Pais e alunos de escolas públicas ou particulares descobriram que ensinar não é fácil e ficam surpresos que os professores possam lidar com salas de 30 ou mais alunos ao mesmo tempo.

Em tempos de pandemia diversos profissionais ganharam destaque e sem dúvidas o professor é um dos protagonistas deste “novo normal” em que estamos vivenciando.  A maioria dos pais passou a olhar com mais atenção ao trabalho desempenhado pelos educadores, pois eles mesmos passaram a perceber a dificuldade sobre como lidar com os filhos o tempo todo dentro de casa. Notaram que boa parte dos educandos demonstra falta de vontade em aprender  e agem com indisciplina constante, o que sem dúvidas dificulta o processo ensino-aprendizagem e, por conseguinte, a construção do conhecimento se torna precária. 

Muitos destes pais chegaram a apoiar a ideia de educação domiciliar ventilada pelo Governo Federal antes do advento da pandemia Covid-19 e agora, diante da ineficácia da concretização da ação prática, tiveram que rever seus conceitos, afinal de contas, contra fatos não há argumentos. Outro fator é o papel socializador da escola que agora passa por outro olhar. A tarefa de ensinar/aprender (conteúdos, comportamentos, etc.) é muito mais complexa e profunda do que supunham os incansáveis adeptos da ideia de educação domiciliar. 

Os pais que antes achavam que o professor era responsável por “enfiar na cabeça do aluno o conteúdo ensinado” estão percebendo a real dificuldade de educar; missão que surge na esteira da disciplina, esmero e interesse por parte do alunado. Estas são barreiras enfrentadas diariamente pelos educadores brasileiros, que passavam incólumes ante os olhos da sociedade. 

Há um ditado popular que diz que se lhe derem um limão, faça uma limonada. Em meio ao limoeiro que é a atual pandemia, o olhar mais atento à nobre missão de ensinar se tornou para a categoria dos professores, forçosamente, a limonada, ficando a classe mais exposta e diante da opinião pública mais criteriosa, fundamental para a construção de uma sociedade mais culta e educada, detentora do conhecimento repassado com o viés do sacerdócio que o ofício exige. 

A atual necessidade de isolamento e fechamento das escolas contribuiu para que essa função ganhasse notoriedade em meio ao iminente caos educacional que muitos creem vivenciar.  Recente, enquete realizada no site www.jornalnoroeste.com fez a seguinte indagação: em sua opinião, os alunos estão tendo aproveitamento do ensino EAD nas escolas municipais? 37% dos internautas responderam SIM, 57% responderam NÃO e 6% não souberam opinar.  A falta de estrutura em contextos sociais distintos, tais como qualidade do serviço de internet ofertado ou as dificuldades econômicas enfrentadas, mostram a como é heterogênea a sociedade brasileira.

Da “limonada pandêmica” extraiu-se que o professor é, sim, fundamental no processo da construção do ensino-aprendizagem e sua valorização, inclusive com melhores ganhos financeiros, condição sine qua non nesta efetivação.