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Antônio Torres Navarrete completa 52 anos como Serventuário da Justiça: “ética e moralidade”


Por: Alex Fernandes França
Data: 29/03/2019
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Em entrevista ao JN, Antônio Torres Navarrete (70), Serventuário da Justiça da Comarca de Alto Paraná conta os principais fatos ocorridos em sua rica trajetória de vida e a paixão que nutre pelo ofício, iniciado com  apenas 18 anos de idade.

O Serventuário de Justiça, do Cartório da Vara Cível, Comércio e Anexos Antônio Torres Navarrete, da Comarca de Alto Paraná é uma daquelas pessoas cuja comunidade aprendeu a admirar cujo nome se funde ao ofício que exerce há 52 anos, ou seja, quem nunca ouviu falar do “Torres” do Fórum? Respeitado por advogados, Magistrados, Membros do Ministério Público e demais servidores da Justiça, ele celebra, sem qualquer mácula na carreira, mais de meio século de bons serviços prestados à Justiça. 

 Nascido em Marília no Estado de São Paulo em 23 de janeiro de 1949, o “Torres do Fórum” chegou a Alto Paraná quando tinha apenas 06 meses de idade, juntamente com seus pais, pioneiros, que ali se instalaram para desbravar aquela que seria uma pujante cidade da nossa rica região. 

Torres, que desde 1980 é também Designado do Cartório Distribuidor lembra as etapas e evoluções decorridas ao longo das décadas. “Naquela época, quando eram realizadas as audiências, os livros eram escritos manualmente, ou seja, toda a audiência era redigida à mão. Depois era tirada uma cópia que seria entregue aos advogados. Depois chegaram as máquinas de datilografia e fazíamos as atas das audiências com cópias utilizando papel carbono, que quadruplicava o que era datilografado. Entregávamos para o requerente e ao requerido e uma ficava no cartório, sendo que tudo era depois juntado ao processo físico”, conta. 

Sobre a possibilidade de parar com a atividade, ele rebate: “penso em ficar muito tempo aqui ainda, pois gosto do que faço e é uma importante fonte de renda. Ainda tem o fato de que a aposentadoria do governo não compensa”, avalia Torres.

Aceitação e credibilidade

Tamanha aceitação e credibilidade junto à comunidade local fez com que Antônio Torres Navarrete se candidatasse a vereador em 1992, sendo eleito para a função que exerceu por 04 anos, entre 1993 a 1996. “Foi muito bom ser vereador, porém começou a existir incompatibilidade com o meu trabalho, pois existiam aqueles que não sabiam separar as coisas e vinham até mim, no Fórum, pedir certos favores ante suas demandas judiciais. Em face disso, para manter a lisura que sempre tive, decidi abandonar a política. Hoje meu filho, Victor Hugo Razente Navarrete (Vitão) é vereador em seu terceiro mandato, tendo sido escolhido por diversas vezes Presidente da Câmara, motivo de orgulho e alegria para todos nós. Sou casado com a D. Odete e temos três filhos, todos com curso superior. Também temos 04 lindos netos e em breve chegará mais uma e se chamará Beatriz”, orgulha-se o serventuário. 

Quando perguntado sobre algum fato pitoresco ou algo que mexeu com a rotina do local, Torres lembra a invasão e roubo das armas do Fórum de Alto Paraná. Na ocasião, bandidos arrombaram a porta da frente e adentraram no cartório criminal. No depósito havia vários processos criminais e armas, que seriam levadas para o exército, pois lá haveriam de ser destruídas. Foram roubados  cerca de 25 revolveres e  pistolas. O Fórum abrigava também armas de cano longo, como espingardas e escopetas, porém estas não foram subtraídas. “O fato ocorreu em 2013. A impressão que dá é que o furto foi direcionado, pois eles não tentaram entrar nos gabinetes e também não roubaram processos. Somente as armas foram levadas. Depois disso a segurança foi reforçada”, explicou.  

Ética e moralidade

Antônio Torres conta que já foi aliciado para fazer coisas erradas, mas que foram poucas vezes e a resposta sempre foi negativa ante as investidas de pessoas inescrupulosas. “Já me ofereceram dinheiro pra acelerar ou segurar o andamento dos processos”. Nunca fiz e jamais farei coisas dessa natureza. Desde que estou aqui, nunca aceitei propinas ou subornos. Quem faz isso nunca vai pra frente na vida”, frisou. 

O Cartório em que ele trabalha é privatizado, ou seja, as despesas com pagamento dos 06 funcionários (03 juramentados e 03 estagiários) e encargos são de sua responsabilidade que, de onde, após aferir os lucros advindos das custas processuais, retira seus proventos.  “Só tenho a agradecer a Deus, aos colegas e à minha família que tanto amo pelo apoio em toda a minha vida”, finalizou, emocionado, Antônio Torres Navarrete.

Alto Paraná, cidade atualmente com 13.137 habitantes (segundo dados estimados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), abriga a sede da comarca, da qual fazem parte os municípios de São João do Caiuá e Santo Antonio do Caiuá, possui 2 distritos, Maristela (criado pela Lei nº 37 de 14 de dezembro de 1956) e Santa Maria (criado pela Lei Nº 77 de 3 de abril de 1958), e está situado na região Noroeste do Paraná. Suas terras fazem parte do polígono denominado Arenito Caiuá, terra arenosa e fértil que era coberta por matas que abrigavam madeiras de lei.


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