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Meninos vestem azul e meninas vestem rosa?


Por: Luiza Graziela Santos Dias
Data: 04/08/2020
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Com frequência ouvimos que se for menino deve ser tudo azul e se for menina tudo rosa, mas quem foi que colocou essa ideia nas nossas cabeças? Quem foi que disse que a cor determina o sexo, gênero ou orientação sexual? Quem determinou que as meninas brincam de boneca e os meninos de carro? Quem foi que colocou como regra que a menina deve ser delicada e o menino forte? Quem determinou que para diferenciar os bebês, a menina deve sair da maternidade com a orelha furada? De onde vem todo esse absurdo?

É difícil refletir sobre isso, ainda mais quando estamos imersos a tanto tempo nessa cultura, mas o mais triste é que mesmo que não quisermos seguir esse caminho, somos forçados nas lojas de roupas a ouvirmos “ é menino ou menina? ”, nas lojas de brinquedos “é para menino ou menina? ”, até mesmo na hora de escolher o chocolate com surpresinha temos estampado “para menino e para menina”. E nesse movimento vamos limitando o desenvolvimento dos nossos filhos. Quando dizemos a uma menina que deve ser delicada, impedimos que aprenda desde a infância a sua força, quando dizemos ao menino que deve ser forte, impedimos que aprenda a reconhecer e entender suas emoções e, assim, mantemos o machismo e a desigualdade no topo, e quando digo machismo aqui, não venho dizer somente que as meninas serão prejudicas, mas os meninos também, e toda a sociedade que ainda precisa lidar com a intolerância e a ignorância.

Entenda que o órgão genital do seu filho não determina nada além do seu sexo: masculino ou feminino, não é ele que irá determina o gênero: homem ou mulher e muito menos a orientação sexual de seu filho: homossexual, heterossexual ou bissexual. Se nem mesmo o órgão genital é capaz de determinar tudo isso, não será um brinquedo ou uma cor que irá determinar. Um menino brincar de boneca não o tornará uma menina e não irá despertar o desejo de ser como uma, mas fará com que aprenda a se relacionar melhor com suas emoções e com os outros, além de auxiliar que seja um pai melhor. Assim como, uma menina jogar bola, brincar de carrinho ou qualquer brincadeira julgada como de “menino”, não a tornará um, mas sim mostrará que ela pode ser delicada e forte ao mesmo tempo. 

Parem de reprimir as crianças, para elas não existe isso de brinquedo de menino e menina, são apenas brinquedos e, brincar com uma grande variedade de brinquedos, auxilia na tomada de decisões importantes da vida adulta, como a profissão. Mas, jamais terá o poder de determinar gênero e a orientação sexual do seu filho. 

Luiza Graziela Santos Dias


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