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SUCESSO, DINHEIRO E PODER


Por: R. S. Borja
Data: 14/01/2025
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Ainda da série navegando na internet nos feriados de fim de ano, entre tantas coisas interessantes, me deparei com uma resposta de uma renomada psiquiatra/escritora que ao ser indagada o que seria mais preocupante para o ser humano dinheiro, sucesso ou o poder, disse que as pessoas têm vício por dinheiro mas o poder é a droga mais pesada.

Imediatamente lembrei de uma definição de poder apresentada em uma série que afirmava que “poder é a habilidade de direcionar ou influenciar a vida de pessoas ou o curso dos fatos”. Acredito que o termo mais adequado seria posição legítima, pois habilidade sem a posição, pode configurar manipulação que, embora possa direcionar e influenciar as pessoas, exige a colaboração destas, ainda que a concordância decorra de uma visão distorcida dos fatos causada pelo manipulador.

A tríade dinheiro, sucesso e poder sempre foi uma busca do ser humano, seja por necessidade, seja por obsessão. Todos nós queremos ter dinheiro para uma vida confortável, queremos ter resultado positivo no trabalho realizado, no treino finalizado, no jantar oferecido, e também, queremos ter o poder e liberdade para decidir sobre questões da nossa vida, como o que vestir, comer, estudar, viajar.

Claro que sucesso e vida confortável são conceitos subjetivos – cada um tem uma definição do que seria sucesso e vida confortável para si – e nem sempre onde há sucesso há dinheiro e nem sempre dinheiro é decorrente do sucesso.

Porém, no nosso imaginário, o sucesso está atrelado a fama como o dinheiro a ostentação. Imaginamos que somente há sucesso quando obtemos o reconhecimento e validação das outras pessoas, quando aumentamos nossos seguidores nas redes sociais, esquecendo que sucesso ocorre quando conseguimos atingir o resultado buscado em qualquer atividade, seja ela rotineira ou incomum e que ser famosos por condutas negativas.

Cremos que a abundância financeira somente ocorre quando a pessoa possui diversos bens, mansões, carros, fazendas, gado, realiza muitas viagens, festas, entre outras coisas, esquecendo que o dinheiro tem sua utilidade para adquirir o necessário para uma vida digna, sem excessos ou exageros.

E nesta confusão de pensamentos, passamos a ser escravos mais da fama, porque queremos continuar famosos, do que do sucesso, uma vez que foi o resultado que gerou a fama. Então nos sujeitamos a postar fotos e vídeos, muitos de gosto duvidoso, a frequentar lugares, a realizar procedimentos estéticos, a participar de situações vexatórias.

Ao mesmo tempo, nos tornamos submissos ao que o dinheiro pode proporcionar. Quanto mais recebemos, mais criamos despesas desnecessárias e mais precisamos ganhar. Nossos gastos aumentam na medida em que nossos ganhos aumentam, e passamos a ter comportamentos diversos daqueles que tínhamos quando o patamar financeiro era inferior. E ficamos viciados em ganhar mais dinheiro, para adquirir mais, viajar mais, comer melhor e assim por diante.

E quando chega o momento em que a fama e o sucesso não mais satisfazem e não há mais prazer em adquirir, viajar, muitos buscam aquilo que chamamos de poder. Não aquele poder natural decorrente do sucesso, fama ou dinheiro, que abrem portas, concedem a liberdade, que levam aquela sensação de intocabilidade, que inevitavelmente levam a derrocada.

Mas, sim, aquele poder socialmente considerado legítimo, que transforma a pessoa em autoridade, posição em que pode determinar ou influenciar o destino das pessoas e o curso dos fatos. Normalmente dinheiro e poder estão vinculados, embora possa um existir sem o outro.

O poder é inebriante, é sedutor, é fascinante porque traz em si a ideia de superioridade de quem o exerce, a ideia de que não pode ser questionado, que é imune a erros, que é quase uma divindade. E quando o detentor incorpora essa ideia, tende a abusar, e o resultado vemos em muitas situações do dia a dia e nos muitos exemplos da história.

Ter e conhecer o poder e seus meandros leva a pessoa a querer se eternizar e de forma mais profunda influenciar a sociedade e o futuro da comunidade.

Sucesso, dinheiro e poder são necessários, essenciais. Abusar do seu uso vicia e nos escraviza, sendo o poder o vício mais perigoso por afetar uma gama maior de pessoas.

R. S. Borja


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