A generic square placeholder image with rounded corners in a figure.


A Fragilidade Educacional e os Desafios do “Novo Normal”


Por: Assessoria de Imprensa
Data: 25/09/2020
  • Compartilhar:

Por Jan Carlos Berto Santos*

Caro(a) leitor, chamo a atenção com a ideia inicial do homem como um ser vivo racional, pensante, autônomo, no ápice de sua evolução humana e no controle das leis que regulam a natureza. Da descoberta do fogo ao mundo globalizado e tecnológico, o homem perpassa momentos de fracasso e sucesso e ao longo da história vem se mostrando perspicaz em relação à luta pela sobrevivência e bem-estar. Entretanto, diante do cenário pandêmico atual, o vírus misterioso e desconhecido foge de nossos prévios conhecimentos e modifica toda a rotina. Deparamo-nos com as nossas próprias fragilidades, bem como diversos desafios. A ausência da paz, o bombardeio de informações (sejam essas populares, falsas ou científicas), a “tempestade de incertezas” entre outras gravidades nos colocaram diante de um campo de batalhas tendo como “mandante terrorista” o coronavírus, e nesta guerra encontra-se a importância pela saúde, a corrida pela imunização e a esperança de que esse caos irá passar.  

Neste contexto, vamos ao encontro de nossas crianças e jovens que por medidas preventivas contra o vírus tiveram que se ausentar do ambiente escolar na modalidade de ensino presencial, fazendo de suas casas a “nova escola” embalados com uma carga exaustiva de atividades a cumprir. Em cada domicílio que abriga uma criança ou jovem estudante, entre cadernos, livros e canetas, estão presentes as dúvidas, a angústia, as incertezas, entre outros fatores que não se apagam facilmente com a borracha. Além de todas essas questões, ainda existe a ausência de um Tablet ou celular afetando diretamente os mais pobres. 

Dentre os desafios educacionais impostos neste momento, está a necessidade da inclusão digital, que por motivos financeiros, sociais e econômicos está colocando o setor educacional em risco. Diante disso, lhe convido caro(a) leitor(a) a refletir a respeito da seguinte questão: Como lidar com os desafios atuais enfrentados pelos docentes no “novo normal”? 

Retomando uma linha do tempo em que os educadores vêm percorrendo ao longo da história, ou seja, da passagem de uma imagem de professor autoritário, dono do saber, profissional desmotivado e com perca de identidade, aos novos heróis. Sim! Novos heróis, pois estão se redescobrindo e se reinventando, de modo a superar a distância e os desafios do baixo investimento no setor educacional, sendo hoje os educadores, youtubers de primeira linha, ao qual, não medem esforços para levar o conhecimento a cada um de seus alunos. 

Neste momento o empenho dos profissionais da educação juntamente com a solidariedade da população, vem ganhando cada vez mais espaço e alguns valores humanos parecem-me despertar, o que nos leva a crer que estamos sendo conduzidos para um futuro melhor. Curiosamente, o medo da conexão em rede e o individualismo que a internet junto aos meios tecnológicos parecia estar nos proporcionando ao longo dos anos, agora simplesmente nos reconectou com as famílias. 

 Por meio de campanhas, arrecadações, lives, entre outros, a tecnologia colabora positivamente para que os profissionais da educação consigam obter aparelhos celulares de forma solidária e levarem aos mais necessitados. Gradativamente, o desafio de que as aulas online adentrem a casa de cada estudante vem sendo superada, com isso, aguardamos otimistas e ansiosos para que as autoridades do país tenham um novo olhar para a educação, visando o esforço de cada educador neste momento, e possivelmente futuros investimentos educacionais no âmbito preparatório e tecnológico no setor, pois quem disse que de trapos não se podem fabricar belos acolchoados? Nesta visão otimista e aproveitando que a sensibilidade humana está voltando a ser tendência, atrevo-me a decretar nesse momento a positividade em rede e a semeadura do amor, para que confiantes possamos superar este período.

E o que dizer dos pais? Ora! Eles também estão sendo desafiados a reaprender o seu papel na vida escolar de seus filhos, isso, pois passaram a acompanhar as aulas online junto a eles, de modo a reaproximar ambas as partes, bem como, a cobrança, disciplina e rotinas com seus filhos. Por outro lado, a educação remota condicionou os pais a serem os “novos alunos”, sim, pois estão conectados com seus filhos e muitas das vezes tendo que ser a extensão das explicações dos docentes. Nestas condições, tendo uma visão futurística o “novo normal” coloca os pais como seres pensantes no que diz respeito à valorização da profissão professor, resgatando-se a importância de se ver e se por no lugar do outro. 

Além disso, o trabalho remoto tido como o “novo normal” vem desenvolvendo a particularidade de cada indivíduo, sendo este momento a ocasião ideal para que o aluno retome sua autonomia estudantil, resgatando a importância de se estabelecer uma rotina e organização, bem como, da reflexão de seu lugar na sociedade como ser pensante e questionador no futuro pós-pandemia. Além do mais, torna-se relevante destacar que a introdução do aluno no ambiente tecnológico, o faz compreender o uso desses meios como algo necessário para o seu próprio conhecimento e não apenas para fins de entretenimento, lazer ou diversão. 

Diante do exposto, mesmo em meio ao caos é possível abrir mão do pessimismo e extrair o lado positivo de cada situação e perceber que o ambiente educacional está conseguindo reconectar os pais e/ou responsáveis, os alunos e toda a sociedade. De modo que, esta é a forma mais sublime de atrair o olhar dos governantes. E aguardarmos que dias melhores virão. 

 


Anuncie com Jornal Noroeste
A caption for the above image.


Veja Também


smartphone

Acesse o melhor conteúdo jornalístico da região através do seu dispositivos, tablets, celulares e televisores.