Alto Paraná enfrenta risco de epidemia de dengue e situação mobiliza Secretarias Municipais
Número elevado de criadouros encontrados nas residências é preocupante. “O morador precisa se conscientizar, pois o combate Aedes aegypti, que transmite dengue, Zika e Chikungunya depende de todos nós. Um mosquito não pode vencer uma cidade inteira”, alerta a Secretária de Saúde de Alto Paraná, Isabel Cristina Vasconcelos.
As ações de prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti passaram a ser permanentes e tratadas como prioridade no município de Alto Paraná que está enfrentando riscos de surto e epidemia de dengue. O novo Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2019 aponta que de cada 100 casas, em 5,2 (média) foram encontrados focos de proliferação do mosquito (larvas).
A Secretária de Saúde Isabel Vasconcelos alerta para os riscos e empreendeu uma ação conjunta englobando todas as Secretarias Municipais. “O combate ao mosquito transmissor deve envolver todos os setores da administração pública e conscientização da população, pois um pequenino mosquito não pode derrotar uma cidade inteira. Conversei com os Secretários Municipais e alertei para o grande risco de surto ou até de epidemia. Agregamos todas as Secretarias e ampliamos o alcance até a população. Estive na Câmara Municipal explicando aos vereadores a real situação. É uma grande batalha que envolve combate e conscientização, desde os alunos até a família que precisa adotar novos hábitos e passar por uma mudança cultural. O prefeito colocou toda a Prefeitura à disposição e o trabalho está sendo feito de forma intensa”, explicou Isabel.
Mutirões de limpeza (arrastões da dengue), onde os moradores colocam nas calçadas entulhos e objetos que possam acumular água, promovendo novos criadouros, estão sendo realizados, além do recolhimento de lixo que normalmente ocorre. “Esta semana acontece na Vila Granada e estamos desenvolvendo as ações por setores da cidade. Quem não cuida do quintal se torna responsável por uma morte. A coisa é séria e a dengue voltou com força. Nossa preocupação é que a dengue não vem sozinha. O mosquito transmite a Zika que ocasiona má formação dos fetos das gestantes (microcefalia), também gera a febre chikungunya, que retira as pessoas do mercado de trabalho, aumentando o número de atestados médicos e isso preocupa inclusive a Associação Comercial, a qual foi procurada por nós”, alertou a Secretária de Saúde.
Quando encontrado, o foco é imediatamente destruído pelos Agentes Comunitários de Saúde ou de Combate a Endemias que também orientam os moradores acerca dos cuidados a serem tomados. O mosquito Aedes aegypti se reproduz também em lixo abandonado em terrenos baldios, garrafas, bebedouros de animais ou objetos abandonados em quintais. “Todos precisam se envolver para não perdermos a batalha para o mosquito. Ao mesmo tempo em que realizamos nossas ações de combate, as escolas estão trabalhando com os alunos no sentido de estabelecer uma nova forma de pensar e agir”, finalizou Isabel Vasconcelos.
Os sintomas da dengue são febre acompanhada de dor de cabeça, dor articular, dor muscular e dor atrás dos olhos ou mal-estar geral. Em Alto Paraná foram 31 casos notificados, 29 descartados após confirmação por exames laboratoriais e 02 confirmados.