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Hipertensão Arterial: cerca de 30% de brasileiros convivem com esta doença silenciosa que pode agravar com o frio


Por: Dr. Juarez de Oliveira
Data: 30/06/2025
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A hipertensão arterial ou pressão alta que atinge 30% de brasileiros adultos e um terço da população adulta  mundial ( 1,3 bilhão de pessoas),  é uma doença silenciosa, crônica, caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela acontece quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 130/80 mmHg (ou 13/8). Anteriormente, o valor de referência para a pressão arterial alta era de 140/90mmHg (ou 14/9). A pressão alta faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para fazer com que o sangue seja distribuído corretamente no corpo. É um dos principais fatores de risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral,   infarte,  aneurisma arterial,  insuficiência renal e cardíaca.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 390 pessoas morrem por dia no Brasil por hipertensão arterial. Muitas pessoas que circulam pelas ruas, shoppings, aeroportos, igrejas, supermercados  e outros locais, são hipertensas e nem sabem. A doença desafia médicos e pacientes por conta de seu caráter silencioso. A única forma de descobrir a doença  ou controlá-la  é aferindo a pressão arterial de acordo com a orientação de seu médico.

Novas diretrizes para a hipertensão pela Sociedade Europeia de Cardiologia

As novas diretrizes para hipertensão que adotam critérios mais rigorosos, redefinem os valores considerados normais e enfatizam a importância da mudança do estilo de vida e tratamento precoce, diminuindo significativamente a incidência de infartos e acidentes vasculares cerebrais.  A pressão arterial normal passou a ser 120/70mmHg  (12/7) e a  de 120/80mmhg, antes considerada normal, agora passa a ser considerada “elevada”, e  a hipertensão arterial  é diagnosticada quando a pressão sistólica atinge ou ultrapassa 130mmHg e/ou a pressão diastólica atinge ou ultrapassa 80mmHg. Como se vê, antes, a pressão alta ou hipertensão  tinha como parâmetro o valor a partir de  140/90mmHg ( ou 14/9). Agora, o valor  130/80mmHg ou 13/8 pode indicar um risco aumentado de problemas cardiovasculares e é recomendado acompanhamento médico, permitindo que mais pessoas sejam diagnosticadas e tratadas antes  do surgimento de complicações.

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Causas da hipertensão arterial

Em 90% dos casos a hipertensão tem tendência familiar, mas há vários outros fatores que podem influenciar nos níveis pressóricos. Vejamos:

·        Elevado consumo de sal (cuidado com os alimentos industrializados);

·        Aumenta com a Idade ( No Brasil, cerca de 60% dos idosos com mais de 60 anos têm  hipertensão). Não esquecendo que ela pode atingir indivíduos jovens, inclusive criança;

·         Tabagismo;

·        Consumo excessivo de bebidas alcoólicas;

·        Sobrepeso e obesidade;

·        Estresse;

·        Sedentarismo;

·        Níveis altos de colesterol;

·        É mais frequente na raça negra;

·        Diabéticos;

·        Problemas renais;

·        Doenças cardíacas e outras;

·        Distúrbio hormonais;

·        Certos medicamentos, drogas ou substâncias exógenas;

·        Distúrbio do sono;

·        Hipertensão do Avental Branco (aumento da pressão arterial durante consultas médicas, pela presença do médico ou do ambiente);

Sintomas

Os sintomas da hipertensão arterial costumam a aparecer somente quando a pressão sobe muito, podendo ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, dores na nuca, zumbido no ouvido, fraqueza, falta de ar, palpitações, vômitos, visão embaçada, confusão mental e sangramento nasal.

Tratamento

A hipertensão arterial, de um modo geral, não tem cura, mas pode ser controlada com uma combinação no estilo de vida e, se necessário, medicamentosa. Somente o médico poderá determinar o melhor medicamento de uso contínuo e orientação para cada paciente. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente medicamentos nas  Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou nas Farmácias Populares para hipertensão arterial e outras doenças.

Prevenção

Além dos medicamentos disponíveis atualmente, é imprescindível adotar um estilo de vida saudável e que adultos a partir de 20 anos façam a aferição da pressão arterial pelo menos uma vez ao ano, aumentado a frequência com a idade e histórico familiar conforme orientação médica. As medidas preventivas:

·        Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares incluindo alimentos ricos em  fibras;

·        Alimentação saudável, balanceada e adequada;

·        Não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos;

·        Gerenciamento do estresse;

·        Praticar atividades físicas regularmente: é a saúde em movimento;

·        Abandonar o tabagismo e moderar no álcool;

·        Evitar alimentos gordurosos e industrializados;

·        Controlar o diabetes ou outras doenças que possam agravar a hipertensão;

Hipertensão Arterial versus  Inverno

A chegada do inverno traz consigo uma preocupação extra com a saúde. Isso porque, os casos de  Infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC) podem aumentar consideravelmente em temperaturas abaixo de 14ºC, segundo o Instituto Nacional de Cardiologia. Pacientes com idades mais avançadas e aqueles que já possuem doenças relacionadas ao coração, são os mais vulneráveis as baixas temperaturas.

Mas por que isso acontece?

A explicação está num processo natural do corpo que com a queda na temperatura provoca a vasoconstrição de vasos sanguíneos (diminuição do calibre). Essa vasoconstrição, no entanto, pode  elevar a picos de hipertensão, a chamada pressão alta, sobrecarregando o trabalho do músculo cardíaco a fazer mais esforços para  bombear  o sangue e vencer a resistência dos vasos contraídos. Além disso, ocorre um aumento de cortisol no sangue e alterações da coagulação, que, juntos, favorecem a formação de coágulos que podem entupir as artérias. Vale  acrescentar que o aumento das infecções respiratórias mais frequentes nesta época, também  é um fator que contribui para maior incidência de doenças cardíacas no inverno. Outros fatores  que contribuem para o aumento do risco de hipertensão no inverno são  a pouca ingestão de água que deixa o sangue mais espesso, alimentação muito calórica, gordurosa e salgada que também pode contribuir para a hipertensão,  e o sedentarismo porque as pessoas ficam mais em casa e deixam de fazer  atividades físicas prejudicando a saúde cardiovascular.

Para evitar a hipertensão no frio, é crucial manter o corpo aquecido e bem agasalhado, adorar uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos preferencialmente em ambientes fechados, hidratar-se adequadamente, limite-se o consumo de álcool e cigarro, suplemente-se de vitamina D, tomar medicamentos se necessário, manter-se hidratado  e monitorar a pressão arterial.

Lembre-se: não subestime de maneira nenhuma a sua hipertensão.

·        Dr. Juarez de Oliveira é Médico da Estratégia Saúde da Família (ESF) em Nova Esperança

Dr. Juarez de Oliveira


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