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O Preço do Amanhã (2011) é um filme estrelado por Justin Timberlake e Amanda Seyfried, ilustrando um futuro não muito distante. A ficção nos apresenta o seguinte cenário: todos crescem até os 25 anos de idade, quando o relógio em seus pulsos começa a contar. É possível permanecer jovem para sempre, contato que se pague por isso. Mas a moeda de troca é o tempo.

O filme traz consigo a reflexão sobre o significado do tempo e como o entendemos e aproveitamos. Na história, tempo é dinheiro, o que não deixa de ser realidade na vida real. Cabe a cada um de nós investir seu tempo no que se acha certo e colher da vida os frutos dessas escolhas. Como nos mostra o filme, cada movimento é cobrado, em segundos, dias, meses ou anos e ao gastar cada parte desse tempo, precisamos ter consciência de que aquela é a melhor forma de fazê-lo, pois não haverá outra chance, já que aquele período já se foi

Não há duvidas que todos nós estamos preocupados com o tempo. Tentamos a cada dia esconder o efeito do tempo em nosso corpo e mente e queremos acima de tudo aumentar o tempo de vida que temos, abdicamos de vícios para viver mais e corremos freneticamente em busca da juventude.

Tanto a relação quanto a percepção do homem em relação ao tempo começou a mudar a partir da criação do relógio durante a Idade Média. Desde então o tempo passou a ser medido matematicamente.  A principio o relógio nos transformou em pessoas que cronometram o tempo.  A partir dessa invenção foi possível estabelecer as horas, minutos e segundos, isso colaborou para que as pessoas daquela época pudessem se organizar melhor.

Nós, ocidentais, presumimos que o tempo é linear e uniforme, ele se move como uma linha reta que se estende para o futuro, ao longo da qual a pessoa progride. Apesar de ter sido uma invenção que trouxe consigo benefícios para as pessoas, o relógio não causou tanto impacto como causaria no futuro.  Isso se deve ao fato de que durante a Idade Média as pessoas não tinham muita perspectiva de uma vida melhor. As classes eram muito bem divididas, quem nascia em um pequeno vilarejo, passaria sua vida ali e morreria ali também.

Mas durante a revolução industrial isso começou a mudar, o relógio ganhou mais importância, pois era preciso poupar tempo. Produzir cada vez mais em menos tempo. Foi ai que começou a surgir à idéia de que tempo é dinheiro.

Por fim, nos tornamos pessoas que não temos mais tempo, olhamos para o relógio e sempre existe uma preocupação com algo que ainda temos que fazer.

De acordo com o sociólogo Neil Postman (1931-2003) com a invenção do relógio, a eternidade deixou de servir como medida e foco dos eventos humanos, como foi durante a Idade Média. E assim, embora poucos tivessem imaginado a relação, o inflexível tique-taque do relógio pode ter tido mais a ver com o enfraquecimento da supremacia de Deus do que todos os tratados produzidos por filósofos e pensadores ateus. Já para o historiador Lewis Mumford (1895-1990) foi o relógio e não a maquina a vapor, o mecanismo principal da era industrial moderna.

Como já foi dito, estamos o tempo todo olhando para o relógio, o tempo esta passando e ele nos mostra isso. Se pararmos pra observar, está tudo certo com o tempo da natureza, o sol nasce e se põem todos os dias no mesmo horário, as plantas nascem, crescem e dão os seus frutos cada um de acordo com o seu tempo estabelecido, mas porque às vezes temos a sensação de que o tempo está passando muito rápido?

Para quem pensa que o tempo está passando muito rápido, a resposta é: você é que está passando rápido demais pelo tempo tentando fazer mais coisas cada vez mais dentro de um dia que tem 24 horas e vai continuar tendo 24 horas.

Existe momentos na vida que para continuarmos seguindo em frente é necessário parar, refletir, olhar para dentro de si, se conhecer, analisar o passado, se ver no presente e ai sim se preparar para o futuro.

A modernidade trouxe consigo muitos benefícios para nós, a tecnologia mudou as nossas vidas, porém, também nos deu muitas opções, existem muitas cosias a serem feitas. Isso faz com que a nossa percepção em relação ao tempo mude. Um dia continua tendo 24 horas assim como éramos quando crianças, mas hoje, 24 horas parece pouco tempo. O motivo? Estamos muito ocupados e o tempo todo olhando para o relógio, e ele nos lembrando que sempre temos mais uma tarefa a cumprir.

Pare um pouco de olhar para o relógio e olhe a sua volta, olhe para as pessoas que você ama e pergunte a você mesmo se tem dedicado um tempinho para eles. Olhe para dentro de si, isso é ganhar tempo, fazer bom uso dele. Se liberte da ditadura do tempo.

 

Alison Henrique Moretti

Alison Henrique Moretti


Anuncie com Jornal Noroeste
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