A generic square placeholder image with rounded corners in a figure.


Horticultores adotam sistema inovador de plantio direto utilizando palha e reduzem o uso de agrotóxicos


Por: Alex Fernandes França
Data: 18/02/2021
  • Compartilhar:

Parceria entre o IDR - Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná/Emater-Iapar e a Secretaria da Agricultura de Nova Esperança já está rendendo frutos. Produtores da Feira do Produtor já estão comercializando as hortaliças de melhor qualidade graças ao sistema inovador. Avanços incluem o menor revolvimento do solo e uso de coberturas vegetais, por exemplo, o milheto.

Plantio de alface na propriedade de Odair Ciccheto – Distrito de Barão de Lucena em Nova Esperança.  Com a redução de adubos e agrotóxicos, os agricultores do município  estão produzindo hortaliças gastando em média 50% a menos com relação a outros sistemas de plantio

Os horticultores de Nova Esperança já estão colhendo os benefícios que o inovador sistema de plantio direto de suas hortaliças vem proporcionando. Por meio da prática conservacionista de proteção permanente do solo com palhada, utilizando plantas de cobertura para formar biomassa, os resultados já começaram a aparecer. Além dessas plantas, conhecidas como adubos verdes, são mantidos na área de plantio os restos vegetais de culturas anteriores. ´

De acordo com Douglas Mocchi – Engenheiro Agrônomo do IDR – Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná/Emater – Iapar, “como em todas as atividades agrícolas, a horticultura tradicional passa por transformações. Uma de suas características é o intenso revolvimento do solo, o que gera gastos com insumos, equipamentos e mão de obra, além de riscos, uma vez que revolve demais o solo e os agricultores ficam sujeitos a intempéries quando do excesso de chuvas, por exemplo, erosões. Esse que estamos implantando é um modelo de trabalho já existente que é o cultivo de hortaliças e frutas em cima da palha. Um destes exemplos é o plantio de melancias em Colorado que por influência nossa além de outras dezenas de horticultores de Nova Esperança, que adotaram a técnica e já comercializam o resultado na Feira do Produtor realizada todas às quintas-feiras”, explicou o profissional.

Com a redução de adubos e agrotóxicos, os agricultores de Nova Esperança chegam a produzir suas hortaliças gastando em média 50% a menos com relação a outros sistemas de plantio. Para tanto utilizam o milheto, que tem demonstrado grande eficácia e ótimos resultados.

“Além de proteger o solo, as plantas de cobertura servem de alimento para macro e microrganismos, aumentam a concentração de matéria orgânica, reduzem o surgimento de plantas espontâneas e mantêm a umidade e a temperatura mais estáveis” explicou  o  Gerente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná/Emater – Iapar – Unidade Nova Esperança, Valter Olivatti

Segundo Valter Olivatti, Gerente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná/Emater – Iapar – Unidade Nova Esperança, “além de proteger o solo, as plantas de cobertura servem de alimento para macro e microrganismos, aumentam a concentração de matéria orgânica, reduzem o surgimento de plantas espontâneas e mantêm a umidade e a temperatura mais estáveis. Com a rotação de várias espécies, há redução nos problemas fitossanitários, aumento na biodiversidade e na reciclagem de nutrientes, mantendo e melhorando a fertilidade do solo. O objetivo deste sistema de plantio é promover a saúde da lavoura com práticas voltadas para o conforto das plantas. Isso significa reduzir o estresse relacionado a fatores como temperatura, umidade, salinidade e PH do solo, luminosidade e ataque de pragas e doenças. Na nutrição da planta, é preciso seguir as taxas diárias de absorção de nutrientes ajustadas às reservas nutricionais do solo, aos sinais apresentados pelas plantas e às condições ambientais. Conseguimos reduzir substancialmente o uso de agrotóxicos, em resumo, o sistema reduz o custo de produção, diminui ou elimina a utilização de produtos químicos e aumenta a renda dos agricultores”, frisou Olivatti. 

O sistema aperfeiçoa o potencial produtivo das culturas e tem como base o revolvimento mínimo da terra, a rotação de culturas com plantas de cobertura e a cobertura permanente do solo. “Com essa técnica, temos uma redução do consumo de água e, com isso, diminui a necessidade de irrigação e incidência de plantas daninhas, proporcionando uma economia nos tratos culturais”, salientou Valter Olivatti.

O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná/Emater – Iapar trabalha na difusão da técnica com atuação direta nas propriedades durante as visitas periódicas. Olivatti explica que para a implementação da prática é necessário o tempo para implantação de plantas de cobertura, de 90 dias se for em área total. Porém, destaca que o ideal é que o produtor faça aos poucos a transição para esta metodologia, dividindo sua área em partes, pois assim evita comprometer sua produção.


Anuncie com Jornal Noroeste
A caption for the above image.


Veja Também


smartphone

Acesse o melhor conteúdo jornalístico da região através do seu dispositivos, tablets, celulares e televisores.