Setembro dourado se suspeitar, encaminhe
Durante todo mês de setembro, é realizado uma das mais importantes campanhas de conscientização já realizadas, o “Setembro Dourado”. Esta relevante campanha tem como objetivo conscientizar sobre o câncer infanto-juvenil, e busca alertar pais, profissionais de saúde e a sociedade em geral sobre a importância de se atentar aos sinais e sintomas sugestivos do câncer em crianças e adolescentes.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA, se diagnosticado precocemente, o câncer infanto-juvenil apresenta 80% de probabilidade de cura. No Brasil, assim como nos países desenvolvidos, o câncer é uma das principais causas de morte por doença em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos (8% do total). O INCA estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no país mais de 9 mil novos casos de câncer e adolescentes de 0 a 19 anos.
Cabe salientar quando o câncer é descoberto em sua fase inicial possibilita um tratamento menos agressivo, preservando assim a qualidade de vida dos pacientes.
Os tumores mais frequentes em crianças e adolescentes, são: leucemias, tumores que atingem o sistema nervoso central, os linfomas, o neuroblastoma, o tumor de Wilms, o retinoblastoma, o tumor germinativo, os osteossarcoma e os sarcomas.
Hoje falaremos sobre o retinoblastoma. A Lei n° 12.637/2012, de 14 de maio de 2012, institui o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma, a ser celebrado, anualmente em 18 de setembro.
Os jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin, há 2 anos lutam contra o retinoblastoma, pois, a filha deles, Lua, foi diagnosticada com a doença antes de completar um ano. E por falta de informação descobriram tarde, diante disso, eles tiveram a feliz ideia de organizar uma campanha com o objetivo de espalhar informações sobre a doença. Pois, este tipo de câncer pode levar a cegueira ou até a morte a criança.
A campanha leva seguinte nome: “De Olho Nos Olhinhos”, eles acreditam que sua amada filha veio com uma missão, de alertar sobre a doença.
Em um vídeo postado em suas redes sociais Tiago Leifert, frisou: “Tenho um pedido e uma missão para você. Agora em setembro minha filha Lua completa dois anos de tratamento contra o câncer. É um câncer que acontece dentro dos olhos de crianças bem pequenininhas, entre 0 a 5 anos. É uma doença muito perigosa agressiva, e pode ser fatal. A intenção (da campanha) é que as famílias consigam chegar ao diagnóstico do retinoblastoma antes do que conseguimos com a Lua.”.
O retinoblastoma é um câncer que acomete crianças pequenas, é mais comum em bebês e aproximadamente 90% dos casos são descobertos abaixo dos 5 anos. É um tumor que se desenvolve na retina, uma parte interna do olho. Este tipo de tumor faz a retina ficar com dificuldade de captar a luz e enviar essa informação para o cérebro e gerar a visão. Se diagnosticado rapidamente e tratado em centros especializados, pode alcançar 90% de cura.
Os principais sinais e sintomas são: o reflexo pupilar branco (leucocoria), conhecido como “olho de gato”. Esse é o sinal mais comum do retinoblastoma. Normalmente, ao direcionar uma luz ao olho de uma criança, a pupila parece vermelha devido à cor normal do fundo do olho. No olho com retinoblastoma, através da pupila, enxergamos uma mancha branca, percebido facilmente quando se tira fotos com flash. Também pode ser observado pelo médico durante um exame oftalmológico.
Outro sintoma é o estrabismo, que é uma condição na qual os dois olhos não parecem olhar na mesma direção, muitas vezes chamada de olho preguiçoso; outros sinais e sintomas são: diminuição de visão, movimento irregulares dos olhos, dor nos olhos, vermelhidão da parte branca do olho, abaulamento dos olhos e cor diferente de cada íris.
Por isso, é muito importante o bebê logo ao nascer, fazer o teste do olhinho, feito pelo próprio neonatologista ou um oftalmologista, a criança ainda deve fazer exames de rotina com um oftalmologista rotineiramente até completar 5 anos de idade.
Na maioria dos casos, o retinoblastoma é uma doença curável. A quimioterapia, a radioterapia e o tratamento oftalmológico e a laser têm mostrado bons resultados. Em alguns casos, infelizmente, é preciso recorrer à enucleação, isto é, à retirada cirúrgica do globo ocular. Por tudo isso:
- procure saber se seu filho passou por uma avaliação oftalmológica que inclui o Teste do Olho Vermelho na maternidade. Se não passou, procure um oftalmologista para realizá-la, quando ele é ainda um bebê;
- leve novamente a criança ao oftalmologista para uma avaliação, antes dos três anos, ou quando notar alterações como olhos vermelhos, reflexos brancos na pupila, sinais de estrabismo, por exemplo;
- verifique se há outros casos de retinoblastoma na família. Se houver, vale a pena consultar um especialista em doenças genéticas hereditárias sobre a possibilidade de o retinoblastoma afetar outros membros da família.
“Olhem nos olhos das nossas crianças! Prestem atenção aos sinais e as levem ao médico assim que notarem qualquer alteração suspeita o mais rápido possível. O diagnóstico precoce pode salvar a visão e a vida dos nossos filhos”. (citação final da cartilha sobre retinoblastoma, desenvolvida pelo site deolhonosolhilhos.org).
Ana Maria dos Santos Bei Salomão
Responsável pela Coluna Saúde em Pauta.