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Após 25 anos do acidente, sobrevivente à queda de tanque de lavar roupas leva vida normal: “foi Deus”


Por: Alex Fernandes França
Data: 30/08/2019
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         Jessica da Silva Barizon, atualmente com 28 anos celebra a vida. Em 1994 ela e outra criança se dependuraram em um tanque de lavar roupas que com o peso do corpo, fraturou sua cabeça, correndo sérios riscos de morte. Posteriormente ela precisou passar por vários procedimentos cirúrgicos.

Acidentes domésticos com crianças são comuns em todo Brasil, na maioria dos casos, geram ferimentos leves, mas sempre se deve prestar atenção nos pequenos, mesmo na segurança do lar. Um dos acidentes mais perigosos é o que ocorre com o tanque de lavar roupas de concreto ou cerâmica, o que ocasiona acidentes graves. Na maioria dos casos, os pequenos se acidentam após subir ou apoiar-se no tanque, que por estar inadequadamente fixado, vira e cai sobre o corpo. A este acidente, os especialistas chamam de Síndrome do Tanque.

Em 24 de novembro de 1994 um gravíssimo acidente envolvendo a queda de um tanque de lavar roupas sobre as cabeças dos até pequeninos  Jéssica da Silva Barizon e de Igor Shiina Gabriel, hoje, ele,  morando na Austrália e pai de um casal de filhos e ela, ainda residindo em Nova Esperança.   O episódio culminou com ferimentos internos nas crianças. Imediatamente resgatada, ela e Igor foram levados, já em estado grave para o Hospital Municipal. O fato gerou grande comoção na cidade de Nova Esperança, chocando a comunidade e principalmente familiares e amigos mais próximos que acompanharam a angústia das famílias.  Os pequenos tinham 03 e 04 anos respectivamente à época dos fatos. Nossa reportagem reencontrou um dos sobreviventes: Jéssica da Silva Barizon, agora casada, que comemora a nova chance de viver. “Eu era muito pequena. Não me recordo de quase nada, mas sei que as mãos de Deus estiveram sobre nós, pois os índices de sobreviventes neste tipo de ocorrência são baixíssimos”, conta, bastante emocionada.

Ela passou  por 04 cirurgias ao longo de sua vida. Teve traumatismo craniano, precisou passar por reconstituição da face. Com o nariz quebrado e um quadro clínico complicado, seus pais, Miriam e Evanildo contam que viveram momentos de terrível angústia, com a filha desenganada pela junta médica. “Os próprios médicos não acreditavam na possibilidade de um milagre, mas ela sobreviveu e está aqui para compartilhar sua história de lutas, dificuldades e superação”, conta Míriam Fernandes da Silva Barizon. Vencidas as primeiras etapas e já sem riscos de morte, o quadro da menina teve outros desdobramentos, decorrentes do acidente. “Desenvolveram alguns tumores entre o cérebro e o nariz, que precisaram ser removidos por algumas vezes”, conta Jéssica.

Número de casos diminuíram

O número de casos do tipo teve grande decréscimo em toda a região, pois as famílias cada vez mais, dispensam o uso de tanques quando adquirem máquinas de lavar roupa devido ao incremento na renda nos últimos anos. Mesmo assim, fica o alerta aos pais e responsáveis para sempre ficarem de olhos nas crianças, mesmo dentro de casa.

Segundo o médico pediatra Dr. Juarez de Oliveira, ouvido pela reportagem, o principal tipo de ferimento causado é o trauma craniano, o que pode acarretar hemorragia interna . “É normal a criança subir em tanques e cadeiras, mas o problema é como está organizada a casa, como por exemplo, na fixação do tanque. Este tipo de acidente é na maioria das vezes fatal para uma criança pequena, devido ao peso do concreto, já que atinge órgãos que contém muito sangue, como o baço e fígado, causando seu rompimento, consequentemente, hemorragia interna.” De alguns anos para cá a base dos tanques modificaram, algumas  são normalmente feitas de tijolos, sendo apenas a cuba colocada na parte superior. Quanto aos tanques tradicionais, estes passaram por alterações, alterando o design, proporcionando o contrapeso.  No caso de alguma criança se dependurar em um tanque, a força contrária evita seu tombamento. Mesmo assim a recomendação é parafusar o tanque na parede e chumbar os pés de concreto com uma massa forte de cimento, além, claro, de substituir os antigos, extremamente perigosos, pelos mais modernos e com riscos minimizados. 


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