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Poluentes chegam até o Ribeirão Caxangá no Parque das Grevíleas


Por: Alex Fernandes França
Data: 31/01/2020
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Reportagem esteve no local e verificou a presença de poluentes que chegaram até o leito do Caxangá por meio dos dissipadores das galerias de águas pluviais, as chamadas “bocas-de-lobo”. Situação é preocupante.

Espaço urbano mais querido pela população de Nova Esperança, o Parque das Grevíleas possui em seu interior, uma rica biodiversidade, mas essa história, que vem sendo escrita a várias mãos, teve início no fim da década de 1970, quando ali havia apenas enormes voçorocas. 

Com o apoio do Ministério do Interior (Federal), da Sucepar, órgão da Secretaria de Estado do Interior e do órgão regional de Paranavaí (assistência técnica em engenharia) começou com recursos do Governo do Estado, do Governo da união e município, através do Projeto Noroeste, o combate à erosão urbana no município de Nova Esperança, uma vez que a cidade estava sendo literalmente engolida pelos enormes “buracões” existentes na região da avenida Brasil. A situação da erosão era muito grave, colocando em risco muitas vidas e residências ,que deslizavam para dentro das voçorocas. A cidade era considerada campeã de erosão no Paraná. 

Materiais poluentes

Como parte integrante do Projeto de estancamento do problema, foram feitas curvas de nível e caixas de contenção de água e tubulações (canais) enormes, para conter a velocidade de escoamento das águas (caixas dissipadoras), que desembocavam no Ribeirão Caxangá. As águas da região central passaram então, através de tubulações de concreto desaguar próximo à nascente do Caxangá, formando uma espécie de lagoa que concentra poluentes tais como plásticos, tecidos, animais mortos e até, segundo suspeita os órgãos ambientais, resíduos químicos oriundos possivelmente de oficinas mecânicas e postos de combustíveis.   Estudo inédito mostrou que a cada ano, a quantidade de lixo lançada nos rios daria pra encher 30 vezes o maior estádio de futebol do Brasil, o Maracanã até o topo. Boa parte dos rios brasileiros está se transformando em lixeira a céu aberto. O problema se agrava porque muitas das substâncias manufaturadas pelo homem não são biodegradáveis, isto é não se decompõe facilmente. Vidros, latas e alguns plásticos não são biodegradáveis e levam muitos anos para se decompor.  Lamentável que muito destes objetos, em sua grande maioria recicláveis, deixam de ter a destinação correta, uma vez que corretamente separados, poderiam gerar renda para a Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis. O despreparo das pessoas em separar os resíduos orgânicos dos sólidos acaba por contaminar o meio ambiente, mudando o curso da natureza, já que os plásticos demoram cerca de 450 anos para se decompor e são justamente estes que causam maior  preocupação. O plástico, vidro, papel e metais, podem ser reciclados e transformados em produtos novos, com um custo bem mais baixo ao consumidor, além de ser uma postura ambientalmente correta.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), se nada for feito, até 2050 haverá mais fragmentos de plásticos nos oceanos do que espécies marinhas. Recentemente pesquisadores Islandeses retiraram 40 quilos de plástico do estômago de uma baleia morta. Todo esse material um dia foi lançado em um rio e muitos jogados criminosamente em pequenos córregos ou ribeirões, a exemplo do Caxangá, foco desta reportagem. 


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