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Depressão na adolescência é coisa séria


Por: Luiza Graziela Santos Dias
Data: 22/04/2020
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A adolescência é uma fase complicada, cheia de conflitos e crises emocionais. O jovem passa por diversas situações novas e desafiadoras, onde é tomado por uma pressão social para se adequar ao meio social e tomar decisões mais maduras e para muitos, esse período é muito difícil. 

De acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde, 1 a cada 5 jovens sofre com problemas de saúde mental, sendo a depressão uma das principais causas do adoecimento na adolescência. Ainda hoje existe um tabu sobre as doenças mentais, como a depressão nos adolescentes, muitos ainda veem como falta de ocupação, maturidade ou como tentativa de chamar a atenção dos pais. O problema é que com esse descaso o número de suicídio entre jovens é muito alto, sendo, de acordo com OMS, a segunda maior causa de morte entre indivíduos de 15 a 29 anos.

Não existe apenas uma causa para a depressão, pois muitas vezes o adoecimento se dá na combinação de diversos fatores que podem estar no meio familiar e social, sem ignorar também os altos níveis hormonais nessa fase que podem também influenciar nas emoções. 

É importante que os pais observem as mudanças de comportamento do filho, como:

• Isolamento social;

• Dificuldades para dormir;

• Problemas alimentares;

• Queda no rendimento escolar;

• Falta de ânimo, está desmotivado;

• Pensamentos negativos;

• Uso frequente de frases como “ninguém se importa comigo”, “ninguém gosta de mim”, “quero dormir e não acordar mais”, “quero morrer”, entre outras que demostrem um negativismo e a falta de entusiasmo nas coisas que anteriormente gostava;

• Ansiedade exagerada;

• Medos excessivos;

• Baixa autoestima;

• Sentimento de culpa constante;

• Irritação e inquietação.

A depressão, de um modo geral, afeta o humor, a disposição, o comportamento e a forma de pensar do indivíduo e muitas vezes faz com que perca o interesse e o prazer em coisas que antes gostava. Em casos mais severos podemos observar comportamentos suicidas, como:

• Automutilação, que consiste em causar ferimentos em si mesmo na tentativa de aliviar a dor emocional;

• Insônia constante;

• Pensamento acelerado, demonstrando muita ansiedade ou pânico;

• Mudanças severas na alimentação;

• Pensamentos frequentes relacionados à morte;

• Sentimento de inutilidade, como se fosse um peso morto, sempre se colocando como um incômodo;

Devemos lembrar que cada pessoa é única e pode apresentar sintomas diferentes, mas de uma forma geral esses são alguns dos principais sintomas. É muito importante que os pais estejam atentos às mudanças de comportamento do filho para que possam ajudá-lo. 

O tratamento é muitas vezes feito com auxílio de um psicólogo e um psiquiatra. Sendo assim, o psicólogo é quem vai acompanhar esse adolescente, realizando sessões semanais e em alguns casos mais de uma vez por semana, com intuito de ajudar o jovem a entender seus sentimentos, suas angústias, seus medos e pensamentos conflitantes, enquanto o psiquiatra irá ajudar com o medicamento, que muitas vezes é necessário para a melhora do quadro clinico. É importante ressaltar que em casos de depressão somente o medicamento não é eficaz, sendo fundamental a junção com o acompanhamento psicológico, vale lembrar que o medicamento só deve ser indicado por um médico especializado em saúde mental.

Mesmo com tanto acesso a informação, tanto os pais quanto os adolescentes ainda têm dificuldades em aceitar que precisam de ajuda de um especialista, precisamos quebrar esse tabu de que cuidar da saúde mental é coisa de louco, se queremos uma sociedade melhor precisamos cuidar dos nossos jovens e quando investimos em saúde mental estamos investindo em diversos fatores que farão com que esses jovens sejam adultos mais bem resolvidos, que saibam lidar com suas emoções e saibam tomar decisões melhores.

Luiza Graziela Santos Dias


Anuncie com Jornal Noroeste
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