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Sétima Arte - Shazam


Por: Odailson Volpe de Abreu
Data: 05/04/2019
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A Warner e a DC Comics estrearam seu mais novo filme ontem. Num mês em que todas as atenções estão voltadas para Vingadores: Ultimato, a principal concorrente da Marvel aposta numa estreia leve e nostálgica, bem diferente do que já produziu em seu Universo Cinematográfico até agora. Sobre Shazam a Coluna Sétima Arte indica o que você deve saber antes de ver o filme.

Antes de comentar sobre Shazam é interessante fazer um pequeno balanço sobre as notícias relacionadas ao cinema dessa última semana. Parece que a Disney esta prestes a sentir pela primeira vez o gosto amargo da derrota. Isso porque após iniciar sua fase de remakes em live-action de seus clássicos essa é a primeira vez que não emplaca uma grande estreia. Contrariando todas as expectativas, o interessante Dumbo, dirigido por Tim Burton, que estreou na semana passada não decolou (piada infame – risos). Ao que tudo indica ele não teve o mesmo resultado de estreia de seus antecessores – A Bela e a Fera, O Livro das Selvas, Cinderela, Malévola e Alice no País das Maravilhas – e emplacou uma arrecadação muito menor do que o esperado para seu primeiro fim de semana. Seus 45 milhões de dólares na estreia até parecem muito, mas os estúdios esperavam pelo menos o dobro, já que o orçamento do filme girou em torno de 170 milhões. Se continuar nesse ritmo infelizmente ele irá gerar prejuízo à todo-poderosa Disney. 

Esse fato é interessante, pois demonstra que a crítica já não é mais tão influente sobre o público, pois a maioria dos críticos especializados falou bem do filme, com pequenas ressalvas sobre roteiro ou outras questões, mas mesmo assim o público não comprou a ideia. Talvez isso seja resultado do efeito Vingadores: Ultimato que vem monopolizando tudo em torno do cinema por esses dias, tanto que ao abrir sua pré-venda de ingressos, congestionou sites famosos de venda online no Brasil e no mundo devido à grande procura. Parece que tudo o que for lançado por esses dias corre o risco de ser ofuscado pela avalanche que é Vingadores. Vamos ver se o despretensioso Shazam, da DC Comics, consegue reverter essa situação.

Falando em Shazam, é preciso ressaltar que ele é completamente diferente do que foi apresentado quando o Universo Cinematográfico da DC teve início. Marcado pela influência e pelo sucesso da trilogia Batman de Christopher Nolan, Zack Snyder procurou construir os filmes e os personagens da Liga da Justiça segundo o Batman, todos sombrios, marcados pelo drama e com uma pegada realista exagerada. É obvio que isso não colou e a DC/Warner iniciou uma lenta e gradual transição desse clima sombrio para algo mais próximo dos filmes da Marvel e essa iniciativa foi muito bem recebida pelo público. Tanto que ela colheu bons frutos de seus Mulher-Maravilha e Aquaman, ambos com muito mais liberdade criativa e artística para contar de forma leve suas histórias.

Agora, essa transição chega ao fim por meio de Shazam, que traz um retorno completo ao clima quadrinesco dos heróis. Fundamentado na história do Capitão Marvel (que perdeu esse nome devido a brigas judiciais com a rival da DC de mesmo nome, a Marvel, ao longo do tempo), agora chamado apenas de Shazam. Criado em 1939 pela dupla C. C. Beck e Bill Parker, esse herói personifica o sonho da maioria das crianças que desejam ser super-heróis. Na história Billy Batson, que é um adolescente comum, ganha poderes extraordinários ao ser escolhido pelo mago cujo nome é um acrônimo de personagens famosos por suas características (Salomão, Hércules, Atlas, Zeus, Aquiles e Mercúrio). 

Dirigido por David F. Sandberg, um diretor conhecido por seus trabalhos no gênero terror, o filme caminha para um misto de drama e comédia, tornando uma história aparentemente impossível algo agradável para todos os públicos. Virou praxe nos últimos dias comparar esse trabalho de Sandberg ao clássico, de 1988, Quero Ser Grande, em que Tom Hanks, ao fazer um pedido numa máquina de parque de diversões deixa de ser criança e se torna um adulto, e essa comparação acontece porque o próprio diretor insere um easter egg (segredo escondido no filme) que homenageia a esse clássico.

Quando consideramos isso, que a grande inspiração para Shazam é um filme típico do estilo “Sessão da Tarde”, já sabemos o que devemos esperar. Shazam é leve, empolgante, emocionante, com ação e diversão na medida certa. Até o roteiro escrito por Henry Gayden parece ter sido escrito entre os anos de 1980 e 1990, o que torna o longa ainda mais interessante. Nele temos desde a linguagem exagerada, a ângulos pouco explorados nesse gênero, como por exemplo os planos holandeses (aquelas cenas em que a câmera dá uma viradinha deixando as imagens tortas). 

O elenco faz um bom trabalho, com destaque para o trabalho das crianças, Asher Angel, Jack Dylan Grazer, Grace Fulton, Ian Chen, Faithe Herman, Jovan Armand, que dão um ar meio Goonies ao filme, mas quem rouba a cena são a dupla principal, Zachary Levi, que interpreta o herói Shazam adulto e Mark Strong, com seu peculiar Dr. Silvana. Levi, com certeza é quem mais incorpora o clima do filme, se firmando no cenário atual como um grande ator de comédias, seu papel é leve e ele mesmo fala que mais do que trabalho, atuar nesse longa foi pura diversão, no bom sentido.

Vamos a trama! Billy Batson (Asher Angel) tem apenas 14 anos de idade, mas recebeu de um antigo mago o dom de se transformar num super-herói adulto chamado Shazam (Zachary Levi). Ao gritar a palavra SHAZAM!, o adolescente se transforma nessa sua poderosa versão adulta para se divertir e testar suas habilidades. Contudo, ele precisa aprender a controlar seus poderes para enfrentar o malvado Dr. Thaddeus Silvana (Mark Strong).

Por que ver esse filme? Porque é um filme irreverente e empolgante. Não foi feito para ser um filme marcante ou histórico, mas sim para divertir no sentido mais original da palavra. Eu diria que se você é fã de Vingadores, deveria ir ver Shazam para quebrar um pouco o clima depressivo que a história da Marvel tem infringido ao seu público. Dessa forma, você poderá ir um pouco mais leve para enfrentar os acontecimentos duros que Vingadores: Ultimato promete entregar no final do mês. Boa sessão!

Odailson Volpe de Abreu


Anuncie com Jornal Noroeste
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