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Não devemos comparar


Por: Luiza Graziela Santos Dias
Data: 18/02/2020
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Provavelmente você já ouviu quando criança ou já falou para seu filho algumas dessas frases:

"Eu fazia isso e muito mais na sua idade"

"Seu irmão nunca me deu trabalho na escola"

"Olha como ela é bonita, coma tudo para ficar bonita com ela"

"Veja como ele é corajoso, seja corajoso também e pare de chorar"

Essas são algumas das frases que os pais muitas vezes usam com intuito de encorajar a criança a fazer algo, mas sem perceber esse "encorajamento" sai como uma crítica e um aviso de incapacidade. Os pais não fazem por mal, a intenção muitas vezes é dizer que crianças da mesma idade estão fazendo e seu filho também consegue fazer, mas ao fazer isso ignoram a individualidade e muitas vezes passam a ideia que desejam que a criança seja como o outro, gerando sentimento de impotência e insegurança por não atingir as expectativas dos pais.

A criança quando pequena está formando sua personalidade e irá por si mesma buscar referências, mas quando o adulto quer escolher para a criança em quem se espelhar isso não é saudável. Muitas vezes os pais acreditam que ao comparar irão despertar na criança o desejo de fazer igual, mas na verdade, muitas vezes, surte um efeito contrário e a criança tende a fazer cada vez menos.

A comparação pode gerar na criança:

- Baixa autoestima, pois ao ser comparada à criança é evidenciado seus defeitos e não suas qualidades;

- Surgimento da inveja e do ciúme, o que pode gerar conflitos entres os irmãos e os colegas, dificultando os relacionamentos;

- Sentimento de inferioridade e inadequação no papel de filho ideal para os pais; 

Em consultório escuto com frequência no discurso das crianças e adolescentes frases como:

"Meus pais não valorizam o que faço, só o que não faço"

"Meus pais querem que eu seja igual meu irmão"

"Meus pais me amam menos que meu irmão"

"Eu não vou tentar fazer pois nunca é o suficiente"

"Nunca está bom como eu faço, eles sempre me comparam com os outros que fazem melhor"

Podemos assim perceber que a comparação não surte um efeito positivo e nós podemos usar de outros meios para motivar nossos filhos. O ideal na hora de motivar a criança é observar os seus pontos fortes e investir neles. Então, ao invés de dizer que o irmão, o colega ou o vizinho faz determinada coisa e ele não faz, devemos olhar o que o nosso filho pode fazer e investir nisso. Por exemplo, ele pode não ser bom em matemática, mas vai muito bem em português, pode não saber lavar a louça, mas é ótimo em organização. Para isso devemos nos c onectar com nosso filho e conhecer seus pontos fortes e fracos.

E antes que me perguntem, estimular os pontos fortes não quer dizer que esquecemos dos pontos fracos a serem melhorados, pelo contrário damos força para que nosso filho acredite por si só que pode melhorar aquilo que tem dificuldade.

Ao estimular o melhor do nosso filho, o transformamos em uma criança confiante e segura, que entende que é capaz. Aumentando a autonomia e o desejo de aprender coisas novas, pois ela entende que tem qualidades e que pode fazer o que quiser.

Luiza Graziela Santos Dias


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