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Chuvas: tragédia prevista


Por: Rogério Luís da Rocha Seixas
Data: 22/01/2024
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Inegavelmente, estamos experimentando a nível global, anomalias e desequilíbrios tanto atmosféricos quanto meteorológicos, muito intensos e complexos. Em algumas regiões do globo, calor intenso e em outras, um frio insuportável. Tal situação, não deixou de ser debatida e digamos assim prevista, mas manteve-se e ainda se mantém, ignorada e colocada em um plano inferior de preocupações por parte de sociedades e estados. Para muitos, inclusive, as discussões e as reflexões ditas socioambientais, são   coisa de ativistas verdes, intelectuais ecológicos e outros que se encontram fora de uma realidade marcada pelo progresso, pelo consumo e produção, pela exploração ambiental-econômica.

Vamos nos localizar em acontecimentos bem recentes em nossa sociedade. Mais especificamente nas chuvas ocorridas no Rio de Janeiro no dia 13-01-24.  Chuvas intensas neste mês de Janeiro, que atingiram não só a capital mas outras cidades, levando a uma condição de calamidade e emergência. Chuvas que ocasionaram a morte de pelo menos 12 pessoas. Mas esta situação, não se limitou a morte física, pois desalojou muitas pessoas de suas casas. Muitos perderam seus bens materiais e se encontram em condições precárias de recuperação.

Muito bem! As chuvas são as culpadas de tal tragédia?  No discurso oficial do Estado ...SIM! Mas e o Estado?  Enquanto gestor da coisa pública, só atua depois do acontecido consumado. E assim, se põe a culpa no clima! Nas chuvas! E até nas vítimas! Então insisto! Qual a culpa ou responsabilidade do Estado?  No papel de gestor, deve velar pela vida da população e buscar sempre projetar a possiblidade de “tragédias” como estas e assim, prevenir e não apenas remediar. Gerir planejamentos e recursos para a organização urbana. Promover obras de infraestrutura contra deslizamentos de morros e transbordamentos de rios e canais. Em termos gerais: gerir de forma mais competente e preventiva as condições para evitar estas ditas “tragédias”, buscando assim impedir mortes físicas e as perdas de condições materiais pela população. Principalmente a mais carente. Desta forma, a responsabilidade não pode cair na conta das chuvas. O Estado precisa assumir seu papel de gestor. Por outro lado, a sociedade, ou em outras palavras: NÒS! Também necessitamos desenvolver uma consciência e atitude mais direta e efetiva, quanto as ditas questões socioambientais, cobrando a efetividade gestora do Estado e a nossa ação contínua com o meio-ambiente de modo mais equilibrado e menos destrutivo. O desafio está mais do que posto!

Rogério Luís da Rocha Seixas

Rogério Luís da Rocha Seixas é Biólogo e Filósofo Docente em Filosofia, Direitos Humanos e Racismo Pesquisador do Grupo Bildung/IFPR e-mail: rogeriosrjb@gmail.com


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