Por Prof. Fernando Razente^[1]

Os educandos da 2ª série do Colégio Coração de Jesus, Unidade Educacional do SAGRADO – Rede de Educação, no Componente Curricular de Filosofia do Itinerário Formativo de Humanas sobre Arquitetura & Monumentos Históricos, realizaram nesta semana uma Aula de Campo a fim de aplicarem os conceitos aprendidos em Sala.

O objetivo da atividade foi levar os educandos a uma compreensão da relação entre as condições intelectuais, morais e espirituais de uma determinada sociedade com as formas e características dos objetos arquitetônicos de onde vivem.

Com base nas aulas teóricas sobre história da arquitetura, regras de apreciação estética da arquitetura, a relação entre filosofia, arte e arquitetura, diferenças entre forma, função e utilidade nas construções, qualidades da faculdade do gosto no juízo estético humano e as discussões sobre o conceito de belo, os educandos do Novo Ensino Médio realizaram uma análise da estrutura arquitetônica da Igreja Matriz de Nova Esperança.

Na ocasião — acompanhados pelo Educador Fernando Razente (Filosofia - IF/HUM) — os alunos foram orientados a observarem com cautela os detalhes do prédio, analisando as múltiplas formas geométricas existentes, as escolhas de ornamentos, a posição estratégica de cores, a existência de vitrais, os objetos e espaços de destaque, tanto na área externa como na área interna.

A Igreja Matriz de Nova Esperança, enquanto objeto arquitetônico, tem o princípio de existência de um ambiente religioso, com uma longa história de transformações, desde o surgimento na metade do século XX até as últimas reformas no ano de 2019. Muitas das mudanças estruturais foram, por exemplo concebidas após novas determinações doutrinárias e litúrgicas do Concílio Vaticano II (1962-1965).

A relação entre as convicções de um grupo e a estrutura dos espaços arquitetônicos que tal grupo participa é uma das teses que relaciona a filosofia estética com a arquitetura. Como escreve o filósofo e esteticista Roger Scruton (1944-2020) na obra Estética da Arquitetura as “(...) nossas convicções mais profundas procuram confirmação na experiência da arquitetura” (2010, p. 112).

Sendo assim, a análise das obras arquitetônicas que formam o espaço onde habitamos torna-se num exercício teórico-prático crucial para que os alunos saibam da existência de ideias, convicções e valores por trás das estruturas físicas que compõem o quadro visual de uma cidade ou ambiente e sejam capazes de descobrir quais são tais convicções.