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Cadeia de Alto Paraná será exclusivamente destinada a público feminino com gestão plena do DEPEN


Por: Alex Fernandes França
Data: 01/11/2019
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         O número excessivo de fugas e os diversos problemas de ordem estrutural resultaram nas medidas que deverão surtir efeitos imediatos. Em espaço de tempo de uma semana, ocorreram duas fugas, somando 19 detentos que cerraram as grades e pularam o muro. No decorrer do ano foram seguidas as fugas, totalizando mais de 30 fugitivos nas ruas.

As fugas constantes, problemas estruturais e ambientes propícios a rebeliões fizeram da Cadeia Pública de Alto Paraná uma bomba relógio. As galerias, projetadas para abrigar 16  presos estão com a capacidade operando já há vários anos muito acima do limite. Atualmente mais de 60 detentos se amontoam no interior das grades, porém, antes das fugas, esse número era quase o dobro. Quase 50% dos encarcerados são provisórios, ou seja, sem condenação definitiva e os demais já foram condenados e que, portanto não deveriam estar presos em delegacias e sim em penitenciária. A construção opera no limite e os problemas se agravam com o passar do tempo.

Gestão compartilhada

A estrutura da Cadeia de Alto Paraná é para abrigar presos provisórios, ou seja, que aguardam julgamento e por condenados em início de cumprimento de pena, por prazo de até 90 dias, até ser encaminhado para uma penitenciária, porém isso não ocorre. A gestão da Cadeia Pública é compartilhada entre a Polícia Civil e o Depen (Departamento Penitenciário). Somente neste ano ganharam as ruas mais de 30 foragidos daquele setor de carceragem. 

“O local é totalmente insalubre, muito sujo. A ideia inicial é que a gestão plena seja do Depen e isso se dará em um processo paulatino até que o local esteja totalmente aparelhado, com a presença de mais agentes provisórios e temporários. A promessa é de que em até dois meses isso ocorra”, explicou delegado Dr. Dimitri Tostes Monteiro.  A Cadeia passará por um processo de reclassificação, levando os presos para outros lugares da região, possivelmente a Casa de Custódia e a Penitenciária Estadual de Maringá. O Projeto, segundo o delegado, envolve a ampliação dos espaços, contemplando locais para que as detentas possam trabalhar e cumprir a pena de forma mais digna e humana.

“A massa feminina é muito mais fácil de ser controlada, os riscos de fuga são infinitamente menores, uma vez que estas não possuem o perfil de fazer baderna ou provocar fuga e rebelião, pois não tem tanta articulação quanto os homens. Em sua maioria são mulheres cooptadas para o tráfico de drogas, a serviço do crime organizado e quadrilhas da região.  Muitas enveredam por este caminho por serem dependentes químicas. Para os presos e para a sociedade será muito melhor”, finalizou Tostes.

Com a implantação da Cadeia Feminina, cujas primeiras transferências de presas deverão começar no mês de novembro, a Delegacia deverá funcionar em outro local e se dedicar então não mais à custódia de presos e sim às investigações e instauração de procedimentos, a exemplo dos inquéritos policiais. A meta é de que em 2020 a Cadeia Pública de Alto Paraná seja exclusivamente destinada ao público feminino.


Anuncie com Jornal Noroeste
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