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Cuidado para não acabar praticando plágio nos seus trabalhos acadêmicos


Por: Assessoria de Imprensa
Data: 19/10/2020
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Por Geraldo Lopes de Lima Júnior

Que a prática de plágio é proibida em trabalhos acadêmicos não é novidade para nenhum aluno. Porém, ela infelizmente é muito comum e, às vezes, a pessoa incorre nesse erro sem saber. Isso porque existem vários tipos de plágio e regras para se construir um texto que nem sempre são conhecidas.

Vem com a gente que o Blog do Aluno mostra agora que fazer um trabalho – seja ele um simples artigo ou um TCC – não é fácil, demanda muita leitura e conhecimento, mas é possível fazer de forma correta e consistente sem cair na cópia, que pode deixar o autor em maus lençóis.

O coordenador de TCC e de Iniciação Científica pela FacUnicamps, Geraldo Lopes de Lima Júnior, nos ajuda nessa missão. Vamos primeiro à definição de plágio que, explica Geraldo, é quando a pessoa usa a ideia, um trecho ou o texto inteiro de um autor sem citar a autoria. “O plágio acontece quando ela se apropria de uma ideia ou de um recurso, seja na área da música, da criação artística ou até mesmo acadêmica, dando o crédito para ela mesma.”

O plágio é muito comum porque em geral as pessoas acham que o fato de um documento estar aberto na internet, em domínio público, esse documento “não tem dono”. Geraldo adverte que essa percepção está completamente errada. “Todo artigo, livro ou documento é registrado e tem direito autoral sobre ele. E o plágio é crime, está no código penal, com previsão de 3 meses a 1 ano de prisão. Pode-se pagar multa, mas esse já é um benefício da lei, fato é que plagiar um texto na internet é crime.”

E outro erro é achar que plágio é apenas a cópia simples de algo. Existem vários tipos de plágio, inclusive o autoplágio. O que é isso, professor? “O aluno vai para a graduação, faz um Trabalho de Conclusão de Curso sobre um determinado tema e se forma. Depois ela entra na pós-graduação e usa o mesmo TCC, como se tivesse realizado aquele trabalho naquele momento da pós. Isso é o autoplágio. A partir do momento em que ele registrou aquele TCC na graduação, não pode lançar mão dele novamente”, esclarece Geraldo Lopes Júnior.

Existe também o plágio consentido, quando uma pessoa “autoriza” outra a usar um texto de sua autoria. Isso também não pode e segue a mesma linha de raciocínio do autoplágio. Um artigo, um livro ou um trabalho acadêmico, quando registrado para sustentar uma graduação ou pós graduação, está registrado em determinada autoria. E, por mais que esse autor autorize o uso por outra pessoa, isso será considerado plágio com as devidas consequências.

Mas todo trabalho acadêmico se baseia em teorias diversas de autores diversos. Como fazer para usar essas ideais sem cair no plágio? Geraldo Lopes Júnior traz aqui algumas regras que resolvem essa questão.

“A paráfrase é um dos recursos utilizados quando vamos fazer artigo, monografia, defender uma tese, qualquer modelo. Ninguém escreve um artigo com base no achismo, é preciso ter fundamentação teórica. Você lê outros autores, entende, interpreta e utiliza aquilo para escrever. Tem que dar o crédito às fontes que você consultou. Em geral, a pessoa acha que se ela escreveu do jeito que entendeu, não precisa dar crédito. Mas ela entendeu o quê? Uma ideia já defendida por outro autor, então tem que dar o crédito sim.”

Há também a citação direta para o momento do texto em que vai reforçar aquilo que leu e está defendendo em seu texto. É quando o autor copia literalmente o que está no livro ou no trabalho consultado. “A própria formatação do texto já indica para o leitor que ali é uma citação direta. Se for dentro do parágrafo, com no máximo 3 linhas, tem que colocar o trecho copiado ipsis litteres entre aspas. Se for acima de três linhas, deve-se fazer o recuo e mudar a fonte, o que indica para o leitor que aquele trecho não é um interpretação, mas sim um texto escrito pela fonte consultada.”

Professor Geraldo, posso fazer um artigo cheio de citações? “Muita gente acha que sim, mas não pode, não. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) diz que um artigo pode ter até 3% de semelhança com outros trabalhos registrados, mais que isso é plágio. Então vamos pegar como exemplo um trabalho acadêmico onde o autor tenha que citar muitas leis. Isso é aceito até 3% do texto, lembrando que esses 3% precisam ter a fonte creditada. O restante pode ser feito com paráfrase, o autor vai ter que ler e entender as leis, para que possa falar sobre elas sem precisar de uma cópia literal.”

O coordenador de TCC da FacUnicamps afirma que 20%, em média, de trabalhos acadêmicos são diagnosticados com plágio, porque as pessoas não querem “sofrer” para vencer essa fase do estudo. “A maior dica que pode existir para evitar o plágio é: quero escrever bem, tenho que ler bem. Quero escrever muito, tenho que ler dobrado. Ler, estudar, aprender, ter conhecimento; tudo isso não é fácil, exige tempo. Mas é necessário porque a pessoa precisa ter palavras, ter conteúdo, não dá para escrever um artigo ou um TCC do nada. Esse desenvolvimento da leitura e da escrita é só mesmo com dedicação e esforço.”

Geraldo Lopes de Lima Júnior é graduado em Filosofia, mestre em Ciências da Religião, professor de Filosofia, Sociologia, Antropologia e Metodologia. É coordenador de TCC e de Iniciação Científica pela Facunicamps.

Anuncie com Jornal Noroeste
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