Auditório da Câmara de Vereadores de Nova Esperança reuniu um bom público para acompanhar a sessão. Mobilização contou com a presença de conselheiros tutelares, autoridades, alunos, professores e representantes de entidades de classe

Em uma sessão solene que mobilizou crianças, adolescentes, servidores, representantes de organizações, poder público, atiradores e comando do Tiro de Guerra, a Câmara Municipal de Nova Esperança realizou, na noite de segunda-feira (13), em forma de conscientização, uma celebração concernente  dia nacional de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. O Conselheiro Tutelar José Catuzo lembrou a história de Aracelli, uma menina de 8 anos de idade cruelmente assassinada após ter sido violentada no ano de 1973, em Vitória, no Espírito Santo. O fato culminou na criação do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.

O prefeito de Nova Esperança Moacir Olivatti salientou a importância do enfrentamento nestes casos e anunciou a criação de 45 novas vagas em creches do município. “é o fim das filas. Estas vagas são para atender crianças em situação de vulnerabilidade social. Estamos fazendo a parte que nos compete e contamos com o apoio e compreensão de toda a nossa sociedade”, salientou.

“Fizemos cumprir uma lei que o legislativo municipal aprovou em 2017 sobre este tema, tão importante em todo o país. Existem milhares de casos, infelizmente e todos temos que nos unir no combate e na denuncia quando  tomarmos conhecimentos de casos desta natureza, que acontecem muitas vezes no seio familiar”, reforçou o Presidente da Câmara, Dirceu Trevisan.

O delegado de Polícia Civil Dr. Vagner dos Santos Malaquias falou que os casos de abusos, principalmente contra crianças tem sido rotineiros e quanto mais o tempo passa, mais o setor de investigação tem que atuar, no sentido de obter provas para robustecer a autoria dos fatos. “No caso de flagrantes, a Polícia Militar atua imediatamente. Quando o tempo do abuso se esvai, ou seja, alguns dias depois da ocorrência dos fatos, aí entra o setor de investigação da PC. Desde que atuo como delegado é perceptível o crescente número de ocorrências e isso é de se indignar. Todos os casos recebem nossa atenção seja para coibir a prática ou levar à prisão seus autores”, salientou Malaquias. 

Associação dos Conselheiros Tutelares 

O Presidente da Associação dos Conselheiros Tutelares (ACT) atualmente Vereador em Foz do Iguaçu Márcio Rosa da Silva foi convidado a fazer uso de palavra e destacou: ”boa parte das ocorrências não chega até as autoridades policiais e os abusos ocorrem quase sempre no seio familiar. Nossos pais em tempos de outrora nos alertavam que pessoas estranhas são perigosas. A própria Bíblia Sagrada nos orienta a vigiar. Os abusos não ocorrem apenas com as meninas como muitos imaginam. Meninos também são abusados. O ato libidinoso, o toque acontece por tios, padrastos, amigos da família, enfim, por pessoas próximas e é aí que reside o perigo. Existe uma série de paradigmas neste sentido, incluindo a falta de conhecimento sobre o real problema. O assunto, que normalmente desperta repulsa e emoções intensas, merece atenção para que seja adquirida a conscientização necessária para o combate deste tipo de violência, prevenindo vidas, zelando pelo desenvolvimento e proteção das crianças e adolescentes, e responsabilizando os autores da violência”, finalizou Márcio Rosa da Silva. No próximo sábado, 18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.  A prevenção e o enfrentamento a esse grave problema demandam a articulação de ações intersetoriais com o objetivo de proteger as vítimas e responsabilizar os agressores, bem como conscientizar a população sobre formas de identificar e denunciar os casos suspeitos.

A violência sexual pode ocorrer de diversas formas, entre elas: o abuso sexual e a exploração sexual. O abuso acontece quando a criança ou adolescente é usado para satisfação sexual de uma pessoa mais velha. Já a exploração sexual envolve uma relação de mercantilização, onde o sexo é fruto de uma troca, seja financeira, de favores ou presentes.