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Diretora de Escola Estadual cria campanha para arrecadar celulares usados para alunos estudarem à distância


Por: Alex Fernandes França
Data: 28/08/2020
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Maria Aparecida Freitas Santos, da Escola Estadual do distrito de Ivaitinga relatou as dificuldades que muitos alunos estão enfrentando para manter a rotina dos estudos à distância.

A diretora da Escola Estadual do Campo de Ivaitinga, distrito de Nova Esperança, Maria Aparecida Freitas Santos, percebendo que entre os alunos que ainda se adaptam às aulas no sistema à distância (on line) há aqueles que enfrentam outra grande dificuldade: a falta de aparelhos celulares ou equipamentos sem condições adequadas de uso. A diretora ressaltou: “há alguns meses, o mundo chora, pois foi acometido pela pandemia que mudou a vida, a rotina de trabalho, de estudos... Não poupou ninguém! Não escolheu classe social, idade, profissão, chefe de família ou não. Alterou o modo de interação entre as pessoas, trouxe dores imensuráveis que jamais imaginávamos sentir. Abreviou a vida de milhares de pessoas não permitindo que se pudesse dizer adeus nem abraçar aqueles que vivenciaram este momento tão difícil e sofrido. Em meio a tudo isso, vamos sobrevivendo, valorizando tudo que temos, que talvez não valorizávamos tanto assim, como a correria do dia-a-dia, a visita aos familiares, as rodas de conversas, os abraços, o olho no olho... Sim!!! Nesse momento, o olhar ficou em evidência e aprendemos a valorizá-lo. Passamos a perceber que os olhos “falam”, “sorriem”, “choram”, “agradecem”, pedem “socorro”!  Também aprendemos a cuidar ainda mais uns dos outros e que não estar presente fisicamente é a maior prova de amor que damos aos que amamos, manter a distância é buscar recuperar a tão esperada (re)aproximação. Aprendemos a ser mais solidários, encontramos maneiras de ajudar, de contribuir com o outro. Não fazemos ideia de quanto tempo ainda lutaremos até voltarmos à “rotina normal”. Enquanto isso, o desemprego, a violência, as desigualdades sociais, dificuldades diversas foram evidenciadas pela pandemia em todos os lugares do mundo. Muitos contam com a ajuda de outras pessoas. Esse período também possibilitou percebermos como podemos ajudar o próximo para amenizar seu sofrimento, mesmo contando com poucos recursos. Há correntes do bem espalhadas pelo mundo todo. Pessoas utilizando seus conhecimentos e talentos para encontrar formas de ajudar a quem tanto precisa”, desabafou.  

Diante da situação preocupante, a diretora procurou a reportagem para  expor e compartilhar com os leitores  as dificuldades que muitos alunos estão enfrentado para manter sua rotina de estudo à distância. A Escola Estadual do Campo de Ivaitinga, localizada no Distrito Ivaitinga, município de Nova Esperança, atende a alunos da Zona Rural e do próprio Distrito. “Alunos que têm sonhos, muitos deles ligados ao campo: ser veterinário(a), administrador (a), agrônomo(a), entre outros. Estudantes dedicados que procuram fazer o seu melhor com os poucos recursos que têm, que respeitam seus professores. Estudantes estes, que fazem parte de uma comunidade que se ajuda, que têm pais preocupados e parceiros da escola, pois acreditam que a educação abrirá possibilidades aos filhos, os quais poderão num futuro não muito distante, contribuir com a sociedade. Eu me emociono muito ao falar desta comunidade na qual estou inserida, pois neste momento, em meio a essa pandemia, nem todos têm as mesmas oportunidades e facilidades de estudos que outros estudantes têm. Eles e milhares de alunos desse Brasil afora. Vou me ater a falar apenas da nossa comunidade, onde a internet utilizada pela maioria é a de dados (crédito), cujo sinal é bem ruim e tem o celular como a única forma de acessar as videoaulas, responder aos exercícios.  Aparelho este, pertencente ao pai ou a mãe e utilizado por mais de três pessoas da casa, que não resistiu a tanto tempo de estudo a distância, não mantendo mais a carga da bateria. Alguns dos nossos alunos ficaram sem o único aparelho que havia na residência, pois o mesmo que já tinha pouca memória, começou a travar e dificultar seus estudos. são guerreiros e não desistem, pois sabem que precisam continuar”, relatou  Maria Freitas.  

Ela contou também que muitos destes alunos pedem ajuda a vizinhos, que solidários, permitem que o estudante utilize o seu celular ou o seu computador para colocar as lições em dia.  Divide o tempo de estudo entre seus filhos e os filhos do vizinho. Os que têm apenas o celular, que ainda tem a tela pequena, às vezes se queixam que as mãos doem, que as vistas cansam, mas o que não acaba é o interesse e a vontade de aprender... Mesmo sem possuir computador em casa, sem ter internet adequada e o celular nem estar funcionando tão bem assim e levam várias horas para conseguir concluir uma atividade, devido à oscilação do sinal além de precisarem recarregar o celular de 4 a 5 vezes por dia para cumprir com suas obrigações. 

Apelo

“É por isso que, neste conceituado meio de comunicação, faço o apelo. Quem puder e tiver um aparelho a mais em casa e puder doar para que possamos repassá-los aos nossos alunos, pode ter certeza de que eles saberão valorizar este gesto. Conseguimos até o momento um aparelho, o qual já está sendo utilizado por uma estudante. Temos mais alunos precisando e outras escolas também. Com as aulas presenciais cessadas e em atendimento a Resolução n.º 1.016/2020 – GS/SEED, os alunos estão dando continuidade aos estudos de forma não presencial. Esse atendimento não presencial inclui o uso de ferramentas pedagógicas tecnológicas que dão acesso as aulas virtuais através aplicativos, que podem ser baixados no celular e computadores. Aplicativos que foram desenvolvidos especificamente para fins pedagógicos, como o Aula Paraná e o Google Classroom, por meio dos quais os estudantes podem assistir as aulas elaboradas pelos professores, ter acesso ao material didático e explicações dos professores, bem como interagir com seu professor, tirar dúvidas e registrar sua presença nas aulas (Sala de aula Virtual). Mesmo com possibilidade de atividades impressas, assistir as aulas postadas pelos professores, participar das aulas via MEET, facilita muito o acesso ao conhecimento”, finalizou. 

Por meio do Jornal Noroeste, damos início a esta campanha para arrecadação de celulares usados para os estudos dos alunos da Escola Estadual do Campo de Ivaitinga que não têm o aparelho próprio para estudo ou cujos aparelhos estão em péssimas condições de uso. 

 

Ajude uma criança estudar em tempo de pandemia e contribua para a sua formação

No futuro ela estará contribuindo com a sociedade. 

Doações podem ser feitas ao Jornal Noroeste ou diretamente à escola.

Telefones de contato: 

Jornal Noroeste: (44) 99964-3531 

ou 3252-3908    

Escola: (44) 99953-6690 (Diretora Maria)

Os celulares recebidos atenderão aos alunos da Escola Estadual do Campo de Ivaitinga que necessitam do aparelho. Caso seja recebida uma quantidade significativa, acima da demanda, o excedente será repassado  para as demais escolas cujos alunos estejam precisando dos aparelhos.


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