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Janeiro roxo: um mês de combate ao preconceito contra a hanseníase


Por: Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Data: 26/01/2023
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Desatenção, desconsideração, displicência, descaso, indiferença, menosprezo, fazem com que a hanseníase, embora presente em nosso meio, seja negligenciada. Por isso, é tão importante, falar sobre ela, conscientizar a população sobre as manifestações clínicas da doença e assegurar a todos acesso ao diagnóstico, prevenção e tratamento.

Sempre no último domingo do mês de janeiro, é comemorado o Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase, que neste ano será no próximo dia 29. Tema de muita importância, haja visto que, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial dessa doença, só perde para a Índia.

A Lei n° 12.135, de 18 de dezembro de 2009, o então presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva, institui que o último domingo de janeiro como o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase.

        Por ano são diagnosticados no Brasil cerca de 30 mil novos casos da doença. Embora seja uma doença milenar, descrita e conhecida na bíblia como lepra, ela só foi descoberta em 1873, por Gerhard Hansen, médico e bacteriologista norueguês, foi ele quem descobriu e isolou, o bacilo causador deste mal. Assim, a doença passou a se chamar Hanseníase em homenagem a ele.

        Com a descoberta do bacilo, veio o tratamento. Preocupados com os vários casos, o preconceito e o estigma que a doença tem, em 2016 foi criada no Brasil a campanha Janeiro Roxo, que visa orientar, diagnosticar novos casos e combater o estigma e o preconceito contra as pessoas portadoras da doença. A sociedade brasileira de Dermatologia tem como lema, neste ano: Janeiro roxo, um mês de combate ao preconceito contra a hanseníase.

        Infelizmente, com a pandemia, muitas pessoas deixaram de procurar as unidades de saúde, para serem diagnosticadas e tratadas.

        A Hanseníase tem cura, e seu tratamento é de graça pelo SUS. E atenção: após iniciar o tratamento, o paciente não transmite mais a doença. Ou seja, depois de iniciado o tratamento, não há motivo para isolamento nem preconceito por medo de contaminação.

        Agora, é preciso iniciar o tratamento logo no início da doença, o tratamento feito com antibióticos não reverte os danos neurais e sequelas causadas pelo diagnóstico tardio. Ela não é fatal, porém, ela maltrata, e se não diagnosticada precocemente ela deixa sequelas e sinais visíveis na pele e no corpo, por causa do comprometimento nos nervos.

     Os sinais e sintomas são:

- Manchas esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas, na pele;

- Perda de sensibilidade à dor, térmica e tátil na pele (a pessoa simplesmente não sente dor, calor ou frio, nas manchas);

- Sensação de fisgada, choque, dormência e formigamento ao longo dos nervos dos membros;

- Inchaço e dor nas mãos, pés e articulações;

- Dor e espessamento nos nervos periféricos;

- Redução da força muscular, sobretudo nas mãos e pés;

- Caroços no corpo;

- Pele seca;

- Olhos ressecados;

- Feridas, sangramento e ressecamento no nariz;

- Febre e mal-estar geral.

        Caso o diagnóstico for confirmado, é bom orientar as pessoas próximas a você, para serem examinados e acompanhadas por um médico, (familiares, amigos e colegas de trabalho). A Hanseníase é transmitida pelo ar, através de gotículas e sua evolução é lenta, podendo aparecer os sintomas depois de anos, cerca de 5 anos a 7 anos.

        Pequenos cuidados, fazem a diferença, então, fique atento, manchas na pele e perda de sensibilidade pode ser hanseníase, procure o médico, ou uma unidade de saúde, caso perceba algo de errado. Lembre-se: o diagnóstico precoce leva à cura da doença. A sua história não pode ser apagada por causa de uma mancha.

Ana Maria dos Santos Bei Salomão

Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.


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