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O Papel da Família na Prevenção ao Uso de Drogas


Por: Emerson Branco
Data: 15/03/2019
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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são menos propensos ao consumo de drogas os indivíduos que fazem parte de uma família bem integrada nela mesma e na sociedade. Além de contarem com fatores de proteção como: estar bem informado, ter difícil acesso às drogas, disfrutar de boa qualidade de vida, conviver em um lar em harmonia, ter diálogo com os pais (inclusive sobre a prevenção ao uso de drogas), entre outros. 

É possível considerar que famílias que apresentam um baixo poder aquisitivo e que habitam em áreas de risco, convivem com situações de exposição e vulnerabilidade, sobretudo pelo tráfico e consumo de drogas na própria comunidade.  Contudo, as drogas, sejam lícitas ou ilícitas, estão presentes em todas as classes sociais, podendo ser adquiridas facilmente, inclusive por crianças e adolescentes.

Nesse contexto, a família tem papel fundamental, especialmente no que diz respeito à informação, ao monitoramento e imposição de limites aos filhos. Evidentemente diferentes são a composição, os hábitos e os costumes das famílias, todavia, o diálogo e a proteção contra os fatores de risco podem fazer a diferença.

Assim, pais que adotam um estilo de vida familiar integrando afeto e vigilância, promovendo um clima emocional favorável ao diálogo, ao respeito e à confiança mútuos, podem construir um clima propício para o bom desenvolvimento físico e emocional de seus filhos.

Por outro lado, famílias em que os pais ou parentes próximos, são usuários de substâncias ilícitas ou lícitas podem influenciar o uso e/ou acesso às drogas. Dessa forma, é oportuno considerar que as crianças e adolescentes aprendem muito mais pelo exemplo do que pelas informações a elas destinadas, ou seja, elas tendem a seguir comportamentos que presenciam, tato dentro como fora de suas casas. 

Um estudo nominado de “VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes de Ensino Fundamental e Médio das Redes Públicas e Privada de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras”, realizado em 2010, apontou que cerca de 40% dos estudantes já experimentaram algum tipo de droga. Segundo este estudo, a faixa etária entre 13 e 15 anos é a mais frequente para o primeiro consumo. Contudo, aproximadamente 10% dos alunos que já usaram algum tipo de droga lícita ou ilícita fez seu primeiro uso com menos de 10 anos de idade, mesmo antes de iniciar o Ensino Fundamental, o que é um dado muito preocupante. 

Convém ressaltar que o risco do uso de drogas se agrava consideravelmente quando os membros da família apresentam relações interpessoais de constante conflito ou de falta de diálogo, podendo o consumo de drogas estar atrelado também com a baixa autoestima dos indivíduos. Além disso, na maioria das famílias tanto pais como mães trabalham fora, o que dificulta o acompanhamento e a educação dos filhos, aumentando o risco de envolvimento em situações indesejáveis. Dessa forma, para que se efetive a prevenção ao uso de drogas é fundamental o suporte de políticas públicas que insiram as crianças e adolescentes em atividades de cunho educativo, cultural, esportivo e social. 

Independente de qual seja a composição familiar, a educação das crianças e adolescentes é um dever do Estado e também da família, como consta na Constituição Federal. Assim, se o conhecimento é fundamental para que cada indivíduo possa opinar e posicionar-se diante das escolhas que lhe são postas, tanto o Estado, por meio de suas diversas instituições, como a família, possuem um papel fundamental na educação, no bem-estar e no crescimento saudável das crianças e adolescentes.

Emerson Branco


Anuncie com Jornal Noroeste
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