Por Ademar Traiano*

Em 1985 fui eleito prefeito de Santo Antônio do Sudoeste, um pequeno município do Paraná, que faz fronteira com a Argentina. Junto com a alegria de ser eleito veio a descoberta, nem tão alegre, sobre um dos grandes desafios do cargo. 

Vivi na pele as dificuldades que esperam um prefeito de cidade do interior para encontrar caminhos, nos labirintos da capital, para levar recursos para a minha cidade. Esse aprendizado de dificuldades, de frustrações, me ajudou a moldar minha visão da política. 

Eleito deputado estadual em 1990, decidi que seria um deputado municipalista. Voltado principalmente para atender as carências dos municípios de minha região e do meu estado. Mantive esse foco. Desde então, estou sempre presente nos municípios do interior, que conheço como a palma da minha mão. Conheço os problemas de cada cidade e me empenho em auxiliar os prefeitos a levar recursos e obras para seus municípios. Venho cumprindo à risca a determinação que estabeleci para mim mesmo. 

Ao longo de 7 mandatos como deputados estadual, período em que exerci todos os cargos da Mesa Diretora da Assembleia, inclusive a Presidência, para onde fui conduzido em 2014 e reconduzido em 2016, as portas de minha sala sempre estiveram abertas para todos os prefeitos que procuraram. Eles sabem que sempre tem ali uma cuia de chimarrão esperando. Encampo suas lutas e faço tudo o que posso para indicar caminhos, para ajudar para que atinjam seus objetivos, para que não voltem de mãos vazias para suas cidades. 

Essa vocação municipalista não impediu que eu apresentasse, ao longo de meus mandatos como deputado estadual, projetos que se transformaram em leis e que considero de importância para os nossos cidadãos em todas as áreas. Foram muitos projetos, citarei alguns, apenas a título de ilustração. 

É de minha autoria, por exemplo, a lei que obriga os bancos, no Estado do Paraná, a atender os clientes num prazo máximo de 20 minutos, sob pena de multa. Também fui autor de lei que permite que o cidadão bloqueie seu telefone para chamadas de telemarketing. Outra lei obriga que motociclistas sejam obrigados a tirar o capacete ao entrar em estabelecimentos comerciais. Também sou autor da lei que libera motos de até 125 cilindradas de pagarem pedágio. 

Aprovei e foi transformado em lei um projeto que obriga o governo do Paraná a usar o aplicativo Menor Preço nas licitações e aquisições do governo do Estado. Hoje, qualquer cidadão pode fazer uma pesquisa no preço de 10 milhões de produtos em 60 mil estabelecimentos. Com esse comparativo ele saberá se as licitações e aquisições do governo estão sendo feitas pelo menor preço. 

Também sou autor de lei para coibir furtos e roubos de veículos no Paraná.  Os veículos só poderão ser desmanchados em empresas credenciadas pelo Departamento de Trânsito do Paraná – Detran/PR.

Aprovei também um projeto que isenta do pagamento de inscrição de concursos promovidos pelo estado os eleitores que prestaram serviço eleitoral para o TRE, na condição de mesário, presidente de mesa, escrutinador, auxiliar de junta eleitoral, coordenador de seção eleitoral nas eleições. 

Mas o municipalismo, para o qual me encaminhei, já no meu primeiro mandato, jamais deixou de ser minha preocupação central. Hoje represento como deputado cinquenta cidades. Seus prefeitos sempre me procuram para ajudar a brigar pelos interesses de seus municípios. 

Dez dessas cidades me concederam o título de Cidadão Honorário. Essas homenagens me causaram uma emoção difícil de descrever. É o reconhecimento de que nossa luta valeu a pena, um estímulo para continuar a travar essa batalha e a continuar com essa missão.

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