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Sétima Arte - Alita: Anjo de Combate


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 15/02/2019
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A ação está garantida na grande estreia desse fim de semana, Alita: Anjo de Combate, não é apenas um espetáculo visual, mais que isso, o longa pode ser encarado como uma lição de motivação. Saiba tudo sobre esse filme na Coluna Sétima Arte dessa semana.

A cultura cyberpunk nipônica demorou para aportar no cinema ocidental, influenciadora de uma geração inteira ao longo dos anos 1990, ela ganhou espaço no ocidente com seus mangás e animes, mas, somente agora, mais de vinte anos depois de seu auge é que os fãs estão colhendo seus frutos na tela grande.

Responsável por entregar ao mundo verdadeiras obras primas, como Akira, Ghost in the Shell e Neon Genesis Evangelion, a cultura cyberpunk do Japão parece hoje como algo fora de moda, mas, na verdade, sua capacidade de entreter e convencer ainda é muito poderosa. Tanto que recentemente a grande estrela de Vingadores, Scarlett Johansson, se dedicou a ser protagonista na versão americanizada de Ghost in the Shell, conhecido por aqui como Fantasma do Futuro. Agora, quem se rende à profundidade da ficção científica dos mangás é James Cameron, um dos homens mais poderosos e icônicos do cinema. Ele roteirizou e produziu Alita: Anjo de Combate, tendo por base o mangá homônimo escrito por Yukito Kishiro.

Como é de se esperar, tudo que seja extremamente pop e capaz de agradar as grandes massas é visto com maus olhos pela crítica especializada e, bem por isso, tem muito crítico de plantão enchendo o roteiro, que é assinado por Cameron e Laeta Kalogridis, de defeitos. Sobre isso eu posso afirmar que o filme entrega o que promete, uma história que prende a atenção do público, tendo começo, meio e desfecho muito bem definidos. As vezes os diálogos aparentam serem um tanto quanto cafonas, mas isso ajuda a compor a inocência que se espera da protagonista Alita. Essa inocência é justamente outro ponto positivo do roteiro, pois, diferente de outras obras de ficção, ela não é apenas uma máquina de guerra. Ao ser tratada como uma criança normal ela acaba despertando em cheio a empatia do público, algo que colabora muito para o sucesso da trama.

O grande James Cameron, o mesmo que encantou o mundo com Titanic, em 1997, e depois revolucionou o cinema com Avatar, em 2009, está trabalhando nesse projeto há vinte anos e agora que Alita se tornou uma realidade, ele entregou a direção a cargo de Robert Rodriguez, um dos diretores mais sanguinários do gênero de ação da atualidade. Rodriguez é cirúrgico em seu trabalho e demonstra que também pode ser um mestre do sci-fi. O diretor apresenta ao público algumas sequências empolgantes, como por exemplo a briga no bar, que é de encher os olhos.

O elenco conta com o ganhador do Oscar, Christoph Waltz, que realiza um trabalho excepcional, além dele estão no filme também Mahershala Ali, Jennifer Connelly e Keean Johnson, mas quem brilha de verdade é Rosa Salazar. Ela impõe toda a sua expressividade a uma personagem que não é real, mas que convence em cada segundo na tela. Sua atuação, somada aos exagerados olhos de Alita faz com que o “Anjo de Combate” seja mais do que um robô. Quem merece destaque também é Keean Johnson, pois é ele o responsável por fazer do filme uma injeção de positividade, seu personagem é pobre e sofre de todas as mazelas possíveis, mas encontra forças diariamente para acreditar num amanhã melhor, mesmo que ele pareça ser impossível. Por meio dele é possível recordar a capacidade que cada um possui para tornar as utopias realidades.

Vamos à trama! O ano é 2.563 e uma ciborgue é descoberta por um cientista. Ela não tem memórias de sua criação, mas possui grande conhecimento de artes marciais. Enquanto busca informações sobre seu passado, trabalha como caçadora de recompensas e desperta um interesse amoroso.

Por que ver esse filme? Porque ele reúne duas características que agradam a maioria das pessoas, ação e um visual incrível. É uma delícia ver como a computação gráfica foi aproveitada da melhor forma possível ao longo do filme. Além disso, o fato do filme apresentar uma distopia cruel, acaba nos lembrando das agruras de nossa própria sociedade, que define muito bem quem deve morar na cidade voadora e na cidade ferro (nos bairros de elite ou nas favelas e periferias). O filme é uma excelente diversão com pitadas de motivação. Aproveite e boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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