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Quando falamos, o que sai da nossa boca são palavras que podem, em diferentes contextos, significar várias coisas, mas quando estamos em um determinado ambiente estas palavras podem ser trocadas por outras, a fim de se adequar ao contexto em que esta pessoa está, moldando sua fala para se encaixar ao "padrão" dos outros falantes presente no ambiente.

 Muitos de nós conversam de uma forma peculiar, que pode ser vista como falta de cultura ou leitura, mas isso não faz da linguagem deste indivíduo inferior à outra, pelo contrário, torna este vocabulário único e especial.

 Afinal, a sua cultura não é melhor nem pior que a de ninguém.

 Roupas e dinheiro não fazem de uma pessoa ser boa falante, apenas a molda ao o que a sociedade quer ver, mas o fato de falar bem está, em sua maioria, ligado a norma padrão em que somos ensinados a admirar e saber que falar daquela forma é o ideal. Mas o que seria o ideal?

 O ideal seria conjugar todos os verbos, acentuar perfeitamente as palavras, dividi-las corretamente, usar de todos os pronomes, saber tudo da oração subordinada do pretérito perfeito e mais um milhão de regras da língua portuguesa.

 O ideal seria, certamente, aceitar, ouvir, compreender e entender que existem neste país continental variadas línguas dentro da nossa "língua padrão", que nossas culturas são misturadas que, sim existem, palavras diferentes, sentidos diferentes e dialetos, vocabulários ricamente únicos dentro do nosso mundo chamado Brasil.

 Julgar outra pessoa porque o que ela fala não condiz com a realidade é preconceito linguístico. Rir, coagir, cancelar (algo comum hoje em dia), tentar mudar a pessoa para ver se a fala dela muda, é errado, o jeito que cada um fala é o que nos torna únicos.

 A língua de um povo/lugar é reflexo da sua evolução ou retrocesso, uma linguagem rebuscada não é mais bonita do que uma linguagem moderna, cheia de "gírias", cada uma é bonita do seu jeito, cada tal como é, únicas.

 O português brasileiro vem evoluindo conforme nossa sociedade cresce e muda, trazendo aos poucos um pouco de cada brasileiro e das suas origens para o nosso vocabulário crescer e se transformar em algo só nosso.

 A variedade linguística presente no nosso país, reflete o quanto nós somos variados dentro de um mesmo território, onde cada Unidade Federativa contém seu próprio vocabulário e, às vezes, dentro delas existem "sub línguas" que trazem diversas palavras.

 A linguagem transforma nossas vidas e a forma como nós vemos o mundo, transformar a nossa forma de ver a cultura do outro é fundamental para acabarmos com o preconceito linguístico presente ainda na nossa sociedade, aceitar e entender que toda língua provém de uma base histórico-social importante para aquela região é primordial, pois só assim chegaremos no padrão brasileiro de se viver, onde toda cultura deve e precisa ser aceita.

Fabi Torres


Anuncie com Jornal Noroeste
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