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Médico pediatra explica os vários tipos de meningite e destaca a importância da vacinação


Por: Alex Fernandes França
Data: 08/03/2019
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Segundo o médico pediatra Dr. Juarez de Oliveira, a meningite meningocócica é mais preocupante. "Isso se dá ao  fato de que seu diagnóstico inicial é difícil, comparável a uma simples gripe. Ela pode se agravar rapidamente e até evoluir a óbito, como no caso do neto do ex-presidente Lula", salientou.

A morte repentina de Arthur Araújo Lula da Silva, 7 anos, neto do ex-presidente Lula, vitimado de meningite meningocócica, está provocando uma corrida nas Unidades Básicas de Saúde de Nova Esperança e de todo o Brasil.  Para falar sobre este importante assunto, entrevistamos o conceituado médico pediatra, Dr. Juarez de Oliveira, clinicando há vários anos em Nova Esperança, sendo também pediatra da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Zona Sul, de Maringá. "A meningite meningocócica é uma doença gravíssima causada pela bactéria Neisseria meningitidis, conhecida popularmente de  meningococo que é composto de 12 tipos diferentes, conhecidos como sorogrupos. No Brasil, destaca estes 6 subgrupos, identificados pelas letras:   A, B, C, W135, X e Y", frisou o pediatra.  Ainda segundo ele, "como a vacina é a mais eficaz forma de proteção da doença, hoje, temos  3  tipos de vacinas contra a meningite meningocócica: 1) A que protege contra o meningococo C; 2) contra o meningoco B; 3) E a outra que nos protege contra o meningococo ACWY", explicou. 

Por ser o mais frequente no Brasil, sendo responsável por 80% dos casos,  a rede pública dispõe de vacinas contra o meningococo tipo C.   "Para se imunizar contra as outras formas da doença, é preciso ir a uma clínica particular, que disponibiliza os demais tipos: B  e  ACWY.  Hoje, nas clínicas particulares, cada dose custa em média, R$ 600,00. O esquema de vacinação meningocócica do tipo  C, na rede pública, é o seguinte: primeira dose aos 3 meses, segunda dose aos 5 meses e  uma dose de reforço aos 12 meses (1 ano). Pode ser dado um reforço aos 4 anos, e mais um dos 11 aos 14 anos. Já na clínica privada, o esquema é o seguinte: vacinação contra o tipo o meningococo tipo B:  primeira dose aos 3 meses; segunda dose aos 5 meses; terceira dose aos 7 meses; reforço  aos  12 meses (1 ano). Vacinação contra o meningococo tipo ACWY: primeira dose aos 3 meses; segunda dose aos 5 meses; terceira dose aos 7 meses; quarta dose aos 12 meses (1 ano).  Aos 5 anos reforço; dos 11 aos 14 anos idem”, ressaltou Dr. Juarez de Oliveira. 

Quem não fez as doses regulares antes de 1 ano, pode fazer 2 doses, com intervalo de 2 meses entre ambas. "Importante realçar que os adolescentes constituem um grupo de risco da doença e, por isso, devem ser vacinados pela rede pública", reforçou o médico.

Meningite Meningocócica

"A meningite meningocócica é daquelas doenças graves,  que evoluem rapidamente, com uma inespecificidade  com que os sintomas acontecem, no começo parecendo uma gripe, com febre, mal estar, vômitos e  dor de cabeça, tornando o diagnóstico difícil. O quadro da doença avança rapidamente com alto índice de mortalidade', frisou o profissional.

A meningite pode ser provocada por bactérias, vírus, fungos, protozoários, helmintos (vermes) dentre outros, mas sendo as bacterianas as que mais preocupam os médicos e especialistas. O paciente adquire a doença através de gotículas respiratórias pelo ar (tosse e espirros), secreções nasais e da garganta. Há casos de bactérias que se espalham pelos alimentos e as pessoas poderão adquirir a doença por ingestão dos mesmos.  A doença provoca inflamação das membranas  protetoras do cérebro e da medula espinhal, chamadas de meninges, (dura-máter, aracnóide e  pia-máter).  "Os sintomas são: febre alta, dor de cabeça, vômitos (podem ser em jatos), rigidez de nuca, intolerância a luz e manchas roxas na pele. Este sinal indica que a doença está se agravando", alertou  o profissional.

Diagnóstico

O principal exame é  a punção lombar para retirada de líquor (como água) da espinha. "Quando o líquor for límpido, a meningite é viral ou também pode não existir a doença. Quando for  turvo, provavelmente é meningite bacteriana. Para o diagnóstico definitivo de meningite  meningocócica ou outro tipo, é necessário exame laboratorial,  bacteriológico e cultura do líquor. Velocidade de Hemossedimentação (VHS), Coagulograma e  gasometria, também são exames laboratoriais  que ajudam no diagnóstico. Há casos gravíssimos com a bactéria meningocócica, que provoca uma infecção generalizada  (septicemia), sem atingir o líquor. É a chamada Síndrome de Waterhouse-Friderichsen (meningococcemia)", ressaltou Oliveira.

O Tratamento 

A suspeita do diagnóstico de meningite após colheita do líquor, faz com que o tratamento deva ser iniciado imediatamente, com antibióticos de largo espectro, dado ao elevado índice de mortalidade.  "Na cura da doença, poderá ter como sequela, surdez e distúrbios neurológicos. Para evitar traumas e problemas futuros o melhor caminho é a vacinação periódica" finalizou Dr. Juarez de Oliveira. 


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