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Nestes dias de dezembro, em que a cristandade ressalta o nascimento de Cristo, quero enfatizar também a conexão que há entre a “manjedoura” e o “túmulo vazio”. Há, nessa relação, uma riqueza inesgotável que para muitos é desconhecida. 

Quando o anjo do Senhor apareceu a José para acalmá-lo, esclarecendo que a criança que estava no ventre de Maria, sua noiva, foi gerada pelo Espírito Santo, o mensageiro divino anunciou a missão do Filho de Deus, a saber: “Ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mateus 1.21). Não temos dificuldade de reconhecer que a “cruz” foi anunciada nessa mensagem, mas não podemos perder de vista que sem a ressurreição essa salvação não seria possível – A “sepultura vazia” estava também implícita na boa-nova proclamada pelo anjo do Senhor. 

Em outro lugar, nos evangelhos, podemos ver que o Senhor Jesus estava absolutamente consciente do “túmulo vazio”, uma vez que ensinou seus discípulos que seria exaltado após seu sacrifício perfeito: “Então ele [Jesus] começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem sofresse muitas coisas e fosse rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, fosse morto e três dias depois ressuscitasse.” (Marcos 8.31 – ênfase minha).

Para entendermos melhor a riqueza e a importância da ressureição de Jesus Cristo, destacaremos a sua relação com a doutrina da justificação do povo de Deus. Segundo o apóstolo Paulo, Jesus “foi entregue à morte por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação.” (Rm 4.25). A morte e a ressureição do Redentor são apresentadas neste versículo como dois aspectos do mesmo acontecimento salvador. Nessa passagem, o inspirado apóstolo nos ensina que, ao morrer, Jesus suportou o castigo exigido pela lei por causa da nossa culpa e, ao ressuscitar dos mortos, Cristo foi justificado e ocasionou a justificação e uma nova vida para aqueles que se uniram a ele pela fé. Assim, a morte e a ressurreição de Cristo se completam num ato salvador: 

Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores. Como agora fomos justificados por seu sangue, muito mais ainda seremos salvos da ira de Deus por meio dele! Se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida! (Romanos 5.8-10).

Vale ressaltar que a ressurreição de Cristo significa também que o sacrifício do Filho foi aceito pelo Pai. Ou seja, quando o Pai ressuscitou o Filho de entre os mortos estava aprovando o trabalho de Jesus Cristo de sofrer e morrer por seus eleitos, pagando cabalmente os pecados deles, e, por isso, Jesus não precisava permanecer morto por mais tempo. Assim, podemos afirmar que a ressurreição de Jesus Cristo é o anuncio retumbante de sua vitória e o coroamento de seu ministério terreno.

Por outro lado, se Cristo não ressuscitasse, a justificação não poderia ser aplicada a vida dos crentes, e nós, de acordo com as palavras do apóstolo Paulo, permaneceríamos em nossos pecados, sem perdão: “E, se Cristo não ressuscitou, inútil é a fé que vocês têm, e ainda estão em seus pecados.” (1Co 15.17). Por isso, corretamente, J.I. Packer diz que “a cristandade descansa na certeza da ressurreição de Jesus como uma ocorrência no espaço-tempo da história”. Sem dúvida, a ressurreição do Salvador é o fundamento da verdadeira esperança do povo de Deus.  

Essas verdades nos fazem entender melhor por que ao longo da história, a ressurreição de Jesus Cristo sempre foi considerada um dos principais pilares da fé cristã. Ela é rica em significado para Cristo e para a Igreja, que é seu corpo. Além da sua relação com a expiação e a justificação, a ressurreição de Cristo tem muitos outros aspectos importantes como a demonstração da sua vitória sobre a morte (At 2.24; 1Co 15.54-57) e confirmação de sua divindade (Rm 1.4). Porém, creio que o que consideramos neste artigo é suficiente para afirmarmos que sem a ressureição, a obra de Cristo seria um fracasso, não haveria boa-nova, nossa proclamação seria sem sentido e nossa esperança inútil, pois não haveria salvação nenhuma. Porém, aqueles que creem podem se alegrar verdadeiramente porque “...de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos...” (1Co 15.20).   

 

“As melhores notícias que o mundo já ouviu vieram de um túmulo.” Anônimo

Azael Araújo

Azael Araújo


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