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8 entre cada 10 pessoas recorrem à imprensa tradicional quando o assunto é “obtenção de informação com fonte segura”


Por: Alex Fernandes França
Data: 13/03/2020
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O Jornal Noroeste promoveu uma enquete em seu site que revelou estes dados. Apenas 20% dos participantes acreditam em assuntos veiculados em redes sociais. Publicações com maior reputação, como canais de TV, rádio e jornais impressos mantiveram confiança do público. Especialistas apontam que senso crítico é a principal ferramenta no combate às fake news.

Em tempos de tantas notícias falsas veiculadas em redes sociais uma significativa parcela dos internautas  que participaram da mais recente enquete promovida pelo www.jornalnoroeste.com diz recorrer à imprensa tradicional (Jornais, Rádios e TVs.) quando o assunto é a obtenção de informação com qualidade e responsabilidade, uma vez que estes veículos “propagam assuntos por meio de fontes seguras e precisas”. 

Não é raro por vezes ao dia notícias falsas, as chamadas Fake News circularem nas redes sociais e o compartilhamento por parte dos usuários acaba ocorrendo quase que de forma automática.   Nota-se que diante da falta de “educação virtual” o falso acaba ganhando ares de como se você verdadeiro.  Especialistas apontam que a tendência é de que notícias falsas sejam propagadas com mais rigor, sobretudo em períodos eleitorais. Ferramenta ardilosa no intuito de desqualificar adversários políticos, as fake news deverão se intensificar com requintes ainda mais cruéis. 

A propagação de notícias falsas acontece mesmo entre as pessoas que possuem maior nível de escolaridade. Isso ocorre até mesmo nos países mais ricos.  Pesquisa da Universidade de Stanford apontou, em julho deste ano, que estudantes americanos tiveram problema para checar a credibilidade das informações divulgadas na internet. Dentre 7.804 alunos dos ensinos fundamental, médio e superior, 40% não conseguiram detectar fake News.

 De acordo com a editora executiva da agência de checagem Aos Fatos, Tai Nalon, é fundamental ia da criação de políticas públicas com foco na análise crítica da mídia. “Acho que dificilmente conseguiremos uma mudança cultural sem passar pela educação de massa da sociedade”, afirma. 

Fique atento aos conteúdos postados em redes sociais

Selecionamos três pegadinhas que circularam pela web nos últimos meses e as explicações que provam que não passaram de balelas para iludir as pessoas, especialmente àquelas que não tem por hábito checar a informação em outras fontes antes de dar o clique de compartilhamento.

1. CNH é cancelada automaticamente após 30 dias vencida!

A mais recente pegadinha que circula pelas redes sociais é uma balela repassada desde 2008. Ela ‘informa’ que o Senado aprovou uma lei que cancela automaticamente a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) com mais de 30 dias de vencimento. Neste caso o motorista teria de fazer todo o processo de habilitação novamente como se fosse requerer a primeira habilitação, isto é, realizar as provas teóricas e práticas e exames médicos e psicológicos.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê no seu artigo 162 que dirigir com a CNH vencida há mais de um mês é considerada infração gravíssima, passível de multa (R$ 249,47), recolhimento da carteira e retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado.

Mas o que vence é o exame de aptidão física e mental, que pode ser renovado mesmo depois de 30 dias de vencida a CNH.  E também não há nenhum projeto em tramitação no Senado que trate do assunto.

Aliás, o projeto de lei 155/2017 citado na falsa notícia não está relacionado à carteira de habilitação, mas sim à garantia da presença de tradutores e intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) em repartições públicas.

2 - Ingerir açúcar após tomar vinho engana bafômetro!

Um vídeo que circulou pela web recentemente mostrava um homem bebendo vinho e depois ingerindo uma colher de açúcar. Segundo ele, a receita seria capaz de enganar o bafômetro!

O rapaz toma um gole de vinho e em seguida faz o teste num aparelho, que acusa positivo. Depois consome o açúcar e volta a fazer a medição, que dá negativa. “Daqui pra frente, bebam e carreguem 1 kg de açúcar dentro do carro”, recomenda. Isso não é verdade.

3 - Água ou chá quente mata o coronavírus - É FAKE NEWS!

Água ou chá quente mata o coronavírus - É FAKE NEWS!Não compartilhe essa mensagem, ela é falsa. A mensagem possui características de Fake News. A mensagem possui características de Fake News: tom alarmista, dados vagas e erros ortográficos. Além disso, as informações sobre o coronavírus (COVID-19) estão erradas.

A temperatura do corpo humano é de pelo menos 36°C, assim, beber água a uma temperatura de 26 a 27 °C não traz benefício algum em relação à prevenção ou eliminação do Coronavírus (COVID-19), uma vez que no corpo humano o vírus tolera temperatura de pelo menos 36°C.

O período médio de incubação da infecção por coronavírus é de 5.2 dias, com intervalo que pode chegar até 14 dias.

O espectro clínico da infecção por coronavírus é muito amplo, podendo variar de um simples resfriado até uma pneumonia severa. A maioria dos casos apresenta tosse seca e febre, no entanto uma pequena porcentagem também tem sintomas como coriza e dor de garganta.

 

Como identificar (e não compartilhar) fake news

Evitar ser alvo de informações falsas é ainda mais fundamental em períodos de tomadas de decisão, como em disputas eleitorais. Para descobrir se o conteúdo que você recebe por Facebook, Twitter ou WhatsApp é verdadeiro e não ser enganado por fake news confira as dicas a seguir, apontadas por Cristina, da Agência Lupa, Tai, da Aos Fatos, e Angie Holan, editora do site de checagem americano Politifact:

1) Não leia só o título

Uma estratégia muito utilizada pelos criadores de conteúdo falso na internet é apelar para títulos bombásticos. Ler o texto completo é um passo básico para evitar compartilhar fake news. “Às vezes, um título é provocativo, mas ele não necessariamente está sendo honesto com a própria reportagem”, indica Cristina. “Os títulos são feitos para chamar a atenção. Então, você precisa ler o que está escrito para ver se o título se confirma no texto.”

2) Verifique o autor

Ver quem escreveu determinado texto é importante para dar credibilidade ao que está sendo veiculado. “Na checagem de fatos, ver o autor é interessante. A notícia foi assinada por alguém que você nunca viu na vida?”, questiona Cristina. Para Tai, se a matéria é assinada por um repórter, o site demonstra responsabilidade pela qualidade da informação.

3) Veja se conhece o site

Não deixe de olhar a página onde está a notícia. Navegar mais no site ajuda a analisar sua credibilidade. “Investigar que página é essa, ir lá no ‘Quem somos’ e saber se dá para ligar para essa redação e falar com um responsável é fundamental”, afirma Cristina. Na mesma linha de pensamento, Tai acredita que procurar pelo expediente do site e tentar achar o básico sobre a hierarquia da empresa são dicas valiosas. “É preciso saber quem é o responsável legal pelas publicações.” Também vale checar o endereço do site. Segundo Cristina, algumas páginas tentam simular o endereço de um veículo importante, alterando apenas uma letra, um número ou um símbolo gráfico.

4) Observe se o texto contém erros ortográficos

As reportagens jornalísticas prezam pelo bom vocabulário e pelo uso correto das normas gramaticais. Por outro lado, os sites com notícias falsas ou mensagens divulgadas pelo WhatsApp tendem a apresentar uma escrita fora do padrão, com erros de português ou quantidade exagerada de adjetivos. “Os manuais sérios dos grandes jornais orientam o jornalista a não adjetivar quando fizer uma reportagem”, explica Tai. “Se você está diante de um site de notícias falsas, já tem adjetivo no título. Existe uma linguagem que é muito particular do jornalista que não é utilizada em um site de notícia falsa.”

5) Olhe a data de publicação

Identifique quando a notícia foi publicada. Muitas vezes, o texto está simplesmente fora de contexto. “Cansei de ver notícia falsa que na verdade não é falsa, só é velha”, conta Cristina.

6) Saia da bolha da rede social

Para estar bem informado, o eleitor deve ler e acompanhar o noticiário não somente nas redes sociais. “Ele deve fazer um esforço para estar mais informado, encontrando uma nova fonte na qual ele confia e que tenha um bom histórico”, recomenda Angie. “Não espere apenas que as notícias cheguem até você porque você pode ter uma imagem muito distorcida do que está acontecendo.”

7) Tome cuidado com o sensacionalismo

As fake news tendem a conter palavras ou frases que despertam emoções ou mexem com as crenças das pessoas, atingindo um maior potencial de divulgação e compartilhamento nas redes sociais. “Se tiver uma manchete, uma foto, um meme ou um vídeo que comova você, ou que fale diretamente com aquilo que acredita, duvide, porque pode ter sido feito para isso”, avalia Cristina. Com informações do Estadão

 


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