Nesta última semana vimos que o Ministro da Justiça, Dr. Sergio Fernando Moro, apresentou um Projeto de Lei ao Congresso Nacional, endurecendo as normas que tratam sobre corrupção, crimes violentos e crime organizado e a sociedade tem festejado essa atitude, pois há muito carecíamos de um olhar mais atento sobre tais crimes, que mudaram nossos costumes e passaram a nos aterrorizar.
Começamos o ano como alguns outros anteriores, desta vez vendo no Estado do Ceará facções criminosas agindo de forma destemida e violenta contra a vida das pessoas e o patrimônio público e privado, para manterem privilégios nos presídios e no trato do crime diariamente. Os criminosos sempre tão acostumados a vencer nos últimos tempos, não aceitam a punição do Estado a eles impingidas e querem ditar as regras. Não satisfeitos, elegem seus próprios representantes para os Parlamentos e até para o Executivo.
Há poucos dias e desde de então, estamos acompanhando estarrecidos a tragédia ocorrida em Brumadinho, que ceifou centenas de vidas e afetou direta e indiretamente milhares de pessoas. E se torna revoltante saber que no Congresso já havia projeto para tratar sobre regras a respeito das barragens, que se implantadas poderiam ter evitado todo esse sofrimento, mas que se manteve engavetado por motivos que merecem ser apurados.
O ex-governador do nosso Estado do Paraná, foi preso acusado por denúncia de corrupção ligada às concessionários de pedágios nas rodovias estaduais e federais do Paraná, estimando-se que houve um desvio de mais de 8 bilhões de reais e o processo não atinge outros dois governadores anteriores por motivo de prescrição, não de inocência. E nesse caso as investigações podem ou devem chegar até a Assembleia Legislativa, eis que os deputados estaduais tinham a obrigação de fiscalizar os atos do Executivo, ainda mais quando era tão evidente que havia algo errado no caso dos pedágios, tanto na execução da duplicação das estradas, como no valor cobrado nas praças de pedágio.
O Ministério Público Federal, que está acusando diversas pessoas, sendo eles agentes públicos e privados e empresas, o que configura um verdadeira organização criminosa, constatou que menos de um terço das rodovias que deveriam ser duplicadas de fato foram, ou seja, de 1.000 km que deveriam ter sido duplicados, 720 deixaram de ser e nesse contexto centenas de vidas ceifadas em acidentes decorrente de colisão frontal nas estradas de pista simples e que já deveriam ter sido duplicadas, poderiam ser evitadas. Disse o Procurador Deltan Dellagnol em pronunciamento à imprensa: “A corrupção dos pedágios deixou um rastro de sangue e de morte nas rodovias do Estado do Paraná.”
Diariamente vemos reportagens sobre pessoas que morrem em recepções de hospitais públicos por falta de atendimento. Pela ausência de investimento e saneamento básico, em muitos lugares do nosso país, o esgoto corre a céu aberto, contaminando e adoecendo milhares de pessoas. As escolas brasileiras precisam fazer rifas e promoções para atenderem necessidades básicas que deveriam ser custeadas pelo poder público e gerações e gerações de crianças e jovens estão sendo alijados de um bom ensino que proporcionaria a eles uma mudança de vida para melhor.
A conclusão que chego é que a corrupção mata e mata muito. Um político, um funcionário público ou mesmo uma empresa ou pessoa privada, que concorre para o desvio de dinheiro público, chega a ser mais perigoso e danoso que um assassino a sangue frio, pois o efeito da corrupção alcança milhares de pessoas que sofrem e até morrem em decorrência dela.
Por isso, todos nós, cidadãos e cidadãs brasileiros, precisamos ser intransigentes com a corrupção, estar atentos ao que acontece no nosso município, estado e país, votar apenas em candidatos ficha limpa, acompanhar o trabalho daqueles que elegemos e exigir que atuem de forma transparente e honesta.
Estamos vendo nesse início de mandato atitudes da parte de alguns políticos que elegemos que nos deixam esperançosos que a mudança que queremos começou, mas não podemos nos acomodar, pois é hora de mostrar a força que o povo tem dentro de uma estado democrático, por isso, todos devemos ser voluntários no controle externo dos atos da administração pública, pois só dessa forma chegaremos ao ideal, que é um estado gerido por pessoas honestas, competentes, de forma transparente e buscando o bem comum.