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45 anos de História: Do Parque das Grevílias ao Jardim Botânico de Nova Esperança


Por: José Antônio Costa
Data: 19/02/2024
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Foto PMNE

A medida que Nova Esperança celebra 45 anos desde a criação do Parque das Grevílias, é impossível não refletir sobre a notável jornada desta joia verde que emergiu das adversidades ambientais. Até 1979, a cidade enfrentava uma crise significativa devido às erosões que ameaçavam engolir parte de seu território. Foi nesse cenário que nasceu o Parque, marcando não apenas a criação de um espaço verde, mas também o início de uma história de resgate ambiental e desenvolvimento sustentável.

Desafios erosivos na década de 1970

A década de 1970 foi testemunha de desafios ambientais significativos em Nova Esperança. A região Noroeste do Paraná, composta em grande parte pelo solo instável do Arenito Caiuá, enfrentava um potencial erosivo alarmante. A baixada da avenida Brasil se tornou o epicentro das preocupações, com erosões ameaçando não apenas a paisagem, mas também a integridade urbana.

A Lei Nº 978 de 1979: Um marco na história ambiental em Nova Esperança

Em 11 de dezembro de 1979, a Lei Nº 978 foi promulgada, instituindo oficialmente o Parque das Grevílias. A legislação não só delineou as fronteiras do parque, abrangendo uma área impressionante de 185.372 metros quadrados, mas também representou um compromisso municipal com a preservação ambiental. O projeto visava não apenas conter as erosões, mas também criar um ambiente sustentável para as gerações futuras.

Engenharia ambiental em ação: galerias e arborização

O nascimento do Parque das Grevílias não foi apenas uma decisão legislativa; foi uma ação transformadora. Engenheiros e ambientalistas uniram forças para criar enormes galerias que direcionavam as águas pluviais para o interior do parque, evitando erosões futuras. A arborização foi uma peça-chave nesse quebra-cabeça ambiental, com a plantação de milhares de árvores da espécie Grevílea robusta, escolhida por sua capacidade de conter erosões e contribuir para um ecossistema equilibrado.

Fronteiras do Parque e desenvolvimento Sustentável

As fronteiras do Parque das Grevílias, detalhadas na Lei Nº 978, delinearam não apenas um território, mas um compromisso duradouro com o desenvolvimento sustentável. Com originalmente 70.512 metros quadrados dedicados ao bosque, o parque tornou-se um refúgio para a biodiversidade local, proporcionando um equilíbrio entre o meio ambiente e o desenvolvimento urbano.

Descarte irregular e degradação ambiental

Durante anos, o Parque das Grevílias permaneceu inacessível ao público, tornando-se um local propício para atividades ilícitas e práticas prejudiciais ao meio ambiente. O descarte irregular de lixo, a caça de animais silvestres e a presença de usuários de drogas transformaram o espaço em uma área degradada e negligenciada.

A história do Parque das Grevílias, que se desenrola desde a sua criação em 1979, recebeu um importante capítulo de refinamento em setembro de 1993. Através da Lei Municipal Nº 1269, aprovada pela Câmara Municipal de Nova Esperança, as divisas e confrontações do parque foram retificadas, solidificando seu papel como um patrimônio ambiental e cultural para as gerações futuras.

Refinando os limites: Lei Nº 1269 de 14 de setembro de 1993

Em 14 de setembro de 1993, a Câmara Municipal de Nova Esperança aprovou a Lei Nº 1269, um marco legislativo que buscou refinar as fronteiras e confrontações do Parque das Grevílias, originalmente instituído pela Lei Municipal Nº 978 em 1979. Esta retificação visava proporcionar uma delimitação mais precisa e alinhada com as necessidades ambientais e urbanas da cidade.

O Compromisso com a preservação ambiental

A Lei Nº 978, de 11 de dezembro de 1979, estabeleceu as bases para a criação do Parque das Grevílias, mas foi com a Lei Nº 1269, em 1993, que as divisas foram ajustadas para melhor atender às características naturais do local. O refinamento das fronteiras demonstra o compromisso contínuo da cidade com a preservação ambiental e a manutenção deste espaço como um refúgio verde em meio à expansão urbana.

Um novo contorno

Os ajustes nas divisas, conforme estabelecidos pela Lei Nº 1269, abrangeram detalhes específicos do perímetro do Parque das Grevílias. A precisão foi essencial para delimitar claramente os limites do espaço, garantindo que as intervenções urbanas respeitem e preservem a área destinada à flora, fauna e recreação.

Nova retificação de divisas – Ano 1999

Mais um passo significativo em direção à adaptação das necessidades urbanas de Nova Esperança, a Câmara Municipal aprovou, em 12 de julho de 1999, a Lei 1416. Esta legislação autorizou a retificação das divisas e confrontações do Parque das Grevílias, desafetando áreas específicas e permitindo a incorporação da quadra 1001 B da Planta Geral da Cidade ao Parque Industrial Caxangá.

Impacto no planejamento urbano e ambiental

 

A retificação das divisas não apenas solidificou a posição do Parque das Grevílias como um pulmão verde de Nova Esperança, mas também teve implicações práticas no planejamento urbano. A cidade, ao adaptar as fronteiras do parque, demonstrou um olhar atento para conciliar o desenvolvimento urbano com a preservação ambiental.

Ano de 2007: Início do processo de urbanização do Parque das Grevílias

Uma jornada de renovação e transformação marcou a história do Parque das Grevílias, desde sua criação em 1979 até os dias atuais. O espaço, que por décadas permaneceu fechado para visitação pública, testemunhou uma metamorfose impressionante a partir de 2007, quando a Prefeitura iniciou um processo ambicioso de urbanização e revitalização.

 Em agosto de 2007, a Prefeitura de Nova Esperança deu início a um processo de renovação no Parque das Grevílias. As obras de dragagem de fundo de vale e terraplanagem marcaram o início de uma nova era para o espaço. O destaque ficou para a construção de um majestoso lago de 5.176 metros quadrados, alimentado pela nascente do Ribeirão Caxangá. Essa iniciativa não só embelezou o parque, mas também contribuiu para a preservação dos recursos hídricos locais.

Além das obras estruturais, a Prefeitura intensificou o plantio de mudas de árvores nativas e exóticas, visando restaurar o ecossistema local e promover a biodiversidade. A instalação de postes no entorno do lago e em pontos estratégicos do parque reforçou a segurança, desencorajando atividades ilícitas e garantindo a proteção do ambiente.

O Parque das Grevílias aos poucos foi se transformando em um destino imperdível para os moradores de Nova Esperança e região.

À medida que Nova Esperança celebra o renascimento do Parque das Grevílias, é crucial lembrar que a jornada de revitalização é contínua. O compromisso com a sustentabilidade e a preservação ambiental permanece no centro das ações da comunidade, garantindo que este oásis verde continue a prosperar por muitos anos. O Parque das Grevílias é, verdadeiramente, um testemunho do poder da renovação e do compromisso com um futuro mais sustentável.

Em um movimento visionário, a Câmara Municipal aprovou, em 12 de março de 2021, a Lei 15/2021, marcando uma nova era na história do espaço verde da cidade. O Parque Municipal, outrora conhecido como "Parque das Grevílias", foi rebatizado como "Jardim Botânico de Nova Esperança", refletindo uma visão mais ampla e abrangente para este tesouro natural.

Da mudança de nome à missão ampliada: O surgimento do Jardim Botânico

A aprovação da Lei 15/2021 trouxe consigo não apenas uma mudança de nome, mas uma redefinição completa da missão do espaço. Com uma área de 68.717,69m², o Jardim Botânico Municipal de Nova Esperança (JBNE) surge como um polo de pesquisa, conservação, educação ambiental e lazer, cumprindo um papel vital na preservação do patrimônio florístico da região.

Visão e estrutura: O JBNE como Centro Multifuncional 

O JBNE não é apenas um parque; é um centro multifuncional projetado para promover políticas públicas ambientais, culturais e turísticas. O museu histórico, auditório, viveiro para produção de mudas, estufas de flores, trilhas de caminhada, ciclismo e contemplativa, e até mesmo a compostagem, compõem a rica tapeçaria deste novo Jardim Botânico.

Compromisso com a natureza: Objetivos do JBNE

O Jardim Botânico Municipal tem como objetivo primordial promover a pesquisa, conservação, preservação, educação ambiental e lazer, sempre buscando difundir o valor multicultural das plantas e sua utilização sustentável. Além disso, a proteção de espécies silvestres, raras ou ameaçadas de extinção, e a realização de registros sistemáticos e documentação das plantas, são metas essenciais.

Um centro de conhecimento e preservação: O papel Educacional do JBNE

Além de ser um espaço de beleza natural, o JBNE visa ser um centro educacional acessível ao público. Seu papel vai além das trilhas e estruturas físicas, estendendo-se à capacitação de recursos humanos, promoção de intercâmbio científico e cultural, e o estímulo à pesquisa científica.

Regulamentação e conservação: O futuro do JBNE

O Jardim Botânico de Nova Esperança é regido por normas específicas, seguindo as disposições da Lei 15/2021 e da Lei Complementar nº 2.658 de 22 de novembro de 2018. O regimento interno garante a eficácia das ações e a preservação do espaço.

 Preservação e proibição: Diretrizes do JBNE

A conservação do JBNE está sendo  mantida através de regras estritas. Proibições, como a circulação de veículos automotores nas trilhas, caça, pesca e natação no lago, entre outras, asseguram a integridade do espaço. Os caminhos e estruturas serão preservados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, garantindo o uso público comum do povo.

Do passado ao futuro: O JBNE como legado sustentável

A transformação do Parque das Grevílias em Jardim Botânico não é apenas uma mudança de nomenclatura; é a evolução de um legado. O JBNE se torna um símbolo do compromisso de Nova Esperança com a sustentabilidade, a conservação e a preservação ambiental, representando um novo capítulo na história verde da cidade. O jardim floresce, não apenas com plantas, mas com um compromisso renovado com a natureza.

Legado e celebrando 45 anos de sustentabilidade

Em 2024, Nova Esperança olha para trás com orgulho nos 45 anos de história do Parque das Grevílias. O legado deixado por cada um que ajudou a construir o espaço transcendeu os anos, representando uma visão pioneira que transformou um desafio ambiental em um símbolo de esperança e sustentabilidade. O Parque é agora mais do que uma área verde; é um testemunho de como as cidades podem superar adversidades e construir um futuro mais sustentável.

À medida que Nova Esperança celebra o passado do Parque das Grevílias, o compromisso com a sustentabilidade continua. Este oásis verde é uma fonte de inspiração para as gerações futuras, lembrando-nos de que, mesmo diante dos desafios ambientais, a ação local pode ter um impacto global. Que os próximos 45 anos sejam marcados por mais conquistas e inovações em prol de um ambiente saudável e equilibrado.

Inauguração oficial do Jardim Botânico

Revisitamos um marco crucial na história ambiental e cultural de Nova Esperança: a inauguração oficial do Jardim Botânico. Em uma tarde memorável de sexta-feira, em 20 de outubro de 2023, a comunidade se uniu para celebrar a transformação de um espaço comum em um oásis ecológico e cultural.

O Jardim Botânico de Nova Esperança, agora resgatado como parte integral da história local, abrange aproximadamente 70 mil metros quadrados. O complexo inclui um viveiro, museu, auditório, trilhas ecológicas contemplativas, trilhas para ciclismo e uma área de compostagem. A inauguração foi um marco ecológico e cultural, reunindo autoridades municipais, educadores, alunos, voluntários do parque e membros da comunidade.

Anualmente, o Jardim Botânico produz cerca de 25 mil mudas de espécies nativas, flores, plantas medicinais e temperos. Essas mudas são destinadas a projetos de paisagismo, arborização e distribuição gratuita, promovendo o compromisso com a preservação ambiental.

O processo de transformação, evidenciado pela Lei 2.722 de 6 de abril de 2021, que alterou a denominação do antigo "Parque das Grevíleas" para "Jardim Botânico de Nova Esperança," revela a evolução do espaço. O viveiro de produção de mudas, estufas, trilhas e áreas de compostagem são testemunhas dessa mudança, destacando o compromisso contínuo com a diversidade e sustentabilidade.

Mais de 200 espécies de plantas, catalogadas e identificadas com placas informativas, agora prosperam no solo fértil enriquecido com matéria orgânica proveniente da coleta pública de flores, folhas e galhos de árvores. O Jardim Botânico não é apenas uma expressão exuberante da flora local, mas também um local com objetivos educacionais e ambientais ambiciosos, promovendo a pesquisa, conservação, preservação e a educação ambiental.

Ao ser oficialmente aberto para o lazer da comunidade, o Jardim Botânico tornou-se um espaço querido por todos, destacando-se como um local para difundir o valor multicultural das plantas e sua utilização sustentável. O site do Jornal Noroeste oferece um registro completo deste resgate histórico, mostrando como a transformação local pode impactar positivamente o meio ambiente e fortalecer os laços comunitários. O Jardim Botânico é mais do que um espaço verde; é um testemunho vivo da capacidade de uma comunidade em construir um futuro sustentável.

 45 anos de um rico legado

 Neste ano comunidade de Nova Esperança comemora com orgulho os 45 anos de história do que já foi o Parque das Grevílias, um marco que vai além do tempo, representando um legado de sustentabilidade que transcendeu gerações e agora se transforma em uma nova fase como Jardim Botânico.

Há quatro décadas e meia, o espaço surgiu como resposta a desafios ambientais significativos enfrentados pelo município. A região, especialmente afetada por erosões na baixada da avenida Brasil, viu-se diante de um cenário desafiador. Grande parte do solo composto pelo Arenito Caiuá, com seu potencial erosivo, estava colocando em risco parte da cidade.

A Lei Nº 978, datada de 11 de dezembro de 1970, instituiu o Parque das Grevílias, marcando o início de uma jornada que transformou uma preocupação ambiental em um símbolo de esperança. A escolha do nome não foi aleatória; milhares de árvores da espécie Grevília robusta foram plantadas no local, desempenhando um papel crucial na contenção das erosões.

Ao longo dos anos, o Parque das Grevílias evoluiu de uma simples área verde para um testemunho vivo de como as comunidades podem superar adversidades e construir um futuro mais sustentável. Cada indivíduo que contribuiu para a construção e manutenção deste espaço deixou um legado que inspira as gerações presentes e futuras.

A transformação recente, formalizada pela Lei 15/2021, que rebatizou o espaço como Jardim Botânico de Nova Esperança (JBNE), representa uma nova fase nessa jornada sustentável. Este oásis verde não é apenas uma área de lazer, mas um centro multifuncional de pesquisa, conservação e educação ambiental.

Enquanto Nova Esperança celebra o passado e se lança nessa nova era, o compromisso com a sustentabilidade permanece firme. O Jardim Botânico é mais do que um lugar bonito; é uma fonte constante de inspiração. Este legado verde recorda-nos que mesmo diante dos desafios ambientais, a ação local pode ter um impacto global significativo.

À medida que nos aproximamos do meio século de existência do JBNE, a esperança é que os próximos 45 anos sejam marcados por mais conquistas e inovações em prol de um ambiente saudável e equilibrado. O Jardim Botânico não é apenas um novo nome; é uma promessa contínua de cuidado com o meio ambiente e de um futuro sustentável. Que cada passo adiante seja um lembrete constante de que o compromisso com a natureza é uma jornada contínua e uma responsabilidade compartilhada.


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