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Artigo: Análise da obra Canção do Exílio


Por: Artigo de opinião
Data: 25/07/2024
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Por Sofia Burdelake Bespalhuk 

A obra Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, foi publicada em 1857, no livro Primeiras Canções. Composto por três quartetos e dois sextetos, o poema ufanista retrata a saudade que Dias sentia por estar longe de sua terra natal, época em que o poeta estava em Portugal cursando Direito, e até causa uma atmosfera de exílio, tamanha era sua melancolia.

Os trechos como “Minha terra tem palmeiras, / onde canta o Sabiá.” E “Nossos boques têm mais vida,” deixam claro que o poeta se referia à biodiversidade brasileira, em especial à diversidade de palmeiras. A cidade natal de Dias, Caxias, no nordeste do Maranhão, é uma área de transição entre o Cerrado, a Amazônia e a Caatinga que abriga diversas espécies de palmeiras,

por isso, é chamada de “Zona dos Cocais”.

Entretanto, o Sabiá sempre é citado no singular, o que sugere que o autor queria especificar a espécie de sabiá. De acordo com o biólogo Luciano Lima, Gonçalves Dias provavelmente falava do sabiá-barranco, espécie abundante em áreas rurais da região que viveu o poeta.

O poema representa tão bem a natureza brasileira que é parafraseado no Hino Nacional Brasileiro. O Hino possui apenas uma pequena adição aos versos “Nossos bosques têm mais vida, / nossa vida (em teu seio) mais amores”. O patriotismo de Dias, ainda, é evidente nos versos em que ele afirma que ele não encontra primores ou gorjeios em Portugal como encontra no Brasil. Há também uma constante declaração de que no Brasil há “mais prazer”, “mais estrelas”, “mais flores”, “mais vida” e “mais amores”, ou seja, ele exalta toda a natureza e modo de vida brasileiro.

Na estrofe final, o poeta clama a Deus para que ele possa voltar à sua terra natal e desfrutar das belezas brasileiras, rever “as palmeiras / onde canta o Sabiá.” Por ser uma obra icônica do Romantismo Brasileiro, diversas figuras como Carlos Drummond de Andrade, Mario Quintana, Chico Buarque e Casimiro de Abreu já compuseram releituras da Canção do Exílio, e ela se mantém como símbolo da poesia brasileira.

Sofia Burdelake Bespalhuk é aluna do 2º ano do Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio do IFPR campus Paranavaí

 


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