A generic square placeholder image with rounded corners in a figure.


A formação de professores e o ensino de qualidade


Por: Assessoria de Imprensa
Data: 22/02/2019
  • Compartilhar:

Por: Valéria do Prado Guisso*

Em tempos de constantes e rápidas mudanças, dúvidas e incertezas ocupam “espaços e tempos” em relações simples e cotidianas ou complexas como o fazer educacional. Os processos educacionais buscam continuamente meios de reinventar-se e sobreviver aos mares de mudanças e modismos pedagógicos que interferem, alinham e realinham processos de acesso ao conhecimento que, ora avançam, ora retrocedem, ora comunicam, ora se calam diante das imposições políticas, econômicas e sociais.

A história da educação brasileira tem mostrado o constante tentar, por meio de inserções pedagógicas, a realização da tão sonhada qualidade na educação, cujo propósito seja o de elevar os níveis de acesso e equidade, meios pelos quais se estabelecem as oportunidades de comunicação dos sujeitos com o meio social, político e econômico, para Freire (1971), uma relação de comunicação dialética com o mundo, de forma consciente e crítica, que permite a esses homens transcender a esfera espontânea e ingênua da apreensão da realidade para assumir uma posição epistemológica.

Pensar, portanto, uma relação dialética com o mundo é pensar a inserção dos sujeitos à coletividade das ações humanas, é de forma mais espontânea pensar a necessidade da vivência coletiva expressa pelas experiências sociais e as práticas culturais que envolvem um processo de troca entre o indivíduo e a sociedade. Neste contexto revela-se a escola como espaço tempo de desenvolvimento e aprendizagem que se inter-relacionam num processo de troca e interação entre pessoas, tornando o ato sistematizado de aprender um aspecto necessário ao desenvolvimento psicológico, cognitivo e social de crianças e adolescentes em idade escolar, além dos jovens, adultos e idosos que buscam na escola o acesso ao conhecimento sistematizado. 

Desta forma, a escola pode ser considerada local privilegiado em que a figura do professor tem função central no processo de internalização do conhecimento, do desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita interpondo um elo mediador entre o educando e o mundo. No entanto, é evidente que não se adquire conhecimentos apenas com os professores, mas na escola o professor é o sujeito mais experiente, suas ações são planejadas e tem intencionalidade educativa a partir de práticas pedagógicas específicas. Assim, é preciso pensar a formação de professores para um ensino de qualidade que ao assumirem o compromisso de educar possam faze-lo com qualificação técnica e competência pedagógica.

Portanto, deve-se considerar que no momento atual o Brasil tem muitos desafios de superação relacionados a qualidade do ensino e de formação, inicial e continuada, de professores.  Pesquisa realizada em 2018 pela Varkey Foundation, entidade dedicada à melhoria da educação mundial, acompanhando as avaliações do PISA, revelam que o Brasil ocupa o último lugar no ranking de status do professor, comparativo com 35 outros países. Segundo especialistas o status dos professores na sociedade, seu prestígio e a forma como são enxergados, tem influência decisiva no desempenho dos alunos na escola.

Para Sunny Varkey, fundador da Varkey Foundation “Respeitar os professores não é apenas um dever moral importante, é essencial para os resultados educacionais de um país”. 

Portanto, nesse momento, o Brasil deve concentrar esforços na formação e qualificação dos professores, na didática, nas estratégias de ensino, pensando a prática social na escola que muitas vezes enfrenta a desigualdade econômica e a violência urbana como fatores que prejudicam o trabalho do professor afetando a qualidade do ensino e consequentemente os resultados da aprendizagem. No entanto, concentrar esforços em novos projetos educacionais como o do homeschooling, ou Educação domiciliar é negar a importância social do ambiente escolar ignorando a importância da profissionalização e da melhoria dos processos educacionais formais que não uma minoria mas, milhares de brasileiros tem acesso.

* Valéria do Prado Guisso, mestre e especialista em educação | Prof.vª adjunto na Faculdade Santa Maria da Glória – SMG – Maringá/PR


Anuncie com Jornal Noroeste
A caption for the above image.


Veja Também


smartphone

Acesse o melhor conteúdo jornalístico da região através do seu dispositivos, tablets, celulares e televisores.