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Estado do Paraná teve o mês de janeiro mais quente já registrado


Por: Agência Estadual de Notícias
Data: 13/02/2019
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Mínimas e máximas superaram a média. Chuvas irregulares e mal distribuídas marcaram o período de verão no Estado. Desde novembro do ano passado houve episódios de estiagem em diversas regiões produtoras, com prejuízos em lavouras de soja, milho e feijão.

Um mês marcado por chuvas irregulares e calor, muito calor. Foi o que os paranaenses vivenciaram no primeiro mês do ano, o mais quente no Paraná desde que se faz acompanhamento e registro nas estações meteorológicas, em 1975.

“A presença de uma massa de ar quente, chamada de Alta Subtropical do Atlântico Sul (Asas), na costa Sudeste do Brasil, bloqueou a circulação das frentes frias que trariam chuvas abrangentes e duradouras”, explica a agrometeorologista Heverly Morais, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).

Ela conta que as temperaturas máximas no mês superaram a média histórica em várias regiões do Estado. Em Paranavaí foi de 34,4ºC a média das temperaturas mais altas nos dias de janeiro, 3,3ºC superior ao que é historicamente obtido naquela cidade. “Lá também observamos a maior temperatura já registrada para o mês desde o início dos registros, em 1975”, diz a pesquisadora, referindo-se aos 38,1ºC registrados no dia 22.

O quadro geral não foi diferente na região de Londrina – dias com temperatura ao redor de 25,8ºC, contra a média de 23,9ºC obtida em registros que começaram em 1976.

Guarapuava experimentou o mês de janeiro mais quente desde que se iniciaram os registros no município, também em 1976 – 18,3ºC para uma média histórica de 16,8ºC.

A agrometeorologista aponta ainda que não apenas as temperaturas máximas bateram recorde histórico em várias regiões do Paraná, mas igualmente as mínimas diárias. “Isso explica por que tivemos também noites muito quentes em janeiro”.

AGRICULTURA – Chuvas irregulares e mal distribuídas marcaram o período no Estado. Desde novembro do ano passado houve episódios de estiagem em diversas regiões produtoras, com prejuízos em lavouras de soja, milho e feijão. “Essa perda é sempre maior quando a seca ocorre nas fases críticas da lavoura, como florescimento e enchimento de grãos”, diz Heverly.

De acordo com a última projeção do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, a produção paranaense de soja deve ser reduzida em 14% – das 19,5 milhões de toneladas inicialmente previstas, estima-se uma colheita de 16,8 milhões de toneladas.

Para o feijão primeira safra, a estimativa é colher 260 mil toneladas, 61 mil a menos do que a estimativa inicial. No milho, a projeção inicial apontava uma colheita de 3,3 milhões de toneladas, agora atualizada para 3,1 milhões.

PREVENÇÃO – Lavouras implantadas em solos bem manejados toleram mais a seca, afirma a agrometeorologista. Ela preconiza a rotação de culturas para obter proteção e enriquecimento com a palhada e a matéria orgânica. E acrescenta que as raízes de algumas plantas, como girassol e braquiária, ajudam a descompactar o solo, o que melhora sua aeração e, consequentemente, a eficiência na absorção de água e de nutrientes pelas culturas comerciais.

Plantas de cobertura também fazem a reciclarem de nutrientes, que, eventualmente, podem até diminuir a necessidade de adubação química nas lavouras comerciais, com redução de custos para o agricultor.

Heverly também recomenda utilizar cultivares de diferentes ciclos – precoce, médio e tardio – com o objetivo de evitar que todos os talhões da lavoura fiquem igualmente expostos à adversidade climática.


Anuncie com Jornal Noroeste
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