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É guerra: verdade x mentira


Por: José Antônio Costa
Data: 13/09/2019
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Dias desses li sobre uma empresa que estava investindo em treinamento para que seus funcionários falassem a verdade. Achei muito interessante a iniciativa.

Se no passado existia a figura do ‘patrão’ que pedia aos funcionários, “se alguém ligar, diga que não estou”, hoje, o comportamento prejudicial contaminou a equipe e a mentira atrapalhou os negócios.

Vivemos em tempos de guerra: é verdade contra a mentira. Como distinguir o mentiroso do que diz a verdade, são questões tão antigas quanto a humanidade. Existem mentiras tão bem contadas que parecem verdades. Verdades tão difíceis de se acreditar que são consideradas praticamente mentiras.

Recentemente a revista The Economist, destacou que o mundo contemporâneo está substituindo os fatos por indícios, percepções por convicções, distorções por vieses.

A pós-verdade, palavra do ano 2016 segundo a Universidade de Oxford, já é um termo incorporado ao vocabulário da mídia mundial, é parte de um processo inédito provocado essencialmente pela avalanche de informações geradas pelas  novas tecnologias de informação e comunicação. Com tanta informação ao nosso redor é inevitável que surjam dezenas e até centenas de versões sobre um mesmo fato. A consequência também inevitável foi a relativização dos conceitos e sentenças.

Já “Fake news” foi a expressão que se popularizou mundialmente e se tornou comum nas conversas cotidianas.

Tanto pós-verdade quanto ‘fake news’ reforçam que o momento exige a busca pela verdade. O mundo está diante de um fenômeno que começou a mudar comportamentos e valores em relação a conceitos tradicionais de verdade, mentira, honestidade e desonestidade, credibilidade e dúvida.

Infelizmente o brasileiro lê cada vez menos e repassa notícias com uma velocidade meteórica. É um caso típico de aplicação da teoria da “cognição preguiçosa”, criada pelo psicólogo e prêmio Nobel, Daniel Kahneman, para quem as pessoas tendem a ignorar fatos, dados e eventos que obriguem o cérebro a um esforço adicional. Em resumo, é a preguiça de pensar.

Na era da pós-verdade, as versões ganharam mais importância do que os fatos. O que chamamos de fatos, na verdade são representações de um fato, dado ou evento desenvolvidas pela mente de cada indivíduo.

Engraçado é que até o conceito ensinado pelos nossos pais e responsáveis de que “a mentira tem as pernas curtas”, porque a qualquer momento pode ser desmascarada, perdeu o sentido, pois às vezes, ela consegue ir muito longe e, hoje, espalha-se com uma velocidade nunca imaginada.

A pós-verdade é talvez o maior desafio para o jornalismo contemporâneo porque afeta a relação de credibilidade entre o jornal e o público.

Você já imaginou como seria a nossa sociedade sem falsidades, ou seja, se todos nós disséssemos sempre e somente a verdade. Alguns comércios iriam à falência. Governantes renunciariam e muitas demandas judiciais seriam evitadas. O desafio é lutar sempre para que a verdade prevaleça. Portanto, não acredite e nem compartilhe tudo o que você ler, ver ou ouvir. Pesquise e saiba antes se é mesmo verdade.

 

   “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna”. Mateus 5:37

José Antônio Costa


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