Atletas de fim de semana podem colocar a saúde em perigo
Especialista fala sobre cuidados básicos e incentiva que atividade física seja realizada perto de casa e com os amigos
A maior parte dos brasileiros sabe que a prática dos exercícios físicos regulares é importante para o corpo e a mente. Porém, segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país mais sedentário da América Latina e ocupa a quinta posição no ranking mundial.
Seja por um motivo ou outro, o brasileiro costuma deixar as atividades físicas para depois, com as promessas de que ‘vai começar na próxima segunda-feira, na virada do ano ou que vai bater uma bolinha ou dar uma corridinha no fim de semana para queimar as calorias acumuladas ao longo do mês’.
“O primeiro passo é vencer a preguiça. Porém, tem que ir devagar e dar tempo para o organismo se adaptar. Os chamados atletas de fim de semana podem colocar a saúde em risco quando fazem esforços exagerados”, explica José Eduardo Segala, professor de Educação Física do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão, cuja graduação também será oferecida de maneira semipresencial a partir de 2023.
Devagar e sempre
O educador relata que o coração precisa de treino, condicionamento e que aquela caminhada para ‘derreter as gordurinhas’ ou o jogo de futebol no domingo pode prejudicar os batimentos cardíacos. Por isso, o melhor jeito de começar com segurança é fazer uma avaliação médica - principalmente cardíaca – iniciar as atividades de maneira leve, com baixa intensidade, com regularidade e sempre respeitar o ritmo atual do corpo.
“Tem muita diferença entre se mexer de vez em quando e achar que já está em plena capacidade física. É preciso atenção para ajudar o corpo a adquirir condicionamento, ativar a circulação sanguínea, aumentar a capacidade respiratória, fortalecer o coração, a musculatura e as articulações. Para quem está sedentário, nada de querer completar a Corrida de São Silvestre no fim de 2022”, orienta Segala.
Com prazer e com os amigos
Para manter o ritmo, o professor também recomenda fazer o exercício de que a pessoa goste, que sinta prazer e não faça pela obrigação. Pode ser um passeio no parque, andar de bicicleta, uma dança, pular corda, uma caminhada no bairro onde a gente mora.
“Fazer atividade física perto de casa não exige grandes deslocamentos e ajuda na manutenção desse hábito. Outra dica é fazer acompanhado de alguns amigos, o que vai servir como um estímulo a mais. Além disso, vai melhorar a convivência social, a diversão e gera comprometimento. Se alguém estiver desanimado, o colega vai dar aquela força extra”, complementa.
Ao mesmo tempo, o educador lembra que é fundamental fazer um pequeno aquecimento antes e um alongamento leve ao término dos exercícios – tudo para evitar lesões nos músculos, nas articulações e melhorar a saúde com um todo.
“O aquecimento diminui as lesões e serve como um tipo de aviso para o corpo sobre uma nova prática que vai começar. Por sua vez, o alongamento minimiza as tensões depois do exercício, ajuda a estirar as fibras musculares que se contraíram e deixa o corpo mais relaxado”.
Tanto o início e a continuidade dos exercícios físicos, quanto os alongamentos devem ser feitos de maneira regular e com acompanhamento de um especialista da área da saúde.