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Maio Amarelo: o sentido é a vida


Por: José Antônio Costa
Data: 03/05/2019
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Acompanhando o sucesso de outros movimentos, como o “Outubro Rosa” e o “Novembro Azul”, os quais, respectivamente, tratam dos temas câncer de mama e próstata, o “Maio Amarelo” é o mês de alerta para a sociedade sobre o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo mundo. Esse ano a campanha tem o tema: No trânsito, o sentido é a vida.

A campanha foi desenvolvida com a proposta que os adultos ouçam o conselho dado por uma criança, que com sua ingenuidade e inexperiência perante a vida, tem uma percepção e absorção do que é certo e errado com mais eficácia, sem filtros.

Com inspiração nos cinco sentidos humanos, numa alusão à sinalização de trânsito. Ou seja, o trânsito é feito de sentidos. Para utilizá-lo, é preciso entender todos eles. “Uma seta no carro da frente indica para onde ele vai virar. Um pedestre com a mão estirada na faixa de pedestre transmite o sentido de que ele quer efetuar a travessia. Só que, de sentido em sentido, fomos ficando egoístas e causando acidentes. Acabamos esquecendo um sentido muito importante: a audição. Precisamos voltar ao começo e ouvir os conselhos de quem não sabe mentir, e conhece muito bem o que certo e o que não é: as crianças. Mas qual é o sentido de ouvir o conselho de uma criança? A resposta é pura e simples: O sentido é a vida”, reforçam os idealizadores da Campanha.

Realizada pelo OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária (ONSV) que é uma instituição social sem fins lucrativos, dedicada a desenvolver ações que contribuam de maneira efetiva para a diminuição dos elevados índices de acidentes no trânsito no país.

Lembro que em 1990, viajei em um Fiat 147, verde de Nova Esperança à São João Del Rey, no Estado de Minas Gerais. Na época, o carro da minha família era sem o retrovisor externo do lado direito, vinha de fábrica, não era exigido. Usar cinto de segurança era só para quem estava no banco da frente. Mas também já viajei no espaço em cima do motor do Fusca, atrás do banco, chamado de “chiqueirinho”. A velocidade máxima na estrada era de 80 km/h e não tinha radar. Tudo isso parece bem absurdo hoje. É que muita coisa mudou: na fiscalização, na tecnologia dos carros, na forma de conduzir. Tudo para dar segurança na hora de dirigir.

Além do cinto, os carros ganharam airbag, freios ABS. Hoje, tem mais tecnologia até pra aprender a dirigir. Simuladores preparam os candidatos para enfrentar as ruas e as situações de perigo.

A Assembleia-Geral das Nações Unidas editou, em março de 2010, uma resolução definindo o período de 2011 a 2020 como a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito”. O documento foi elaborado com base em um estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde) que contabilizou, em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países. Aproximadamente 50 milhões de pessoas sobreviveram com sequelas.

Há anos a violência no trânsito em muitos países vem sendo tratada como um problema de saúde pública, pois mata e fere mais do que muitas guerras e acidentes naturais.

Não há que culpar apenas a falta de políticas públicas permanentes do governo como a educação para o trânsito, pois todos nós, eu e você somos parte do trânsito, ora como motoristas, ora como pedestres ou passageiros. É necessário envolvimento e comprometimento de todos. Cidadãos, autoridades e Poder Judiciário. Pare e pense por alguns instantes. Com certeza recordará rapidamente a falta de pessoas próximas, amigos, familiares que foram vítimas de um acidente de trânsito.

Diante disso, o desafio é não apenas olhar para os números assustados pela violência, mas procurar mudar a atitude para um trânsito mais seguro que valorize a vida e garanta o direito constitucional de ir e vir.

 

“Eu não sou o meu carro. Eu sou quem dirige esse amontoado de lata e fios e o modo como eu vou dirigir a minha vida e o meu carro é que vai determinar como eu valorizo as pessoas e a vida".  Márcia Pontes, especialista em Trânsito 

José Antônio Costa


Anuncie com Jornal Noroeste
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