na parte linguística, como a evolução das palavras, do linguajar, da forma como as coisas são escritas, em prosa ou poesia, várias formas de expressar o real.

 O valor que temos de dar na literatura é que, ela é fundamental para a formação do cidadão, mesmo que ele esteja lendo fantasias sobre bruxos e elfos, guerras interestelares, romances de humanos e de vampiros, e muitas outras formas de leitura, o importante é valorizar a leitura, valorizar a escrita literária, entender as vezes as entrelinhas que um autor deixa na obra, como um relacionamento abusivo/tóxico, traição, gravidez na adolescência, uso de drogas, tráfico, violência doméstica/feminicídio, etc. Essa é a verdadeira expressão da sociedade, o real, o que o autor mostra cruamente ou subentendido, não é atoa que até hoje existem discussões sobre a traição ou não de Capitu, vai do ponto de vista de cada um.

A sociedade move a literatura e a literatura move a opinião das pessoas sobre a realidade.

Fabi Torres


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