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Thor: Amor e Trovão


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 07/07/2022
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Como esperado, a estreia dessa semana é Thor: Amor e Trovão. Da mesma forma que os demais filmes do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU), essa obra vem repleta de expectativas e alavancada pela ansiedade dos fãs, mesmo sem oferecer maiores contribuições para a grande trama central que se espera dessa quarta fase do MCU. Falar do “deus do Trovão” da Marvel é falar de um caso quase inédito dentro do gênero dos filmes de herói. Isso porque esse é um personagem que ao invés de evoluir, fez o contrário e involuiu. Mesmo assim, há quem goste muito mais do Thor atual do que daquele apresentado no longínquo ano de 2011. Sobre essas mudanças e sobre esse novo filme a Coluna Sétima Arte vai te deixar muito bem informado.

Vamos começar comentando sobre essa transformação do Thor ao longo do tempo. Seu filme de 2011 trazia a seriedade, a responsabilidade e a dignidade que são esperadas de um deus nórdico. Muito próximo do que esse personagem é nas HQs, o longa era sutil e ostentava suas piadas de forma involuntária, de maneira que, por mais que a personalidade do personagem fosse dada a fanfarronice, ele ainda era visto como um ser quase intocável. Essa aura de divindade permaneceu por pouco tempo, a participação no grupo dos Vingadores começou a traçar outros rumos para a personalidade do herói e sua seriedade foi sendo diluída ao longo dos próximos filmes da Marvel, juntamente com sua dignidade de deus. Até que o deus do trovão abraçasse de vez a comédia, quase pastelão, em Thor: Ragnarok.

Após esse filme de 2017, o diretor Taika Waititi lapidou por completo a nova personalidade do herói e mostrou ao mundo que, muito mais do que um rosto bonito, Chris Hemesworth é na verdade um bom comediante. Bom para ele e bom para Marvel que finalmente abandonou de vez os pequenos flertes com a comédia e criou uma obra que pudesse ser enquadrada plenamente nesse gênero. Nesse meio tempo, perdeu-se uma Jane Foster, criou-se um anti-herói com Loky, incluiu-se uma excelente heroína negra e lésbica na história e, por fim, deu-se cabo do grande vilão Thanos.

E agora, o que sobrou para esse filme? Nas mãos de outro diretor, um mais parecido com Christopher Nolan (aquele da trilogia do Batman), talvez o público pudesse contemplar um renascer do herói, mais maduro, mais soturno, envolto numa busca pela paz interior. Esse sentimento niilista que surge após a derrota do grande vilão da última fase do MCU poderia ter aberto espaço para a evolução de Thor não como deus, mas como pessoa. O que tornaria, em tese, seu filme muito mais interessante.

Infelizmente, Taika Waittiti retorna como diretor desse filme e ele não é conhecido por esse tipo de características. Camadas mais profundas em suas obras tendem a serem reduzidas a puro e simples cinismo e ironia, fazendo um tipo de comédia muito raso, mas que agrada em cheio aos mais jovens. A promessa da Marvel de entregar ao público um retorno de Jane Foster — mais uma vez interpretada pela premiada Natalie Portman —, numa comédia romântica não é nem de longe alcançada, assim como o peso que o drama que um câncer terminal poderia dar à obra também é desperdiçado em meio a piadas infamas.

O que sobra para o expectador e fã da Marvel? Uma trama acelerada, em meio a uma paleta de cores exagerada (que poderia muito bem ter saído da Avenida Paulista em dia de Orgulho LGBTQIA+), um vilão que beira a vilania dos desenhos animados e uma trilha sonora regada a Guns N’ Roses. É ruim? Não, diverte na medida certa! Mas, em comparação ao lançamento anterior, Doutor Estranho: No Multiverso da Loucuraem que San Raimi se propõe a entregar um filme de ação/terror e faz com maestria —, essa estreia deixa muito a desejar. Isso porque não contribuiu em nada a não ser divertir.

A Marvel leva ao cinema o que a maior parcela de seu público fiel quer ver: uma sequência de piadas afiadas, em meio a ótimas cenas de ação. Isso já basta para fazer os fãs felizes e para encher os cofres do estúdio até o próximo blockbuster. O elenco entra nesse clima com boas atuações, isso porque também estão se divertindo enquanto trabalham, algo que contribuiu demais para que a trama flua de acordo com os desejos do diretor. Dentre o elenco eu quero dar destaque para Christian Bale, que, ao estrear na Marvel interpretando o vilão Gorr, constrói uma figura sinistra e sombria, mesmo quando aterroriza criancinhas, algo que você esperaria de um vilão caricato de desenho animado e não do cara que está peitando todos os deuses do universo. Vamos à trama!

A história é simples e já foi revelada nos trailers. Thor vive o vazio da falta de proposito na vida, já que seu amor o deixou e não existe mais nenhuma grande ameaça para enfrentar. Quando o grande vilão Gorr, também conhecido como “carniceiro dos deuses”, entra em cena, ele reúne um grupo de guerreiros para enfrentar a ameaça. Nesse ponto, descobre que terá a ajuda de sua ex-namorada que agora empunha o Mjolnir e se tornou a poderosa Thor.

Por que ver esse filme? Todo filme da Marvel tende a ser um espetáculo. Se nem mesmo Martin Scorcese foi capaz de mudar a convicção do público sobre a relevância dos filmes da Marvel, quem seria eu para tentar fazer isso! Por isso, se você está acompanhando, tanto no cinema quanto no Disney Plus, o desenrolar dessa nova fase do MCU, tem que ir ao cinema e ver o filme. Ele deve ser visto, principalmente por ser um tipo de diversão simples e gratuita, aquela que faz você rir sem precisar conjecturar ou refletir sobre nada. Ação e diversão são palavras de ordem em Thor: Amor e Trovão. Já o esperado romance, esse ficará para um outro momento! Boa sessão.

  Assista ao trailer: 

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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