Atendimento psicológico online do Paraná é inovador e essencial
Afirmação foi feita pelo governador Ratinho Junior ao apresentar a ferramenta disponibilizada pelo Governo do Estado. Serviço é uma parceria com o CRP e psicólogos voluntários para ajudar as pessoas a enfrentarem medos e dificuldades durante a pandemia do novo coronavírus.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior apresentou na segunda-feira (11) a ferramenta de atendimento psicológico gratuita disponibilizada pelo Governo do Estado e disse que ela é inovadora e essencial para ajudar as pessoas a enfrentarem medos e dificuldades durante a pandemia do novo coronavírus. As consultas acontecem pelo aplicativo e pelo site de telemedicina lançados pelo Governo do Estado em abril. Há garantia de sigilo absoluto, respeitando o escopo ético da profissão.
O serviço é fruto de uma parceria do Governo do Estado com o Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP) e psicólogos voluntários e já conta com 50 profissionais realizando os acolhimentos, além de outros 90 que estão sendo capacitados para utilizar a plataforma. Entre o dia 1º e 10 de maio foram realizados 59 atendimentos virtuais. O sistema funciona das 8h às 23h.
“Os profissionais atuam de forma voluntária em uma plataforma que engloba muita tecnologia, atendem pessoas que buscam amparo psicológico e profissional nesse momento difícil. Esse modelo mostra que o Paraná sai na frente nos cuidados de saúde com a população”, afirmou Ratinho Junior. “Construímos as melhores soluções em união com a sociedade. Esse modelo virtual tem apresentado excelentes resultados e deve gerar novas políticas públicas depois da pandemia, em especial para a população mais carente”.
O aplicativo agrega profissionais de todo o Estado e dá acesso a atendimento especializado. Esse modelo é inovador no País e foi construído no Governo do Estado pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Secretaria de Estado da Saúde e Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar).
ATENDIMENTO - A psicóloga e professora Jeanine Rolim é uma das idealizadoras do projeto, ao lado da também psicóloga Carolina Simeão. Ela explica que o atendimento virtual pode ajudar em vários aspectos da vida cotidiana, e serve como acolhimento e apoio diante da perda, do medo e da insegurança.
“É um trabalho focado nessa sensação de angústia, ansiedade e até pânico. O intuito é oferecer os serviços da psicologia para ajudar as pessoas a enfrentarem as dificuldades. É um primeiro acolhimento que permite um desabafo, apresenta um serviço para quem não imaginava que poderia ter esse atendimento”, afirmou.
Ela destaca que a ideia surgiu a partir da autorização do Conselho Federal de Psicologia para o atendimento online. Contudo, diferentemente da telemedicina focada em sintomas da Covid-19, que oferta possibilidade de consulta textual, o atendimento psicológico acontece apenas por chamada (vídeo ou áudio) para evitar registro documental e permitir contato mais próximo entre o profissional e o paciente, de acordo com a liturgia da profissão.
“Construímos um modelo de atendimento emergencial muito específico para a pandemia, momentâneo, para acolher nessa dor de agora. Não há uma investigação do processo de psicoterapia como em um atendimento normal por parte do psicólogo, mas um processo de escuta ativa, de ajuda”, acrescentou Jeanine. “E temos percebido alívio ao final do atendimento. Há muita emoção e agradecimento diante dessas conversas”.
CONSULTAS - As consultas duram, em média, 50 minutos. Quem já participou pode voltar a ser atendido, sem restrições. De acordo com Jeanine Rolim, esses diálogos orientados por profissionais podem ajudar, por exemplo, arrimos de família a lidar com o medo de deixar alguém desassistido ou idosos que tiveram que se adaptar a um novo tipo de convívio em sociedade a partir do isolamento caseiro.
Pedro Braga Carneiro, conselheiro do CRP, afirma que a possibilidade de atendimento remoto respeita uma técnica bem difundida no meio. Segundo ele, mais do que dobrou o número de psicólogos credenciados na modalidade de atendimento virtual no cadastro nacional desde o começo da curva problemática da pandemia, em março.
“O Conselho Regional oferece apoio e orientação para os profissionais que aderem ao voluntariado. Eles precisam estar cientes de algumas resoluções do Conselho Federal em relação ao compromisso com sigilo, possibilidade de encaminhamento, atendimento com qualidade”, disse Carneiro. “É uma situação nova do mundo que nos enche de temores, medos, pode nos desestabilizar emocionalmente. E precisamos organizar os sentimentos para não sucumbir aos danos”.
COMO FUNCIONA – O usuário deve baixar o aplicativo Telemedicina Paraná ou acessar pelo site oficial do programa. Depois de concluir um cadastro básico, ele passa por uma triagem feita por inteligência artificial. Caso haja a identificação de sintomas relacionados à Covid-19, ele é direcionado para uma conversa com estudantes dos últimos períodos dos cursos de enfermagem e medicina, bolsistas do programa. Eles fazem as primeiras orientações e, dependendo do quadro apresentado, encaminham a pessoa para uma consulta online com médicos voluntários.
O protocolo para atendimento psicológico foi incluído no dia 1º de maio em fase de testes. Agora ele está totalmente ativo. Nessa metodologia, o bolsista pergunta ao paciente se há interesse na consulta ou pode também identificar, durante a interação, se há a necessidade de atendimento nessa área.
Após algumas perguntas para identificar a sintomatologia, o paciente é então orientado para a conversa com o profissional. O usuário também pode solicitar o atendimento psicológico logo ao acessar o Telemedicina Paraná.
TELEMEDICINA – A plataforma foi lançada em meados de abril e, até o dia 10 de maio, registrou 3.794 atendimentos, inclusive de pessoas do Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. Foram 908 encaminhamentos para consultas virtuais com médicos e 4 pacientes tiveram que procurar uma unidade básica de saúde indicada por esses profissionais. São 98 bolsistas, 60 médicos e 50 psicólogos já cadastrados no programa.
“A demanda vai aumentar e se houver necessidade aumentaremos a quantidade de bolsistas. Hoje não há fila de espera. Temos recebido impressões positivas dos bolsistas, as pessoas atendidas se sentem acolhidas. O principal objetivo é auxiliar a pessoa a ficar em casa e com segurança. Ou seja, evitamos o congestionamento das unidades de saúde”, afirmou Aldo Bona, superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. “E o atendimento psicológico funciona da mesma maneira, com apoio dos nossos extensionistas e de uma grande rede de voluntários”.
O aplicativo Telemedicina Paraná está disponível para os sistemas Android e iOS. A Telemedicina está amparada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), por meio da Resolução CFM nº 1.643/2002, e desde a década de 1990 tem o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS).
PRESENÇAS – Participaram do encontro o secretário de Saúde, Beto Preto, e o diretor-geral da Secretaria de Saúde, Nestor Werner; o chefe da Casa Civil, Guto Silva; o presidente da Celepar, Leandro Moura; e o Coordenador de Ciência e Tecnologia da Seti, Paulo Renato Parreira. Agência Estadual de Notícias
Servidores da Saúde também podem procurar atendimento
A Secretaria de Estado da Saúde começou a oferecer em abril um serviço de teleatendimento psicológico para servidores e colaboradores da área. Ele alcança até 8 mil profissionais em todo o Paraná. O serviço está disponível pelo 0800-645-5558, das 8h às 20h, todos os dias. A ligação é gratuita e com garantia de sigilo e anonimato. Sete psicólogos fazem os atendimentos, além de um psiquiatra na retaguarda para casos mais específicos.