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Setembro foi o mês do “miserê”


Por: José Antônio Costa
Data: 27/09/2019
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Setembro está chegando ao fim. O mês ganhou a cor amarela da campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. Aconteceu ainda a semana do trânsito e o início da primavera. Foi também o mês do “miserê”.

A população tomou conhecimento do termo após a divulgação na imprensa das declarações do procurador de Minas Gerais Leonardo Azeredo que chamou de "miserê" um salário de R$ 24 mil, durante reunião realizada no início do mês de agosto para discussão da proposta orçamentária do Ministério Público de Minas Gerais para 2020.

"Como é que o cara vai viver com R$ 24 mil? O que de fato nós vamos fazer para melhorar a nossa remuneração? Ou nós vamos ficar nesse ‘miserê’”.

O desabafo foi feito após o procurador-geral de Justiça em Minas, Antônio Sérgio Tonet, informar que, caso o Estado assine o acordo de recuperação fiscal com o governo federal, não será concedido qualquer reajuste salarial, mesmo que haja aumento dos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante a reunião em que reclamou do salário e de ter que reduzir o “estilo de vida”, o procurador afirmou fazer uso de remédios controlados e antidepressivos para “aguentar a situação atual”.

Embora o procurador tenha reclamado que os R$ 24 mil são insuficientes para bancar seus gastos, levantamento realizado pelo jornal Estado de Minas mostrou que ele ganha um valor bem superior.

O procurador custou ao contribuinte mineiro pelo menos R$ 4 milhões nos últimos cinco anos com salário, indenizações e “remunerações retroativas ou temporárias”, segundo o portal da transparência do Ministério Público.

Outro momento “miserê” aconteceu durante a reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Paraná na terça-feira (24), quando o deputado Luiz Carlos Martins (PP) disse que o salário de R$ 25,3 mil sofreu um achatamento nos últimos mandatos.

"Nós não podemos esquecer a questão de salários, inclusive nós aqui da Assembleia também tivemos um achatamento salarial. O salário de deputado, você ia em uma concessionária e comprava um carro zero da melhor qualidade. Hoje, você não compra metade, não paga metade de um carro popular", afirmou o deputado que está em seu sétimo mandato na Assembleia Legislativa do Paraná.

A declaração foi feita em referência ao fato de que o último reajuste salarial dos deputados ocorreu em fevereiro de 2015, segundo ele.

Entre o ‘miserê’ e a afirmação que o salário ‘não paga metade de um carro popular’ está o trabalhador brasileiro. No caso do Procurador do ‘miserê’, o que ele ganha em auxílio já é mais que a metade dos brasileiros, pois recebe R$ 3 mil em auxílio saúde e alimentação, valor com o qual 57% dos brasileiros sobrevivem.

Ou seja, mais da metade da população brasileira precisa se virar todos os meses para conseguir viver com menos de R$ 3 mil, o equivalente à quantia extra que o procurador recebe somente para se alimentar e cuidar da saúde. Quase um quarto dos brasileiros (24%) têm rendimento entre acima de um a dois salários mínimos, de R$ 998 a R$ 1.996. E para você, é ou não é um ‘miserê’?

 

“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda”. Provérbios 16:18 – Bíblia Sagrada

José Antônio Costa


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