Começo essa exposição de ideias, ressaltando que minha discussão com os amigos leitores está totalmente aberta para discordâncias. Outro ponto: busco discutir o tema fora de partidarismos. Não trabalho aqui com nenhum viés ideológico ou acusativo, pois a questão é tão crucial que todos nós estamos ou deveríamos estar envolvidos.

Não podemos negar que estamos passando por uma fase crítica, referente à pandemia da Covid-19. Penso que todos os esforços devem se concentrar no combate e controle da pandemia de modo unânime e consensual. Entretanto, o que acompanhamos são embates entre poderes ou por prevalência de poder, exatamente no centro da pandemia. Em uma democracia, o antagonismo entre poderes e forças é positivo para seu enriquecimento. Porém, esse antagonismo voraz, polarizador e que promove dissenções, em uma situação de exceção como a que enfrentamos, torna-se incompatível com a própria sobrevivência democrática e representa um grave perigo para as vidas humanas. Desta maneira, a disputa de poder desenfreada é totalmente inconciliável com o quadro de pandemia em que vivemos.

O direito à vida e as ações coordenadas entre os poderes, seus agentes e a sociedade devem ser o núcleo de esforços por parte de todo o corpo social. Tanto por parte dos governados quanto principalmente dos governantes que tem o dever de gerir a saúde para a população, sem usar tal situação como oportunidade de disputas que só ocasionarão mais confusão, medo, insegurança e infelizmente óbitos.