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‘Deepfake’ e as eleições


Por: José Antônio Costa
Data: 31/01/2020
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Em outubro os eleitores irão às urnas para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Se na eleição passada a palavra ‘fakenews’ (notícia falsa) esteve em evidência, em 2020 será a vez do termo ‘deepfake’.

Os ‘deepfakes’ nada mais são do que vídeos falsos criados a partir da inteligência artificial (IA) e que reproduzem a aparência, as expressões e até a voz de alguém do mundo real. O nome vem da junção de duas expressões em inglês: “deep learning” (aprendizado profundo) e “fake” (falso). Qual aprendizado?

Em outra oportunidade escrevi que até o conceito ensinado pelos nossos pais e responsáveis de que “a mentira tem as pernas curtas”, porque a qualquer momento pode ser desmascarada, perdeu o sentido, pois às vezes, ela consegue ir muito longe e, hoje, espalha-se com uma velocidade nunca imaginada, que é o caso das fakenews.

Com a deepfake a expressão “eu só acredito vendo”, se tornou outra premissa perigosa.  O poder de convencimento dos vídeos manipulados é muito grande. Figuras públicas, já foram vítimas dos vídeos falsos a exemplo de Mark Zuckerberg, criador do Facebook, o ex-presidente dos EUA, Barack Obama e até o governador de São Paulo que às vésperas da eleição de 2018 aparecia em uma falsa orgia.

No geral, os deepfakes são criados em duas etapas. Na primeira, o software capta imagens de referência da pessoa que será usada no vídeo. Quanto mais imagens, maior será a precisão. “O ideal é criar um banco de dados com várias formas e ângulos do rosto”, diz Hao Li, professor de Ciência da Computação na Universidade do Sul da Califórnia um dos precursores da área, e trabalha há 15 anos no desenvolvimento de tecnologias que aumentem o realismo das projeções virtuais.

Depois, é a vez de gravar os movimentos de uma segunda pessoa, que será a base (ou o molde) para o deepfake. Por fim, a inteligência artificial tem a missão de unir as duas coisas para criar o vídeo falso.

Portanto, os vídeos falsos, possuem uma série de maus usos: eles podem humilhar, chantagear ou difamar alguém, atacar organizações, incitar violência política, cancelar acordos diplomáticos e até fraudar eleições.

Essas manipulações virtuais são uma grande ameaça. A verdade está sendo substituída pela simulação. Fica o alerta para os políticos que correm o grande risco do “jogo sujo” em plena campanha.

O relatório "Deepfakes no Brasil - Prepare-se Agora", desenvolvido pela Witness, organização global que promove o uso da tecnologia de vídeo na defesa de direitos humanos e no jornalismo cívico, e divulgado em outubro de 2019, aponta um extenso levantamento que a desinformação que o Brasil enfrenta permite que esses vídeos manipulados com ajuda da Inteligência Artificial se tornem cada vez mais populares e convincentes.

Grandes plataformas web como Facebook, Youtube, Google e WhatsApp estão investindo para combater os “deepfakes”.

Reforço que o desafio é lutar sempre para que a verdade prevaleça. Portanto, não acredite e nem compartilhe tudo o que você ler, ver ou ouvir. Pesquise e saiba antes se é mesmo verdade. Se organizar direito, ninguém cai em mentira.

“Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira”. João 8:44 – Bíblia Sagrada

 

José Antônio Costa


Anuncie com Jornal Noroeste
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