Cidinha Arneiro: uma história de amor e realização com a arte de fotografar
Comecei a trabalhar muito cedo. Com 12 anos e com carteira assinada (na época era permitido), comecei nas Casas Pernambucanas, como aprendiz de escriturária.
Permaneci lá durante 8 anos, até passar no concurso da Caixa Econômica Federal. Na Caixa Econômica Federal, trabalhei durante 31 anos, 30 dos quais, no caixa. Amava o que fazia, principalmente com o meu trabalho, ajudar as pessoas. Só que infelizmente, o trabalho de bancário é desgastante e estressante. Comecei a ter problemas de saúde física e mental. Os problemas físicos foram resolvidos e os mentais, a solução foi ocupar mais ainda a mente.
Eu sempre fui ligada em artes: fazia aulas de pintura em tela, confeccionava bijuterias entre outras coisas.
Em 2009, sugerido por uma querida amiga, fiz o primeiro curso de fotografia. Simplesmente odiei. Achei tudo muito difícil (eu não sabia nada e isso tornou a linguagem fotográfica realmente muito difícil). Se fosse hoje, com as informações que temos na internet, seria bem mais fácil.
O professor chegou falando sobre ISO, velocidade, abertura....e eu não tinha menor ideia do que isso se tratava.
Resolvi deixar minha câmera no automático e continuar fazendo fotos dessa forma (eu já havia feito um curso de edição no photoshop).
Em 2011, uma outra amiga me falou sobre um outro curso de fotografia. Pensei: Não custa tentar...
Para minha alegria, desta vez me apaixonei pela fotografia (eu já sabia alguma coisa sobre). Passei a querer estudar mais e mais e mais.
Comecei a fazer fotos grátis de amigos, para treinar.
Conciliava a fotografia com o trabalho na Caixa. Era puxado, mas satisfatório.
A procura começou a aumentar. Final de 2011, já fotografava profissionalmente (cobrava para isso). Em junho de 2012, achei que deveria ficar somente com a fotografia, que era mais prazerosa.
Aposentei-me da Caixa Econômica (gratidão a Deus pelo emprego que tive lá) e fui ser fotógrafa em tempo integral. No início eu fotografava tudo o que aparecia (festa, casamento, batizado), mas com o tempo fui vendo que minha grande paixão é fotografar gestantes, crianças maiores de 6 meses, meninas de 15 anos, pré-aniversários de mulheres de todas as idades e famílias. E tenho me dedicado a esse nicho. Gosto de fazer fotos artísticas (minha paixão), bem produzidas, que contam histórias.
Se a gestante tem um objeto que para ela significa muito (um presente da avó, por exemplo), peço que ela leve na sessão, pois as fotos têm que ter a essência da família.
Mais recentemente, me apaixonei pelas fotografia Fine Art, que têm uma definição um pouco ampla, mas resumindo: além de uma edição diferenciada, nelas, o fotógrafo coloca o seu sentimento. O projeto de fotografar crianças em algumas profissões, sinceramente nasceu sem eu pensar muito sobre o assunto.
Comecei fotografando um menino numa oficina, depois numa sapataria, um engraxate... e por aí foram aparecendo as ideias.
Teve a sessão das meninas lavando roupa, os meninos trabalhadores na granja, os colhedores de banana e mais algumas.
Tenho ainda muitas ideias para por em prática. É apaixonante ver as crianças se divertindo e conhecendo um pouco de cada profissão.
As mães das crianças vão junto na sessão e dão todo o suporte. Agora na pandemia, fico bem longe, trabalhando sempre com uma lente zoom, não tenho contato com eles. Uso máscara e álcool gel, sempre.
Costumo dizer sempre, que ao contrário do que dizem 90% dos fotógrafos, eu não era apaixonada por fotografia. Foi ela que me descobriu, por necessidade. Essa necessidade virou uma paixão, que me ajudou e tem me ajudado muito.
Estudo fotografia todos os dias, no mínimo umas 4 horas. Não por obrigação, mas porque a paixão por ela, me faz querer saber sempre mais.
Minha maior recompensa na fotografia é quando o fotografado sente sua autoestima resgatada. Isso não tem dinheiro que pague!