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Setembro Verde Esperança #EuRespiroaVida


Por: Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Data: 29/09/2023
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Pelo segundo ano consecutivo no dia 20 de setembro, o Cristo Redentor é iluminado de verde, cor que é sinônimo de esperança, e esperança é buscar, sonhar, almejar, agir, o que é justamente o contrário de esperar. Ele foi iluminado para abraçar uma importante campanha o Setembro Verde Esperança, idealizada pelo Instituto Protegendo Cérebros, Salvando Futuros.

A campanha nas redes sociais tem como mote #EuRespiroaVida, e a cada ano ganha força e se torna conhecida. Dia 25 de setembro é o Dia Nacional da Conscientização sobre Asfixia Perinatal.

A campanha visa a conscientização sobre a asfixia perinatal, que é um grave problema de saúde pública, mas, o que vem a ser a asfixia perinatal? De maneira simples é quando falta oxigenação momentos próximos ao nascimento do bebê, podendo ser antes, durante, ou após o parto. Atualmente segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a terceira principal causa de morte neonatal no mundo, sendo também a maior causa de lesão neurológica permanente, entre elas se destacam a paralisia cerebral, dificuldade de aprendizagem, deficiência cognitiva, cegueira e surdez.

O nascimento de um bebê é um momento mágico na família, cercado de expectativas, os pais idealizam um futuro lindo ao lado do seu rebento, e esperam esperançosos que o bebê venha ao mundo com saúde e chorando forte a plenos pulmões. Agora, nem sempre é isto que acontece, 1 em cada 10 recém-nascidos precisa de ajuda para respirar, com uso de ventilação assistida durante o 1° minuto de vida. No Brasil isso representa cerca de 300 mil bebês todos os anos.

Fisiologicamente durante o nascimento do bebê, é preciso que haja remoção do líquido pulmonar, os pulmões enchem de ar, há um aumento da circulação pulmonar, um aumento na pressão arterial, e um aumento da chegada de oxigênio aos tecidos, quando isso não acontece logo nos primeiros 60 segundos, seja por problemas clínicos, na gestação e no parto, ocorre a asfixia perinatal, o que pode levar a morte, ou a lesões cerebrais.

Ou seja, “o nascimento de um bebê é a mais dramática transição fisiológica da vida humana. Em nenhum momento, o risco de morte ou lesão cerebral é tão elevado” afirma as diretrizes do Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Por isso, essa campanha foi criada.

De acordo com dados do DataSus em 2000 a 2020 ocorreram 103.842 óbitos na 1ª semana de vida por asfixia perinatal.

Para prevenir este quadro é fundamental que o atendimento seja feito rapidamente já nos primeiros 60 segundos de vida por profissionais de saúde treinados e habilitados. Muitos casos de asfixia perinatal podem ser evitados com a devida assistência pré-natal para a mãe e o bebê, e também na hora do parto. Por isso a presença do Pediatra na hora do parto é tão importante, assegure que haja um nesta hora. Este primeiro minuto, também é conhecido como minuto de ouro.

De acordo com o Ministério da Saúde se houver um profissional habilitado pode reduzir em 20 a 30% as taxas da mortalidade neonatal, enquanto o emprego das técnicas de reanimação resulta em diminuição adicional de 5-20% nas taxas, levando a uma redução de até 45% das mortes neonatais por asfixia.

Quando não há sucesso nessa transição, profissionais habilitados precisam iniciar logo no primeiro minuto de ouro a ventilação pulmonar para evitar mortes ou lesões.

Uma das ações que têm dado bons resultados quando bem indicado, é a hipotermia terapêutica, realizado por profissionais qualificados nas primeiras 6 horas de vida. Este protocolo protege o cérebro do bebê e impede que sequelas e lesões evoluem.

Termino este artigo com a Declaração Universal dos Direitos da Criança

- Nossos direitos devem ser os mesmos nos 4 cantos do mundo, sem distinção de sexo, raça, religião, valores culturais e origem social.

- Devemos ser protegidos para crescermos na dignidade e liberdade.

- Cada um de nós desde o início de vida, tem direito à um nome e a um país onde nos sentiremos em casa.

- Devemos ser abrigados da doença, do frio e da fome.

- Devemos ser amados e acolhidos na sociedade, independente da nossa condição de fragilidade.

- Precisamos dos nossos pais para crescermos e desenvolvermos harmoniosamente; preocupe-se com as crianças que não tem família.

- Oferecem-nos educação, escola e laser que nos permitam melhor compreender o mundo.

- Em caso de guerra ou perigo, pensem primeiro em nós.

- Protejam-nos contra todas as formas de violência física ou mental, abuso ou tratamento negligente, maus tratos ou exploração.

- Ensinem-nos a tolerância, a solidariedade e o respeito à natureza e aos homens, para vivermos em paz.

Por tudo isso, proteja o seu bebê fazendo um bom pré-natal, procure saber se há um pediatra qualificado na hora do parto, e busque se informar sobre a asfixia perinatal.

Todo recém-nascido tem o direito de ter um pediatra para chamar de seu desde a vida intrauterina até a adolescência. Vamos juntos espalhar informação sobre a asfixia perinatal compartilhe #EuRespiroaVida, pois, ainda há esperança.

Ana Maria dos Santos Bei Salomão

Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.


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