Julho Turquesa: mês de conscientização do Olho Seco
A Síndrome do Olho Seco ou Síndrome da Disfunção Lacrimal, acomete cerca de 5% a 34% da população ao redor do mundo. Ela não tem cura, mas, é possível controlar a doença e restaurar a homeostase do filme lacrimal, ou seja, controlar a produção da lágrima de forma adequada. Pois, se o olho não produzir lágrima o suficiente para lubrificar os olhos, além de produzir desconforto pode provocar cicatrizes nos olhos, úlceras corneanas, e até mesmo perfuração, e lesões na córnea.
Esta síndrome é conhecida como doença do mundo moderno, porque hoje em dia colamos mais nossos olhos na telinha do celular, smartphones, televisões, computadores e afins. Acontece que, quando fixamos nosso olhar nessas telas, esquecemos de piscar, ou piscamos de forma incompleta. E o ato de piscar faz com que fabriquemos lágrimas.
Outro fator, é o uso exagerado de ar condicionado e ventiladores, estes contribuem para a baixa umidade do ar; a pouca ingestão de água principalmente no inverno; clima seco; uso de lentes de contato; menopausa; síndrome de Sjogren; poluição ambiental, também influenciam. Ora, a lágrima precisa ser produzida em quantidade e qualidade suficientes para manter o seu correto funcionamento. Se não, podem aparecer sintomas como: desconforto ocular, fotofobia, sensação de areia nos olhos, ardor, vermelhidão, coceira, visão embaçada, dificuldade em usar lentes de contato, sensação de secura, ou de corpo estranho nos olhos, e até excesso de lacrimejamento.
O oftalmologista Rodrigo Moreira Gomes, explica que: “A lágrima tem cerca de 100 componentes fundamentais para a limpeza e defesa dos olhos contra microrganismos – não é apenas água salgada. Em cada pequena gota, essas moléculas se distribuem em água, sais minerais, proteínas, lipídios e gordura.
No momento do piscar, essas camadas se unem e fazem com que a evaporação do líquido não seja tão rápida”. Quando o número de piscadas diminui, dá boas-vindas para a Síndrome do Olho Seco, em condições normais uma pessoa pisca entre oito a dez vezes por minuto, quando fixamos nosso olhar numa tela, ou mesmo num livro, o número de piscadas diminui para três.
O tratamento consiste em, com a ajuda de um oftalmologista investigar a causa, e varia conforme o estágio da doença, geralmente, no início, o médico receita colírios lubrificantes, e em casos mais graves, ele pode utilizar medicações por via oral ou até mesmo terapia de luz pulsada e cirurgia. Portanto, procure seguir essas dicas:
Utilize colírios lubrificantes indicados pelo seu oftalmologista, nunca use colírios sem indicação médica. Nunca use soluções caseiras como o uso de suco de limão, chás de flores brancas ou camomila, entre outros.
Hidrate-se diariamente, cerca de 2 litros de água, mesmo no inverno. Faça pequenas pausas enquanto estiver em frente ao celular ou computador.
Ajuste a altura da tela do computador, conforme a sua altura. Evite ambientes com ar-condicionado, use umidificadores de ar, e mantenha os ambientes arejados.
Evite a exposição à fumaça. Procure piscar os olhos com mais frequência.
Faça higiene dos olhos corretamente, em especial as mulheres devem retirar toda a maquiagem, aliás, a higiene adequada afasta o risco de alergias e infecções.
Durma bem e se alimente corretamente. Portanto, pisque sem moderação, beba bastante água, e procure ir a um oftalmologista regularmente.
Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.