Hasta La Raíz
Eu sou latino-americano, tenho o vermelho nos olhos e nas veias, arrasto meu sotaque como quem agradece pelos que se foram. Sou desesperado, tenho que amar com o coração na boca, pulsando. Preciso viver, não no sentido estrito biológico, é uma necessidade não obedecer a inércia, minhas células cintilam, meu corpo é a terra dos que morreram abraçados, a cordilheira da América.
Digo, já quis ser um dos descolados, não sentir o que se pode sentir, mas eu sou um animal, minha pupila pede por dilatação. Quero ter a obrigação de ser o que posso ser. Minha pele e suor alinhados esperando o toque.
Desculpem a intermitência, meu avô me ensinou tudo sobre saudade e me deu aula de urgência.